Segurança 26 Ago
Considerado um dos maiores desafios científicos vistos na história da humanidade, o desenvolvimento de soluções que podem proporcionar em algum momento a cura para infecções por HIV teve anunciado nessa semana mais uma frente de trabalho promissora, o synTac (sinapse para ativação de células T).
Divulgado por cientistas do Albert Einstein College of Medicine, a frente de estudo conseguiu resultados promissores nos testes realizados em camundongos, gerando resposta imune para o combate à infecção contra o HIV.
Em linhas gerais, o synTac foca em estimular o desenvolvimento pelo organismo de células para combater a infecção, sendo inicialmente testadas em amostras humanas contaminadas com HIV ou CMV (citomegalovírus), sendo identificada uma resposta antiviral robusta em ambos os casos, com a produção de células T CD8+.
Na sequência, o estudo foi reproduzido em camundongos com sistema infectado com ambos os vírus, injetando na sequência os synTacs, resultando na produção de uma produção de células 32x maior, permitindo a supressão das infecções virais testadas e abrindo a porta para uma possível cura contra o HIV.
Um resgistro que vale a pena relembrar aqui é a diferença entre as expressões HIV e AIDS, que comumente consideradas sinônimos, algo que em si é incorreto de se pensar.
O HIV (Human Immunodeficiency Virus ou, em tradução direta, Vírus da Imunodeficiência Humana) é infecção pelo vírus propriamente dita e que pode perdurar latente no organismo por alguns anos, até seu despertar e aumento gradativo na carga viral em seu portador.
Com essa "ativação", o vírus enfraquece o HIV abre as portas para o desenvolvimento da AIDS (Acquired Immunodeficiency Syndrome ou em português, Síndrome da Imunodeficiência Adquirida), abrindo a porta para infecções oportunistas e desenvolvimento de outras doenças, levando o portador ao óbito.
Vale aqui reforçar que a notícia em questão (e tantas outras que trazemos aqui rotineiramente relacionadas ao HIV/AIDS) devem ser consideradas o que realmente são: estudos que ainda demorarão anos ou décadas para confirmar sua efetividade e chegar efetivamente ao mercado consumidor.
Por isso, a manutenção de ações preventivas como o uso de preservativo são essenciais para a proteção de infecções. Além disso, também é importante reforçar aqui que, em caso de infecções, o portador deve seguir o tratamento proposto pela estrutura médica que faz o acompanhamento.
Como o tratamento evoluiu muito desde a descoberta do vírus, hoje é possível viver normalmente e por longos anos sem que se tenha o desenvolvimento da AIDS, desde que o tratamento seja seguido a rista e seu companhamento, seja rotineiro e observado pelo seu portador.
Como falamos acima de tratamentos, também é interessante aqui explicarmos um pouco mais sobre a diferença entre o PrEP e PEP, siglas normalmente utilizado no meio médico e que, por vezes, pode aparecer em publicações como essa.
Começando pelo PrEP, a sopa de letrinhas em questão significa Profilaxia Pré-Exposição ao HIV e, como o nome diz, serve para aqueles que não são portadores do vírus do HIV e que desejam aumentar a proteção contra a contaminação deste vírus em especial. Em linhas gerais, o PrEP cria uma proteção contra a contaminação, mitigando o risco em caso de contato.
Essa medicação é utilizada em especial por casais sorodiscordantes (ou seja, um dos integrantes é HIV positivo), profissionais do sexo e pessoas que possuem vida sexual mais "movimentada" e desejam diminuir o risco de contaminação.
Vale aqui no entanto reforçar que o PrEP não é garantia absoluta de não contaminação (assim como todo e qualquer medicamento) e não protege contra outras DSTs como sifilis, gonorréia e afins.
Quanto ao PEP, a "tradução" em forma entendivel é Profilaxia Pós-Exposição e está vinculada ao tratamento após a uma situação de possível exposição ao vírus, como violência sexual; relação sexual desprotegida (sem o uso de camisinha ou com rompimento da camisinha), acidente ocupacional (com instrumentos perfurocortantes ou em contato direto com material biológico).
Por se tratar de um tratamento para combater um evento específico, o PEP depende de regras específicas como ser iniciado em até 72h após a exposição, além de ser mantido por 28 dias, com posterior testagem para confirmar se não houve infecção pelo HIV.
Em ambos os casos, é possível portanto observar que a camisinha segue sendo indispensável para se manter saudável e protegido.
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