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Casos de demência devem aumentar devido à Covid-19, afirma especialista

31 de agosto de 2021 5

Quando a Covid-19 se tornou uma pandemia, ou seja, sua disseminação estava totalmente fora do controle das autoridades sanitárias, o mundo precisou por em prática o isolamento social como uma tentativa para evitar o colapso dos sistemas de saúde dos países.

Pouco tempo depois, foi comprovado que a reclusão das pessoas é a melhor maneira para evitar a contaminação pela doença. Porém, isolamento em meio a um cenário de incertezas e caos também pode resultar em outros problemas.

De acordo com alguns especialistas ouvidos pela BBC, uma das consequências do isolamento social pode ser o aumento dos casos de demência. Atualmente, dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) indicam que mais de 50 milhões de pessoas vivem com demência no mundo e o número de pacientes deve ultrapassar os 150 milhões em 2050.

O neurologista especializado em demência e professor da Universidade São Camilo, Fábio Porto, explica que o ser humano não foi feito para viver em isolamento, mas sim com relações pessoais.

"O isolamento é ruim para o cérebro, quebrar o contato, não ter nenhum estímulo, nenhum desafio cognitivo. Isso não é natural, e as consequências acontecem”, afirma o neurologista.


Segundo o médico, os mais afetados pelo problema são os idosos, já que possuem menos reservas cognitivas, essas que inclusive podem ser gastas com mais velocidade dependendo da idade.

“Vários idosos que estavam bem, porque caminhavam, faziam fisioterapia, faziam pilates, pararam. De uma hora para outra. Frequentemente, esses pacientes descompensam do ponto de vista neuropsiquiátrico”, completa.

Porto relata que familiares vem até ele constantemente para dizerem que os idosos estavam bem até o início da pandemia. Para o pesquisador, o fato de muitas pessoas precisarem mudar suas rotinas subitamente e perderem estímulos muito importantes agravou a situação.

O especialista chama a atenção que podemos ter uma epidemia de demência no futuro e ela deve ser acelerada por conta da Covid-19.

“Temos de promover a inclusão digital, a estimulação cognitiva e o exercício físico entre os idosos. A inclusão digital do idoso vai permitir o contato, mesmo que à distância. Tudo o que é coletivo e estimula a cognição é válido. Bingo, jogos, filme e conversa, música”, finaliza.

E você, tem tido alguma sequela decorrente da Covid-19? Conta pra gente nos comentários logo abaixo!


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