A Starlink, internet via satélite projetada pela SpaceX de Elon Musk, está muito próxima de sua cobertura global e já oferece uma das mais altas velocidades de conexão, superando concorrentes. A companhia prevê diversas aplicações para sua nova rede em órbita e, para isso, desenvolveu uma solução resistente para os usuários em mobilidade.

A SpaceX projetou antenas resistentes para veículos grandes ou comerciais. De acordo com a empresa, esses equipamentos suportarão condições extremas em termos climáticos, incluindo calor intenso e nevascas. Os terminais foram submetidos à homologação da Comissão Federal de Comunicações (FCC) dos Estados Unidos.

O documento foi protocolado na FCC, órgão semelhante à Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) do Brasil, que recebeu o pedido de aprovação para uso no território norte-americano na última terça-feira (03). A empresa de Musk busca autorização para utilizar as frequências de 12 GHz nesse serviço.

As novas antenas são chamadas de ESIM (Earth Station In Motion, ou “Estação Terrestre em Movimento” em tradução livre) e se tornaram mais robustas para lidar com os ambientes mais severos, fazendo com que seu funcionamento não seja prejudicado por forte exposição à radiação solar ou frio extremo.

A SpaceX detalha que os equipamentos terão “capacidades melhoradas de derretimento de gelo e suportará um maior número de ciclos térmicos”, e não devem causar os mesmos problemas enfrentados por usuários, que tiveram sua conexão interrompida quando as antenas atingiram o ponto de "desligamento térmico" a 50º C durante a fase beta.

Vale notar que as ESIMs não serão instaladas em carros, mas devem ter aplicação com expectativa de impacto positivo em aeronaves, embarcações, caminhões e veículos recreativos — também conhecidos como trailers ou motocasas. A companhia aeroespacial argumenta que esse equipamento favorecerá viagens de avião e conectividade no setor de logística.

A Starlink já conta com 90 mil usuários beta em 12 países, e deve ser ativada em território brasileiro em breve. A Anatel certificou as antenas terrestres da rede em maio, que intermediarão o acesso aos 1,7 mil satélites em baixa órbita lançados até o momento. Segundo as projeções, a constelação deve contar com mais de 4 mil satélites até 2024.