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3 mil anos: mapeamento 3D desvenda mistério de ataque de tubarão mais antigo já registrado

30 de junho de 2021 0

A ciência é incrível por desvendar diversos mistérios, tal com o da "múmia que grita" em julho de 2020 e hoje temos mais um envolvendo o ataque de tubarão mais antigo já registrado no mundo, que ocorreu há 3 mil anos. A descoberta foi feita por cientistas do Japão e anunciada em um artigo publicado no The Journal of Archaeological Science: Reports.

O esqueleto que você pode ver na capa, e logo abaixo com mais detalhes, pertence ao ser humano que hoje é conhecido como Tsukumo nº 24 e foi escavado em 1920 em um cemitério de conchas do povo Jōmon, no Japão, onde mais de 170 esqueletos também foram encontrados.

Imagem: Laboratório de Antropologia Física, Universidade de Kyoto.

Inicialmente o esqueleto de Tsukumo intrigou cientistas pelos ossos quebrados e alguns deles até mesmo faltando. Entretanto, o Laboratório de Antropologia Física, da Universidade de Kyoto agora conseguiu solucionar o mistério que explica a ausência de uma das pernas, dois pés e uma das mãos no esqueleto.

Imagem: Laboratório de Antropologia Física, Universidade de Kyoto.

Os pesquisadores desvendaram o mistério analisando marcas encontradas nos ossos de Tsukumo, que não combinavam com mordidas de nenhum animal da região e como o povo Jōmon também dependia de recursos do mar, acredita-se, então que a morte do japonês tenha sido causada por um ataque de tubarão, segundo George Burgess, diretor emérito do Programa de Pesquisa de Tubarões da Flórida.

Este foi o trabalho de pelo menos um tubarão, se não mais. Este é agora o ataque de tubarão mais antigo registrado em 2.000 anos.

Imagens: Laboratório de Antropologia Física, Universidade de Kyoto

Nas imagens acima você pode observar as lesões feitas pelos dentes de tubarão na tíbia esquerda do jovem. No total, 790 delas foram registradas em todo o esqueleto. As imagens foram obtidas por meio de diversas técnicas como imagens 3D, tomografias computadorizadas e GIS (Geographic Information System).

John Pouncett, pesquisador em Arqueologia Espacial da Universidade de Oxford, afirma que esta é a primeira vez que o GIS é utilizado para algo do tipo, pois normalmente este tipo de mapeamento 3D é utilizado apenas em áreas abertas ou urbanas.

Por fim, estima-se que o corpo do jovem tenha sido resgatado de alguma forma do mar e tenha sido enterrado junto da perna decepada, o que é bastante impressionante, considerando a causa da morte.


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