Tech 12 Nov
Pesquisadores da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FM-USP) estão conduzindo um estudo para tentar criar uma resposta imune contra o vírus HIV, causador da Aids, em bebês e recém-nascidos.
De acordo com os realizadores da pesquisa, publicada no Journal of Infectious Diseases, o objetivo é que ela possa servir como uma terapia futura contra a doença, que até o momento não possui cura.
Os cientistas estimularam a resposta inata em células retiradas do cordão umbilical de bebês que as mães não tinham HIV e foram incubadas in vitro. A pesquisa é focada nos macrófagos, que se tornam reservatórios do vírus após a infecção.
“Esse achado sem dúvida colabora para o desenvolvimento de tratamentos antivirais alternativos para os bebês, os testes foram realizados com o HIV, mas é muito provável que isso se dê da mesma forma com outras doenças virais ou bacterianas", disse a professora da FM-USP e autora principal do estudo, Maria Notomi Sato.
Ainda segundo os cientistas, cerca de 9% dos casos de Aids do mundo são causados após mães transmitirem o vírus HIV para seus bebês, seja na gestação ou na amamentação. Eles são mais suscetíveis a infecções.
“Leva algum tempo até que a imunidade dos bebês esteja inteiramente madura. Isso porque, embora muito dos anticorpos venha da mãe, a parte celular da resposta imune surge mais devagar. Por isso, há essa maior susceptibilidade a vários tipos de infecção no período pós-natal", complementou a pesquisadora.
Novos estudos complementares ainda devem ser feitos no futuro para oferecer esses compostos para os nenéns a fim de ativar a resposta antiviral, fazendo com que eles respondam tão bem quanto adultos, a ponto de prevenir a própria infecção.
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