25 Maio 2024
O telescópio James Webb segue captando imagens impressionantes de diferentes fenômenos espaciais. Nessa semana, a Nasa destacou dois eventos que devem agregar aos estudos sobre o funcionamento do universo —uma captura detalhada de imagens em infravermelho de estrelas em formação e a presença de vapor d'água ao acompanhar a gestação de planetas rochosos a 370 anos-luz de distância.
No primeiro caso, divulgado pela agência espacial na última quarta-feira (26), é possível acompanhar o par de jovens estrelas chamadas Herbig-Haro 46/47 (imagem abaixo). Elas estão enterrados profundamente em um disco de gás e poeira que alimenta o crescimento delas à medida que continuam a ganhar massa. O disco não é visível, mas sua sombra pode ser vista nas duas regiões escuras e cônicas que cercam as estrelas centrais.
Os detalhes mais impressionantes são os lóbulos de dois lados que se espalham a partir das estrelas centrais em formação ativa, representadas em laranja ardente. Grande parte desse material foi expelido dessas estrelas à medida que elas ingerem e ejetam repetidamente o gás e a poeira que as cercam imediatamente ao longo de milhares de anos.
As estrelas estão a 1.470 anos-luz de distância na Constelação Vela. Descobertas como essas fornecem aos cientistas informações sobre quanta massa as estrelas se acumulam ao longo do tempo, potencialmente permitindo que eles modelem como nosso próprio Sol.
Já no outro caso, os insights partem do sistema planetário PDS 70. Novas medições de um dispositivo do James Webb detectaram vapor de água no disco interno do sistema, a distâncias de menos de 160 milhões de quilômetros da estrela —onde planetas rochosos podem estar se formando.
Esta é a primeira detecção de água na região terrestre de um disco já conhecido por hospedar dois ou mais protoplanetas. PDS 70 é uma estrela do tipo K, mais fria que o Sol, e tem uma idade estimada de 5,4 milhões de anos. Isso é considerado antigo na escala das estrelas com discos formadores de planetas, o que tornou surpreendente a descoberta do vapor d'água.
Os cientistas agora se perguntam de onde a água estaria surgindo. Há duas hipóteses: uma é que as moléculas de água estejam se formando no local, onde as detectamos, à medida que os átomos de hidrogênio e oxigênio se combinam; a outra é que as partículas de poeira cobertas de gelo estão sendo transportadas do disco externo frio para o disco interno quente, onde o gelo de água sublima e se transforma em vapor.
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