Ios 03 Dez
Lançados no final de 2019, Pokémon Sword e Shield são a segunda iteração da franquia lançada para o Nintendo Switch e, como de praxe, trouxeram uma nova região e monstrinhos inéditos, além de trazer mecânicas aprimoradas, mas não demorou muito para que os fãs começassem a expressar seu descontentamento com algumas limitações dos jogos e até os taxassem como os piores da franquia.
Algum tempo depois do lançamento, tivemos a oportunidade de jogá-lo, juntamente com as expansões The Isle of Armor e The Crown Tundra e iremos falar um pouco sobre como foi nossa experiência, ainda mais para quem havia deixado de acompanhar os jogos da franquia por um tempo.
Pra quem cresceu acompanhando os jogos de Pokémon tradicionais, com mapas pouco explorativos e uma mecânica mais travada, chegar em Pokémon Sword é um verdadeiro choque.
Claro, não temos aqui gráficos de última geração e realistas como os proporcionados pelo PS4 e Xbox One, já que as limitações técnicas do Nintendo Switch impedem a criação de um jogo mais rebuscado, mas ainda assim, o título consegue impressionar logo de cara, ainda mais para quem passou um tempo fora da franquia.
Usando a mecânica apresentada em Pokémon Let's Go, Sword nos coloca em um mundo onde os Pokémon realmente aparecem andando no mapa, deixando tudo mais vivo e imersivo, além de facilitar a vida de quem quer explorar mais sem ser constantemente incomodado pelos monstrinhos.
É incrível andar pelas paisagens de Galar enquanto observa ao longe uma Butterfree voando, ou entrar em um lago e se deparar com um Gyarados raivoso enorme. Isso realmente traz a sensação de viver no mundo de Pokémon e se mostra como uma das mudanças mais promissoras que a série já apresentou.
Lembro-me que um dos momentos mais impactantes foi chegar na Ilha da Armadura e avistar um Wailord gigantesco na água, o que certamente é algo único para os fãs.
Outro ponto bem positivo é o ganho coletivo de experiência, onde sua equipe ganha pontos ao capturar ou derrotar um Pokémon inimigo, o que deixa a experiência de fortalecer sua equipe e evoluções menos maçante e mais dinâmica.
Quem acompanhava os jogos mais recentes de fora, tinha a impressão de que eles estavam estagnados e não apresentavam uma evolução significativa, mas a realidade é que tive uma experiência completamente nova ao jogar Pokémon Sword.
Além das mudanças citadas acima, o jogo acabou se tornando mais dinâmico, mais simples e menos "burocrático". Em títulos anteriores, a remoção de habilidades obrigatórias como Voar, Surfar e etc já estava acontecendo, mas aqui, tudo fica ainda mais fácil e menos atrelado aos seus Pokémon em si, dando mais liberdade e flexibilidade para que os jogadores escolham o time que quiserem.
Como um fã de animação em 3D e gráficos bem polidos, confesso que torcia o nariz ao ver vídeos do jogo, mas ao jogar, a sensação é diferente. É claro, sempre há espaço para melhorias e muita coisa ali poderia ser melhor trabalhada, mas ainda assim, os gráficos funcionam e até consegui me impressionar em alguns momentos.
Vale dizer que estamos falando de um console híbrido, o que faz com que o resultado gráfico no modo portátil seja ainda mais surpreendente.
É claro, a falta de localização em português do Brasil continua sendo uma grande falha da Nintendo, ainda mais em um mercado tão grande como o nosso.
Além de apresentar os Pokémon no mapa, como dito acima, outra mudança interessante são os climas, que fazem com que tenhamos monstrinhos diferentes na selva para cada clima, o que deixa o mapa sempre renovado e permite que façamos muitas descobertas novas sempre que o clima muda.
As mudanças climáticas também facilitam bastante completar a sua PokéDex, já que você encontra todo o tipo de Pokémon no mapa, até mesmo as evoluções finais como Dragonite, Magmortar, Gengar e assim por diante. Inclusive, embora eu tenha achado essa coisa de encontraras evoluções finais no mapa algo muito positivo, ela acaba tirando um pouco da experiência de treinar um Pokémon para fazer evoluir, principalmente aqueles que evoluem através da troca.
Por falar em trocas, irei falar um pouco mais sobre isso adiante.
Quando Pokémon Go foi lançado, o jogo mobile rapidamente se tornou um fenômeno, mas para alguns, o título acabou perdendo seu atrativo e foi deixado de lado. Mesmo com as inovações como as batalhas de ginásio e PvP, o jogo ainda não parecia atrativo o bastante para quem havia deixado ele de lado, mas imagine minha surpresa ao descobrir que eu o eu havia feito por lá não tinha sido em vão.
