Curiosidade 23 Dez
A segurança digital é um tema cada vez mais discutido e agora especialistas pesquisam formas de tornar estes sistemas cada vez mais seguros, já que hackers já conseguem até mesmo burlar certos sistemas envolvendo dois fatores. A aposta da vez para os cientistas da Coreia do Sul são as chaves de autenticação física criadas a partir de fibras naturais como a do bicho-da-seda.
Os pesquisadores do Instituto de Ciência e Tecnologia Gwangju (GIST) da Coreia do Sul descrevem como isto foi feito a partir de fibras da seda produzida pela espécie Bombyx mori em um artigo publicado na Nature Communications intitulado como "Revisiting silk: a lens-free Optical Physical Unclonable Function".
Segundo o artigo, as chaves físicas não-clonáveis são criadas com um sensor de imagem, um refletor de luz e 3 diodos que emitem luminosidade para criar padrões refletidos na seda que são utilizados para autenticação da chave.
Fibras distribuídas aleatoriamente na seda geram difrações espacialmente caóticas, formando pontos autofocados na escala milimétrica. As nanoestruturas em microfibras individuais aumentam o contraste da intensidade da luz em relação ao fundo. A luz difratada é então capturada por um sensor de imagem. Como o padrão dos microburacos é feito naturalmente, ele é único, dando origem a um padrão único de luz.
Dentre as vantagens deste método estão o baixo-custo por dispensar processos prévios ou posteriores para sua criação e ainda ser ambientalmente correta por utilizar materiais biodegradáveis.
Dessa forma, as estruturas microscópicas da seda criada pelo inseto funcionam como impressões digitais únicas que não podem ser copiadas por nenhum sistema ou impressora, levando ainda mais segurança as chaves de autenticação.
Por fim, os padrões da seda ainda podem ser convertidos em formato digital em 15 cartões de identificação feitos dela própria, dos quais leitores podem extrair chaves de autenticação únicos.
Os cientistas ainda realizaram experimentos envolvendo ataques básicos de força bruta para tentar quebrar a criptografia desses sistemas. Os testes revelaram que um ataque levaria pelo menos 5 x 10⁴¹ anos, o que significa que ela é praticamente inquebrável por este método que foi criado pela natureza e agora pode ser explorado pelo ser humano de forma sustentável.
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