Após um hiato de 8 anos, a série 'Dexter' volta às telas em uma minissérie de doze episódios que chega para consertar o final decepcionante da última temporada, retratando novamente a vida de Dexter Morgan (Michael C. Hall), analista forense do Departamento de Homicídios da Polícia de Miami que está foragido depois de cometer uma série de assassinatos na cidade.

O revival foi nomeado de 'Dexter: New Blood' (sangue novo, em português) e estreou na última segunda-feira (08) na plataforma Paramount Plus e chegando com a premissa de limpar o passado do personagem e dar um final digno para a série, que durante as quatro temporadas iniciais foi um sucesso em todo o mundo, mas que desandou após Clyde Phillips deixar a direção.

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O primeiro episódio de 'Dexter: New Blood' apresenta aos telespectadores a vida do ex-perito forense logo após o final trágico da oitava temporada, em que o anti-herói decidiu se isolar em alguma cidade no interior dos Estados Unidos e adotar a identidade de 'Jim Lindsay' após a morte de sua irmã Debra Morgan (Jennifer Carpenter) e abandonar seu filho Harrison Morgan (Jadon Wells).

Os minutos iniciais revelam que Dexter de fato conseguiu escapar os investigadores do FBI e seguiu com seu plano de se tornar um cidadão comum, deixando todo o seu passado de lado e abandonando seu vício em cometer assassinatos, problema que se desenrola antes mesmo do fechamento do piloto.

Mantendo as aparências e trabalhando em uma loja de pescas e armamentos — comércio comum em cidades do interior dos EUA — Morgan indica durante mais da metade do episódio ter mudado sua índole e seguido os conselhos de Debra, morta no final do seriado original e que reaparece como uma espécie de 'consciência' para o serial killer redimido.

O começo é arrastado e tenta adotar diversas vezes uma reviravolta inesperada, mesma técnica usada nas quatro primeiras temporadas de Dexter e que não cabe nessa minissérie, sugerindo que mesmo após um intervalo de oito anos os produtores seguem apostando em uma fórmula que ruma ao fracasso.

Os mais de 50 minutos do primeiro episódio tentam comprimir o máximo de informações possível em pouco tempo, ação que é sentida ao longo da trama e que se assemelha com o que encontramos em outras séries do tipo spin-off, mesmo que não pertença a essa categoria.

Contrariando o que foi dito por Clyde Phillips, produtor-roteirista do seriado responsável pelas quatro primeiras temporadas, que durante uma entrevista afirmou que "[...] não terá nenhuma semelhança com o final original", o recente lançamento compartilha muitas características da série de 2006, embora traga uma nova problemática: o psicopata não quer mais matar (pelo menos durante os 40 minutos iniciais).

A história tenta levar os telespectadores a se emocionarem com a conversão do personagem que há quase uma década não calça suas luvas de látex e segura um bisturi, todavia não é isso que acontece. O novo ciclo retorna com algumas pendências que foram deixadas sem resolução em 2013 — quando a última temporada foi ao ar — trazendo de volta não apenas Deb, mas também Harrison, que surge como um jovem adolescente em busca do pai desaparecido.

Sem dar muitos detalhes, a produção bombardeia novamente os fãs da série com um excesso de informações que não se encaixam bem, sendo esperado que essas "pontas soltas" sejam amarradas durante os onze próximos episódios, tempo que aparentemente é curto para consertar um título que diversas vezes foi indicado ao Globo de Ouro, mas que assim como Supernatural, se perdeu ao tentar prolongar uma história que havia acabado há bastante tempo.

De modo geral, o que encontramos nos primeiros 57 minutos de 'Dexter: New Blood' é um ator que mesmo após anos conseguiu reassumir o papel com maestria, porém tem que lidar com uma história pouco cativante, cheia de clichês e que assim como o final do seriado original, tem grandes chances de ser mais uma mancha para o legado de Dexter Morgan.

O primeiro episódio não surpreendeu e causou receio nos fãs da série que foram traumatizados após um final ruim. Apesar disso, torcemos para que o revival caminhe bem e mude nossa perspectiva.

A série está disponível para os assinantes do serviço Paramount+ e terá novos episódios adicionados semanalmente às segundas-feiras.

• Usuários do Prime Video podem contratar o 'Channels' pelo valor de R$ 19,90/mês e assistir o revival de Dexter através da plataforma da Amazon.