Tech 06 Jul
Pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) realizaram um estudo que reforçou as evidências científicas sobre a eficácia de diferentes tipos de máscaras para conter a transmissão do novo coronavírus.
Ao todo, 45 máscaras, usadas por 28 pacientes com infecção por Covid-19 confirmada foram analisadas. Entre estas, 30 eram de tecido com duas ou três camadas e 15 foram cirúrgicas. Os cientistas identificaram a presença do vírus apenas na parte interna dos itens de proteção, sugerindo bloqueio da transmissão.
O resultado foi verificado tanto nas máscaras cirúrgicas como nos modelos de pano com duas ou três camadas. O estudo foi publicado na plataforma de pré-print medrxiv.
Os cientistas recortaram fragmentos próximos do nariz e da boca, assim como das laterais da máscara, separando a camada interna e externa.
Os fragmentos foram mergulhados em uma solução, que posteriormente foi processada para detecção do vírus, de forma semelhante ao procedimento de diagnóstico da Covid-19.
A carga viral encontrada foi comparada ainda com a detectada em amostras da nasofaringe dos pacientes, obtidas com a introdução de um cotonete especial no nariz, chamado de swab.
“Esse resultado reforça a importância do uso da máscara. Seja cirúrgica ou de pano, ela vai contribuir para impedir que uma pessoa infectada contamine outras pessoas ou o ambiente”, salienta a chefe do Laboratório de Hantaviroses e Rickettsioses do IOC e uma das coordenadoras da pesquisa, Elba Lemos.
Desde o início da pandemia, as máscaras de pano vêm sendo recomendadas pelas autoridades sanitárias como forma de proteção. Porém, alguns países europeus modificaram recentemente suas orientações e passaram a indicar ou exigir o uso de máscaras cirúrgicas ou PFF2.
Para os autores da pesquisa, a análise de máscaras usadas na ‘vida real’ complementa dados de testes em laboratório e estudos epidemiológicos, sustentando a relevância de diferentes tipos de máscaras.
“Diversos dados indicam que a presença de múltiplas camadas na máscara é um fator importante para a proteção, assim como a porosidade do tecido, que não pode ser excessiva”, pontua a analista da Central Analítica Covid-19 do IOC e uma das autoras do estudo, Andreza Salvio.
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