Economia e mercado 27 Jan
Os carros elétricos vendidos no Brasil terão a sua autonomia reduzida em torno de 30%. Entretanto, isso não significa que é um problema ligado a algum defeito e além disso, possui relação com o Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia. Afinal, o órgão vai mudar a forma de divulgar o alcance dos veículos dessa categoria.
Na prática, essa é uma solução que tem como objetivo fazer com que o número anunciado se torna mais próximo da capacidade do automóvel de alcançar a marca em condições reais de uso. Nesse sentido, Henry Joseph Jr., que é diretor técnico da Anfavea, participou das discussões do moto método e explicou:
Nos Estados Unidos, há algum tempo, eles observaram que os testes levavam a valores muito bons quando comparados ao uso real, na rua. Essa diferença acabou sendo bastante discutida. Então, criaram um fator de deflação, feito em vários tipos de veículo. Assim, sobre o valor obtido no laboratório é aplicada a deflação. Na hora que o consumidor pega o consumo de combustível de km/l, o valor que vê na etiqueta, é muito próximo ao que vai aferir no uso real
O Inmetro, então, vai aplicar uma espécie de pênalti entre 20% e 30%, como já ocorre nas medições de consumo de combustível nos modelos de carros movidos a combustão. Adalberto Maluf é presidente da Associação Brasileira do Veículo Elétrico e diretor da BYD do Brasil, disse que acha essa iniciativa um pouco precipitada, além da forma de testar não ter sido alterada:
A padronização é boa para que o consumidor saiba como se posicionar em cada contexto. Mas ninguém do setor imaginava que fossem usar esse pênalti de 30%. É um percentual que o EPA (método de aferição dos EUA) usa em relação ao padrão internacional, mas isso sobre um país com comportamento diferente do Brasil
A Anfavea, por sua vez, toma um posicionamento a favor da novidade:
Se você usar o carro em condições muito favoráveis, sem ar-condicionado, em uma estrada mais reta, com pneus na pressão adequada, pouco peso, sem acelerações bruscas, o clima estiver na faixa de 20 a 22 graus, todos esses fatores vão favorecer muito a autonomia. Mas essas condições não são as que as pessoas enfrentam no dia a dia
No mundo, o segmento de carros elétricos segue em crescimento e um levantamento recente apontou que 10% dos veículos vendidos em 2022 eram dessa categoria. A Volkswagen, por exemplo, chegou a bater recorde na quantidade de modelos vendidos.
Quanto à essa novidade, o Inmetro não chegou a se pronunciar até o momento. Mas, caso o órgão divulgue alguma novidade, esta matéria será atualizada.
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