A NASA apresentou um novo relatório abordando investigações sobre objetos voadores não identificados — popularmente conhecidos como OVNIs. Na manhã desta quinta-feira (14), a agência espacial divulgou novas informações e comentou sobre suas pesquisas em torno desses fenômenos com fundamentos científicos que visam desmentir boatos.

As análises iniciais apontam que não há evidência de atividades extraterrestres por trás dos fenômenos aéreos desconhecidos investigados, contudo, os dados ainda são escassos, e nenhuma hipótese é descartada, segundo David Spergel, presidente da equipe independente que produziu a análise encomendada pela NASA.

Bill Nelson, administrador da NASA, frisa que não liderará a equipe de pesquisas sobre incidentes com objetos voadores não identificados, mas reitera que irá compartilhar os dados obtidos nas investigações com mais transparência.

“[Nosso primeiro objetivo] é examinar as formas como a NASA pode usar sua experiência e instrumentos para estudar fenômenos anômalos não identificados sob uma perspectiva científica. Então, mudaremos a conversa de ‘sensacionalismo’ para ‘ciência’”, disse o líder.

À imprensa, David Spergel, que atua como presidente da fundação voltada para pesquisas em ciências básicas e matemáticas Simons Foundation e lidera a pesquisa encomendada pela NASA, afirma que os estudos ainda carecem de dados e amostras, mas acrescenta que o programa visa incluir novas informações conforme disponíveis.

Nicola Fox, administradora associada da equipe, afirma que os OVNIs “seguem como um dos maiores mistérios do nosso planeta”, e esse mistério ocorre principalmente em função da ausência de dados de observação que possam fazer conclusões definitivas sobre os objetos.

Para contribuir na coleta de amostras, a equipe propõe o uso de inteligência artificial para ajudar na identificação de ocorrências dos fenômenos misteriosos em grandes bancos de dados. As ferramentas poderiam incluir também aplicativos para smartphones e outros metadados produzidos por cidadãos em todo o mundo, segundo o relatório.

O painel também vê vantagens em aumentar os esforços potenciais de coleta de dados usando técnicas modernas de crowdsourcing, incluindo aplicativos baseados em smartphones com código aberto que coletam simultaneamente dados de imagem e outros dados de sensores de smartphones de vários cidadãos observadores.

O último parágrafo do relatório de 36 páginas divulgado pela NASA afirma que “não há razão para concluir que os atuais incidentes de fenômenos anômalos não identificados tenham origem extraterrestre”, contudo, a possibilidade não é descartada.

A NASA comentou sobre fotografias que viralizaram na última terça-feira (12) ao exibir supostos corpos de seres extraterrestres sendo apresentados ao Congresso do México. Na ocasião, um especialista alegou que os corpos parecem ter mais de mil anos, considerando os valores do isótopo carbono-14.

Sam Cabral, da BBC, perguntou ao painel de especialistas sobre as fotografias. “Disponibilize amostras para a comunidade científica mundial e veremos o que tem ali”, disse David Spergel.

A autenticidade dos espécimes é recebida com cepticismo pela comunidade científica. Jaime Maussan, especialista autoproclamado em OVNIs que teria encontrado os corpos de ETs na cidade de Cusco, no Peru, em 2017, já havia feito afirmações sobre vida extraterrestre que acabaram desmentidas pelos especialistas.

*Imagem de capa: um balão meteorológico flutuando no céu após ser lançado no Cabo Canaveral, na Flórida, que fora confundido com um OVNI.