Segurança 22 Jul
Esta coluna já levantou uma série de aspectos para reforçar a importância das vacinas ao longo do tempo, uma vez que elas são produtos de um grande esforço da ciência e da tecnologia para a prevenção de doenças, em especial agora com a pandemia do novo coronavírus.
Novas pesquisas mostraram como essas vacinas são importantes para diminuir a quantidade de mortes por Covid-19 no Brasil. O Detetive TC levantou esses estudos para explicar a você os detalhes de cada um.
Um dos mais falados durante os últimos dias foi uma pesquisa divulgada pelo ex-secretário Nacional de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde e atual secretário de Serviços Integrados de Saúde do STF, Wanderson de Oliveira. Ele detectou a eficácia dos imunizantes contra a doença, com base em dados do sistema OpenDataSUS, do Ministério da Saúde, e de outros países.
Os números indicam que a CoronaVac, vacina produzida pelo Instituto Butantan, é a que mais protege contra mortes e pode evitar até 97% dos óbitos de pessoas infectadas. Esta vacina ainda previne 50,4% dos casos muito leves — aqueles que não precisam de atendimento médico — e 77,96% dos casos leves que necessitam de alguma consulta médica.
O estudo pegou as estatísticas de outros quatro imunizantes para a comparação. A vacina de Oxford/AstraZeneca — no Brasil, feita pela Fiocruz — foi a que veio na sequência, com 90% de eficácia contra falecimentos. A da Pfizer, outra que tem sido aplicada no Brasil, evitou 80% de mortes pela doença.
O imunizante feito pela Janssen e a russa Sputnik V registraram 85% cada no mesmo indicador. O primeiro é aplicado em dose única e teve seu primeiro lote, com 1,5 milhão de doses, desembarcado no Brasil nesta terça-feira (22). Já a segunda apenas foi aprovada pela Anvisa para aplicação controlada em uma parcela pequena da população nos estados do Nordeste.
Vacinados vs não vacinados
A iniciativa ainda exibiu um gráfico com a relação entre curados e óbitos das pessoas com mais de 28 dias após tomarem a segunda dose da CoronaVac, em comparação àquelas que não receberam doses do imunizante ou ainda não estão com a vacinação completa.
Os dados mostraram que, com idade igual ou superior a 80 anos, a grande maioria das pessoas que pegaram a doença já com quase um mês da segunda dose se curaram. Por outro lado, mais da metade que não estava com o processo de imunização concluído veio a falecer quando teve Covid-19. Isso comprova a importância de se completar o esquema vacinal com as duas aplicações.
Outra pesquisa divulgada no último final de semana estima que a vacinação no Brasil — mesmo ainda em pequena parcela da população — já foi responsável por evitar, no mínimo, 43 mil mortes apenas em 2021.
O levantamento, coordenado por pesquisadores da Universidade Federal de Pelotas e da Universidade Harvard (EUA), mostrou que as mortes causadas pelo coronavírus entre pessoas com 70 anos ou mais eram 25% do total. Já em maio, com parte dessa população já vacinada, caiu para 16%.
No caso específico de idosos maiores de 80 anos, o número despencou ainda mais e passou para 12,4%. Em outras palavras, o estudo seria mais um fator de comprovação que os imunizantes da CoronaVac e AstraZeneca tiveram eficiência quando aplicados na população, visto que 94% dos indivíduos com 70 anos ou mais já receberam, ao menos, a primeira dose de alguma das vacinas.
Nesta terça-feira (22), a Índia anunciou uma nova variante chamada Delta Plus. Ela seria mais perigosa do que a Delta, que foi responsável por uma alta dos números de casos e mortes no país asiático nos últimos meses.
Segundo o Ministério da Saúde e Bem-estar Familiar da Índia, a cepa consiste em uma mutação da variante anterior e teria características que a tornariam “mais transmissível e forte”. O Insacog, consórcio de 28 laboratórios indianos, detectou essa versão “Plus” em três distritos locais e notaram maior ação em células do pulmão.
“Aumento da transmissibilidade, ligação ainda mais forte dos receptores com as células do pulmão e possível redução monoclonal da resposta do anticorpo.”
Insacog
A pasta ainda recomendou aos secretários e chefes de estado que sejam aplicadas medidas de confinamento imediato e testagem generalizada, além de agilização do processo de vacinação em bases prioritárias.
Vacinas funcionam contra Delta Plus?
De acordo com a professora da Johns Hopkins University, pesquisadora do Peterson Institute for International Economics. PhD em Economia e imunologista Monica de Bolle, a Delta Plus apareceu pela primeira vez no Nepal, há algumas semanas.
Ela se diferenciaria da Delta pela mutação K417N presente na variante Beta, ou sul-africana. Em outras palavras, as vacinas possuem seu funcionamento, bem como as medidas de proteção pessoal. Ou seja, por enquanto, não existem motivos para temer que os imunizantes não funcionem contra essa nova mutação.
A "Delta-plus" surgiu no Nepal há semanas. Ela tem a mutação K417N da Beta (B.1.351) que a Delta (B.1.617.2) não tem. As vacinas funcionam. As medidas de proteção (máscaras PFF2, distanciamento, ventilação) também. Orientar sem alarmar é sempre melhor.
— Monica de Bolle, PhD (@bollemdb) June 22, 2021
Qual é a sua avaliação sobre a eficácia das vacinas contra a Covid-19 para evitar mortes? Diga para a gente!
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