Tech 06 Jan
A cerca de 270 milhões de anos-luz da Terra, na constelação de Pegasus, está localizado um famoso grupo compacto de cinco galáxias conhecido como Quinteto de Stephan. Na segunda-feira (09), cientistas divulgaram uma nova imagem desse aglomerado como parte de um estudo que busca entender como as formações interagem.
A fotografia mostra em seu plano de fundo um registro detalhado do Quinteto de Stephan pelos sensores do telescópio James Webb. À frente, é possível ver as áreas em que há mais atividade resultante da interação das galáxias NGC 7317, NGC 7318a, NGC 7318b, NGC 7319 e NGC 7320, conforme registrado pelo observatório ALMA, no Chile.
Uma vez que esse estudo combina dados de gás hidrogênio quente e frio — especialidades do James Webb e ALMA, respectivamente —, foram feitas observações de emissões de rádio a partir da base terrestre e comprimentos de onda infravermelha do espectro eletromagnético a partir do telescópio da NASA, ESA e CSA.
A NGC 7318b é uma “intrusa” no quinteto, uma vez que somente as demais galáxias realmente formam uma associação física. Esse gigantesco aglomerado de gás está invadindo o grupo a uma velocidade relativa de 800 km/s e está em rota de colisão com a NGC 7318a.
“À medida que a intruso colide com o grupo, ela passa por um antigo rastro de gás que provavelmente foi causado por uma interação anterior entre duas das outras galáxias, e isso está gerando a formação de uma onda de choque gigante”, disse Philip Appleton, cientista sênior do Centro de Processamento e Análise Infravermelha (IPAC) do Caltech.
Conforme essa “onda de choque” passa pelo rastro aglomerado, uma camada fria instável é criada. As regiões afetadas por essa atividade incomum acabam gerando estruturas inesperadas e fomentam a reciclagem de gás hidrogênio molecular presente no grupo — formando um ambiente ideal para o nascimento de novas estrelas.
Os dados coletados pelos observatórios são de interesse científico, uma vez que podem fornecer novos conhecimentos sobre como o gás hidrogênio quente e frio das galáxias está interagindo, possivelmente criando estruturas de escala acima de estrelas. Astrônomos creem que essas interações também podem estar formando uma nova galáxia anã.
“[O estudo] é importante porque o hidrogênio molecular forma a matéria-prima que pode formar estrelas, portanto, entender seu destino nos dirá mais sobre a evolução do Quinteto de Stephan e das galáxias em geral”, segundo Appleton.
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