Caso você não saiba, o Pokémon Home é uma espécie de central de armazenamento de Pokémon, onde você pode transferir seus Pokémon de gerações anteriores e até mesmo realizar trocas com outro jogadores. Acontece que esse sistema também aceita a transferência de monstrinhos capturados no Pokémon Go! Ou seja, tudo o que eu havia capturado lá enquanto jogava, podia ser aproveitado, já que os Pokémon armazenados no Home podem ser transferidos para o Sword.
Isso certamente agilizou bastante na hora de completar minha Dex, além de ter Pokémon sobrando para trocar pelos que eu não tinha.
Apesar de ser um serviço pago, o Home certamente é uma ideia interessante e até mesmo reacendeu minha vontade de jogar Pokémon Go, já que sei que poderei usar os Pokémon capturados lá de alguma forma.
É claro, não dá pra ignorar as críticas dos fãs e dizer que tudo é perfeito. Apesar de não ter jogado o título logo no lançamento e antes das expansões, posso dizer que a falta da Pokédex nacional realmente incomoda em alguns momentos e você fica com a sensação de que poderiam ter mais monstrinhos.
Apesar de ter muito o que capturar e muito o que se explorar, é claro que sempre vai ficar faltando um ou outro favorito, mas com tantas opções, fica cada vez mais difícil imaginar que eles voltarão a colocar todo o catálogo disponível em um jogo novamente.
Um ponto que ainda continua me incomodando bastante são as animações dos ataques, que continuam sendo padronizadas e pasteurizadas, tirando bastante o brilho das batalhas. Seria incrível ver um Blastoise disparando a bomba de água pelos jatos em suas costas e não pela boca, ou em alguns casos, Pokémon que soltam o ataque pela testa, quando poderiam ter sido animados com mais capricho, ainda mais levando em conta que o jogo não conta com todos os monstrinhos do catálogo.
Outro ponto que me incomodou um pouco no jogo é a falta de itens para carregar os Power Points. Exceto por algumas raras unidades espalhadas pelo mapa, os itens não podem ser adquiridos no mercado, como era de costume.
Essa mudança vem para "forçar" as novas mecânicas do jogo, onde você deve coletar muitas frutas das árvores, já que uma delas pode ser usada para recarregar PP, além de também serem usadas no seu acampamento, como ingredientes para cozinhar. Os acampamentos acabaram se tornando um dos pontos mais fracos desse novo jogo, já que não me via motivado a usar o recurso e sempre achava bem chato ter que ficar cozinhando ou coisas do tipo.
Por fim, temos que falar sobre os Dynamax ou Gigantamax, um dos grandes destaques do jogo. Embora a ideia de usar Pokémon gigantescos nas batalhas parecesse interessante inicialmente, no decorrer do jogo, você descobre que a mecânica não é tão divertida assim e pouco influencia na transformação, a menos que você esteja usando um Pokémon genuinamente Gigantamax e não um Dynamax.
Sei que pode parecer confuso, mas os Dynamax são apenas as formas gigantescas dos monstros, com leves variações nos ataques, enquanto os Gigantamax são a forma gigantesca com transformações físicas e ataques únicos. Independente disso, a ideia das megaevoluções apresentadas em Pokémon Sun e Moon ainda parecem mais interessantes.
Embora a saga tenha voltado para os moldes mais tradicionais com os remakes de Pokémon Diamond e Pearl, em 2022, teremos o lançamento de Pokémon Legends: Arceus, que mais uma vez nos coloca em um mapa de mundo aberto, com Pokémon caminhando livremente por aí e expandindo as mecânicas vistas em Sword e Shield.
Independente da reação inicial negativa por parte dos fãs, foi bom ter essa nova experiência com o jogo, ainda mais quando havia deixado Pokémon de lado por tanto tempo. É incrível pensar como ainda consigo me divertir e entreter com a franquia, ainda mais tendo crescido acompanhando ela desde os anos 90.
O saldo final certamente foi positivo, mas seria bom se essas evoluções surpreendentes viessem mais rápido e mais lapidadas, o que certamente faria com que a franquia ganhasse ainda mais prestígio.
Trazendo mudanças interessantes para a exploração, o jogo se mostra um dos mais atraentes para quem busca voltar a investir na franquia.
Apesar de trabalhar bem com os limites do Switch, as animações poderiam ser mais lapidadas e melhor trabalhadas.
Em termos de história, Sword e Shield acabam se mostrando um dos mais fracos da franquia, com um desenvolvimento confuso dos inimigos e sendo totalmente ofuscada pela jogabilidade.
Apresentando versões repaginadas de trilhas antigas, a sonorização do jogo é competente e serve para deixar a aventura ainda mais agradável.
A sensação de capturar e estar dentro do universo de Pokémon nunca foi tão palpável.
Trazendo elementos bem interessantes e que tornam o jogo muito rico em alguns aspectos, Sword é uma experiência gratificantes, principalmente se você está conhecendo os jogos de Pokémon agora.
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