Tech 16 Set
Não é uma novidade que as Fake News têm influenciado negativamente na sociedade em geral conforme há o aumento de uso das redes sociais, em especial durante a pandemia do novo coronavírus. E o Detetive TudoCelular tem cumprido o seu papel de desvendar de tempos em tempos os principais boatos que ganham repercussão neste período.
Desta maneira, a coluna irá explicar uma notícia falsa disseminada na última semana pelo presidente da República, Jair Bolsonaro, ao sugerir que a vacina contra a Covid-19 desenvolveria Aids nas pessoas.
Vale destacar que o vídeo já foi retirado a princípio pelas redes sociais Facebook e Instagram e posteriormente pelo YouTube, como noticiamos nesta segunda-feira (27). Mas de onde surgiu essa mentira? Entenda os detalhes a seguir.
A origem desta Fake News que teve repercussão presidencial veio do site conspiracionista beforeitnews.com. A mensagem enganosa afirma que pessoas com o esquema vacinal completo estariam desenvolvendo a doença autoimune mais rápido, assim como diz que milhões de pessoas morreram após a aplicação e que os imunizantes rastreavam as pessoas. Confira um trecho do boato:
“Uma comparação de relatórios oficiais do governo sugere que os totalmente vacinados estão desenvolvendo a Síndrome de Imunodeficiência Adquirida muito mais rápido do que o previsto.”
Fake News do site beforeitnews.com
O autor da notícia falsa ainda insinua que a queda da eficácia da vacina ocorre em decorrência de uma baixa na imunidade, como consequência de uma deterioração do sistema imunológico pelas próprias doses recebidas.
Ainda há uma versão da Fake News que tem sido disseminada nas redes sociais, a qual acrescenta que pessoas de 40 a 69 anos no Reino Unido perderam 40% da função do sistema imunológico após a vacinação completa e credita falsamente a relatórios do governo britânico.
“Relatórios do governo britânico sugerem que os totalmente vacinados estão desenvolvendo a síndrome da imunodeficiência adquirida Os dados disponibilizados pelo governo britânico mostram que os vacinados em dose dupla estão desenvolvendo a síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS). Pessoas de 40 a 69 anos que receberam a dose dupla já perderam 40% da função do sistema imunológico.
Basicamente, as análises realizadas nessas pessoas vacinadas com dose dupla relatam que seu sistema imunológico enfraquece de 3,3% a 6,4% por semana. Os “governos corporativos” chamam de “vacina”, mas é uma verdadeira arma de destruição em massa projetada pela cabala bancária maçônica globalista para reduzir a população.”
Fake News disseminada na internet
Até parece absurda a necessidade de explicar esse ponto, mas a ciência já tem como estabelecido que a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida – também chamada de Aids – se trata de uma doença causada por meio da infecção com o retrovírus HIV.
A patologia foi reconhecida em meados de 1981, nos Estados Unidos, porém a sua ligação com o vírus ocorreu apenas dois anos depois, pelos grupos de pesquisa independentes que tiveram a liderança do cientista americano Robert Gallo e do virologista Luc Montagnier. O estudo chegou a ser divulgado na edição da época na revista Science.
Dados os fatos históricos e científicos, já está devidamente comprovado que não há qualquer possibilidade de contrair a doença pela vacina contra o coronavírus. Outro ponto está na suposta “queda de imunidade”.
A pesquisa atribuída para basear o argumento do autor da Fake News não tem as tabelas mencionadas nem aborda questões sobre imunidade natural do ser humano ou Aids. A queda registrada está na quantidade de anticorpos produzidos em vacinados, algo que não é uma novidade na comunidade científica e motivou a aplicação da dose de reforço após um tempo nos países.
A única relação entre HIV e vacinas contra a Covid-19 mostrada pela ciência desde o último ano está na utilização do Adenovírus-5 (Ad5) como vetor viral em imunizantes que utilizam essa plataforma.
Um artigo publicado em 2017 na Science Immunology mostrou que o Ad5, quando entra no corpo humano, induz um fenótipo – ou seja, um comportamento observável de um organismo – nas células T CD4 que poderia gerar um “aumento” das chances de entrada do HIV.
No entanto, esse tipo de adenovírus apenas está presente na segunda dose da vacina Sputnik V, visto que a primeira usa Adenovírus-26 (Ad26) – o mesmo da dose única da Janssen. Vale ressaltar que isso não afetaria qualquer outro imunizante – nem mesmo o da Fiocruz/AstraZeneca/Oxford, que usa adenovírus de chimpanzé.
Em outras palavras, tanto as vacinas não transmitem Aids como todas as vacinas usadas no Brasil nada têm relação com o Ad5, que também não passa o HIV, apenas pode facilitar a entrada dele – mas, caso você não tenha contato com o próprio vírus, você não se contaminará com ele, mesmo vacinado com a Sputnik.
Como é sempre importante reforçar, as Fake News podem ser evitadas ao sempre averiguar o que recebe nas redes sociais se aquela informação procede e não compartilhar a outras pessoas sem que haja a devida checagem dos fatos.
Muitas vezes, os usuários de redes sociais acreditam nas mensagens falsas porque foram encaminhadas de pessoas conhecidas e as repassam aos contatos da mesma forma que seus remetentes o fizeram anteriormente, sem qualquer pesquisa anterior.
Para você, qual é o impacto das Fake News na formação de opinião da sociedade brasileira? Participe conosco!
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