Segurança 06 Abr
Atualmente, a biotecnologia permite tratamentos para a recuperação de pacientes acometidos por doenças que, até então, eram consideradas intratáveis. A perda total da visão é um exemplo de condição decorrente desses quadros, e é constantemente abordada pela ciência.
Um novo artigo publicado por cientistas da Universidade de Pittsburgh em parceria com especialistas de todo o mundo descreveram a recuperação parcial da visão de um homem acometido pela retinite pigmentosa — doença neurodegenerativa que os destrói as células sensíveis à luz na retina conhecidas como fotorreceptores.
Diagnosticado com a doença há 40 anos, o paciente foi tratado com a terapia optogenética, um método que aborda a condição em um ângulo diferente das técnicas tradicionais. Geralmente, as terapias genéticas procuram substituir a instrução de produção das proteínas oculares, visando reparar os danos causados pela retinite pigmentosa.
Os cientistas, portanto, tentaram estimular diretamente as células nervosas através de um adenovírus modificado. Uma proteína chamada ChrimsonR, extraída de uma espécie de alga, foi injetada no vetor viral para carregar as informações genéticas que instruem a produção de células fotossensíveis.
A equipe usou um tipo de óculos especial com uma câmera integrada, que detecta variações na intensidade da luz com detalhes a nível de pixels como eventos distintos para ativar as células ganglionares nativas da retina — os resultados foram positivos.
Embora ainda não seja capaz de distinguir rostos ou ler após a terapia, o homem voltou a perceber, localizar e contar objetos enquanto usa os óculos, conforme relatam os especialistas. Alguns detalhes importantes, como as linhas brancas das faixas de pedestres e obstáculos próximos também foram percebidos pelo paciente.
Os pesquisadores esperam voltar a testar essa tecnologia em mais pessoas em Paris, Londres e propriamente em Pittsburgh, onde o estudo tomou forma, assim que as restrições impostas em vista do coronavírus forem cessadas.
Comentários