Apple 30 Jun
Buscando uma maneira mais sustentável de produzir madeira, cientistas do MIT criaram uma nova técnica de bioimpressão 3D que facilita a obtenção da matéria-prima. Com a pesquisa, eles conseguiram desenvolver um material vegetal muito semelhante à textura e propriedades da madeira.
Para esse resultado, eles combinaram e equilibraram determinados produtos químicos utilizados durante o processo de crescimento, assim, conseguiram estimar a rigidez e densidade do material vegetal que estava sendo produzido. A vantagem da matéria sintética feita em laboratório se dá pelo fato de que os produtores podem criar tamanhos e formatos que não são encontrados na natureza.
Abaixo, os cientistas detalharam como cultivaram células vegetais e estimularam o crescimento destas com hormônios para que obtivesse o resultado esperado.
“Nossa pesquisa demonstra que materiais vegetais cultivados em laboratório podem ser ajustados para ter características específicas, o que poderia permitir que produtos de madeira fossem cultivados com as características exatas necessárias para uma determinada aplicação, como alta força para suportar as paredes de uma casa ou certas propriedades térmicas para aquecer mais eficientemente uma sala”, diz Luis Fernando Velásquez-García, cientista principal dos Laboratórios de Tecnologia de Microssistemas do MIT.
O processo consiste em isolar células vegetais da espécie Zinnia elegans e semeá-las em meio líquido durante dois dias. Depois disso, elas são submetidas a um meio gelatinoso com nutrienes e hormônios durante três meses.
Pode parecer muito tempo, mas Velásquez-García reitera que não há comparação com o que o ritmo natural demoraria. “Mesmo com esse período de incubação, o processo é cerca de duas ordens de magnitude mais rápidas do que o tempo necessário para uma árvore crescer até a maturidade”, diz.
Depois do período de incubação, o material é desidratado e levado para análise. Nas descobertas do estudo, os cientistas apontam que, quando submetidas a níveis hormonais mais baixos, células resultam em um produto mais arredondado e com menor densidade. Já no caso de níveis hormonais mais altos, o material consistirá em estruturas celulares menores e mais densas.
Para um resultado mais personalizado da madeira sintética, a bioimpressora 3D entra em ação com um arquivo de design auxiliado por computador, que deposita a cultura do gel celular em uma forma específica. Os cientistas dizem que as culturas celulares podem continuar a crescer por meses após a impressão.
O principal objetivo na divulgação desse experimento, dizem os cientistas, é incentivar outros pesquisadores a buscar alternativas para reduzir o desmatamento.
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