Tech 05 Dez
Asteroides ameaçam outros corpos celestes constantemente, não excetuando a Terra. À medida que a NASA observa o comportamento dessas rochas extraterrestres e avalia os riscos que podem oferecer ao nosso planeta e sua atmosfera, trafegada por diversos satélites, outras agências também desenvolvem tecnologias para enxergar além do que o olho nu pode ver no céu.
O ESO — Observatório Europeu do Sul — desenvolveu em parceria com a Agência Espacial Europeia (ESA) o novo telescópio Test-Bed Telescope 2 (TBT2), localizado no Observatório La Silla do Chile, cujo intuito principal será observar asteroides errantes pequenos que se aproximam do globo terrestre.
Foi divulgado na última terça-feira (27) que o telescópio "olhou" para o céu pela primeira vez, demonstrando sua potência e sensibilidade à luz com uma imagem completa da galáxia Centaurus A. Os especialistas comentam que, mesmo durante sua fase de testes com fotografias, o telescópio de apenas 56 centímetros já está demonstrando capacidades promissoras para sua verdadeira função.
Outro observador semelhante já foi construído na Espanha, ambos sendo parte dos projetos de uma rede de telescópios chamada "Flyeye", e serão responsáveis por buscar esses e outros corpos que possam representar um risco ao planeta. Com a rede, os especialistas poderão testar novas técnicas para a detecção de exoplanetas e operação automatizadas.
Embora os próprios telescópios sejam de um design bastante padrão, eles nos permitirão desenvolver e testar os algoritmos, operações remotas e técnicas de processamento de dados que nossa futura rede de telescópios 'Flyeye' usará para realizar pesquisas automatizadas e noturnas de todo o céu.
Clemens Heese
Líder do projeto TBT da Agência Espacial Europeia
Atualmente, o processo de rastrear objetos ameaçadores no Sistema Solar é considerado lento, utilizando-se de telescópios com pouco campo de visão espacial. Com essa problemática, a agência desenvolveu o TBT2 visando tornar o monitoramento de asteroides mais ágil e preciso, sinalizando qualquer corpo que represente um risco de impacto automaticamente.
É previsto que o Test-Bed Telescope tenha uso rotineiro ainda este ano. Por ora, ele deverá ser submetido a outras provas de assertividade e contará com monitoramento ainda acompanhado pelos astrônomos da agência.
Comentários