Tech 19 Ago
Em julho de 2020, o estúdio Sucker Punch trouxe ao mundo o primoroso Ghost of Tsushima (leia nossa review aqui), que nos levou em uma belíssima e emocionante jornada pelo Japão Feudal, onde acompanhamos a jornada de Jin Sakai para libertar a Ilha de Tsushima da ameaça dos mongóis.
Agora, cerca de um ano depois, somos novamente transportados para esse mundo através da versão de diretor do jogo, que além de trazer uma campanha inédita, também aprimora o material original, implementando recursos do PlayStation 5 e deixando a experiência ainda mais bonita e imersiva.
Saiba o que você deve esperar com essa nova versão, o que mudou, o que melhorou e tudo o mais através de nossa análise, que como sempre, é sem spoilers!
A partir do segundo capítulo da história principal, você consegue o acesso à uma missão especial que te apresenta batedores mongóis vindos da Ilha Iki. A partir daí, você começa sua jornada de exploração da nova Ilha e a desbravar os mistérios que ela guarda.
Inicialmente, a trama da expansão é um pouco ambígua, mas em seu decorrer, fica claro que ela se passa após o final da história principal, sendo assim, é recomendado que você feche o jogo base antes.
Os mongóis são novamente os grandes vilões da expansão, mas desta vez, o papel de Jin é desvendar os mistérios que cercam a morte de seu pai, já que a família Sakai era muito influente na Ilha Iki, mas atitudes ambíguas do pai de Jin fizeram com que eles fossem escorraçados de lá, resultando na morte dele.
Mesmo não inovando nos inimigos, a expansão adiciona alguns elementos bem interessantes que oferecem uma camada adicional de desafios, tais como os Xamãs, que entoam cantos durante as batalhas para deixar os inimigos mais implacáveis. Além disso, temos também novas mecânicas de combate com seu cavalo, que trazem um frescor para o jogo.
Outro aspecto interessante da expansão são os novos minigames, principalmente o relacionado à flauta de Jin, que usa o controle de movimentos do DualSense e que é bem relaxante.
A Ilha Iki apresenta paisagens tão deslumbrantes quanto as de Tsushima, que vão desde florestas densas, passando por encostas estonteantes e campos floridos que beiram o surrealismo.
A duração da campanha é bem sólida, com cerca de 6 horas para quem não quer perder tempo com as sidequests, mas assim como no jogo base, o investimento nas missões adicionais é válido, principalmente se você está em busca de equipamentos poderosos e em deixar Jin ainda mais habilidoso.
Como anunciado, a versão de diretor do Ghost of Tsushima traz melhorias para o PlayStation 5 e eles são muito bem vindas.
O SSD do PS5 faz com que os fast travels sejam praticamente instantâneos, o que é uma ótima pedida para aqueles que querem rejogar o título.
Infelizmente, por ser uma portabilidade para o PS5, o jogo ainda sofre com algumas artimanhas usadas para melhorar o desempenho no PS4, tal como alguns microloadings. Um exemplo bem claro são os momentos do jogo em que você está em um grupo de pessoas e todos devem entrar em uma casa. No jogo, cada personagem entra na casa individualmente, abrindo e fechando a porta, o que é um pouco estranho quando pensamos que o PS5 não precisa desse tipo de recurso.
Por mais que a nova versão utilize bem os recursos do PS5, devemos lembrar que esse ainda é um jogo que não foi desenvolvido diretamente na nova geração.
Outro problema que tanto a portabilidade quanto a expansão carregam é a falta de expressão dos personagens em algumas falas. Mesmo que a sincronização com as falas em japonês tenha ficado muito boa e aumentado a imersão, a sincronização com outras línguas ainda não é das melhores.
Ghost of Tsushima já era belíssimo no PS4 e jogá-lo em um monitor 4K a 60fps deixa tudo ainda mais deslumbrante. Embora esses recursos não fizessem falta no jogo original, a melhoria certamente valoriza o trabalho dos desenvolvedores e é um deleite para os olhos.
O uso do DualSense é competente, mesmo não explorando todo o potencial do controle. Apesar disso, em alguns momentos do jogo base parece que eles simplesmente se esqueceram de ativar os recursos, já que o controle sequer vibra, mesmo que você esteja dentro de um barril sendo carregado em uma carruagem.
Desde que a Sony anunciou os preços da versão de diretor do jogo, iniciou-se uma polêmica na internet. Aqueles que compraram o jogo no PS4, podem fazer o upgrade para a Director's Cut por R$ 104,90, que inclui a expansão na Ilha Iki e alguns bônus digitais.
O problema real está na versão para o PS5. Mesmo que você tenha feito o upgrade para a Director's Cut, terá de pagar uma taxa adicional de R$ 55,00 para usufruir dos recursos da nova geração, o que é bem estranho, considerando que muitos jogos oferecem esse tipo de upgrade gratuitamente.
Outro ponto bem negativo do lançamento dessa nova versão é a remoção do jogo base da loja, ou seja, os usuários agora são "forçados" a comprar a Director's Cut, mesmo no PS4. Com isso, a Sony consegue vender um jogo de PS4 com preço de lançamento, mesmo que ele tenha sido lançado em 2020, com a desculpa de que está incluindo a expansão no conjunto.
Mesmo com os preços controversos, a versão de diretor de Ghost of Tsushima compensa pela boa expansão, principalmente para quem gostou do jogo base e já tem um PS5.
O investimento compensa ainda mais para quem irá adquirir o jogo pela primeira vez no PS5, já que você paga o preço padrão de um jogo da plataforma e já aproveita todas as novidades.
Mesmo sendo o primeiro capítulo de uma nova propriedade intelectual, a franquia já mostrou seu poder e nos deixou ansiosos para futuras continuações. A expansão mostra que a Sucker Punch tem muito para mostrar ainda e que consegue manter o nível de qualidade do original, com muitas possibilidades para ficar ainda melhor.
Apesar de ser uma expansão, temos alguns elementos novos interessantes e que seguem o nível de qualidade do jogo base.
Se Ghost of Tsushima já era bonito no PS4, ele fica ainda mais reluzente no PS5. Embora os efeitos da água ainda não sejam os melhores já vistos, todo o resto compensa.
A história da expansão é bem evolvente e sabe balancear os dramas do passado de Jin com os perigos que ele vive no presente.
Assim como no jogo base, somos mergulhados ainda mais na atmosfera do Japão Feudal através da trilha sonora.
Trazendo um aumento considerável na diversão do jogo, a expansão mantém o nível de qualidade do jogo base e traz boas melhorias para a nova geração.
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