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Veneno de aranha brasileira ajuda a descobrir possível aliado no tratamento do câncer

20 de fevereiro de 2024 2

Cientistas do Hospital Israelita Albert Einstein e do Instituto Butantan estão investigando uma substância que poderia ajudar no tratamento da leucemia, tipo de câncer que afeta as células sanguíneas. Embora os resultados sejam recentes, a inspiração para esses estudos remonta quase três décadas e deriva do veneno de uma aranha brasileira.

A substância em questão é uma poliamina — toxina comum em venenos — obtida a partir do veneno da Vitalius wacketi, uma espécie de aracnídeo que habita o litoral paulista. Hoje, essa substância pode ser sintetizada em laboratórios, facilitando sua produção. Em análises preliminares, a molécula apresentou um efeito positivo no combate à leucemia.

Vitalius wacketi é a espécie de aranha-caranguejeira que inspirou os estudos (Imagem: Butantan)

Os pesquisadores observaram resultados promissores em análises in vitro, e já estão garantindo patentes relacionadas às técnicas aplicadas no estudo para a sintetização da molécula. Confira a história das pesquisas e os novos resultados a seguir.

Pesquisa é inspirada em aranha brasileira

O estudo remonta à década de 1990, quando um grupo de pesquisadores do Instituto Butantan fizeram uma série de pesquisas pelo litoral de São Paulo. O intuito das expedições era coletar aranhas em movimentações após o corte de árvores, por exemplo.

Pedro Ismael da Silva Junior, biólogo do Laboratório de Toxinologia Aplicada do Instituto Butantan, e Rogério Bertani, aracnólogo, eram ambos integrantes da equipe. O trabalho dos especialistas, posteriormente, foi utilizado pelo bioquímico Thomaz Rocha e Silva, que hoje trabalha no Hospital Israelita Albert Einstein.

(Imagem: Hospital Israelita Albert Einstein via BBC)

Rocha e Silva começou a investigar possíveis atividades farmacológicas de substâncias presentes no veneno da Vitalius wacketi, espécie predominante nas movimentações.

“Ao estudar aranhas do gênero Vitalius, encontramos no veneno uma atividade neuromuscular”, explica Rocha e Silva. “Fomos atrás da toxina responsável por esse efeito, que era uma poliamina grande e instável”, remonta o especialista, que isolou a molécula em questão. Silva Junior conseguiu sintetizar essa substância em laboratório.

Testes in vitro se mostram promissores

A poliamina foi submetida a análises in vitro para verificar sua atividade farmacológica. Em um dos testes envolvendo células cancerosas, a ação da molécula se mostrou “importante”, uma vez que a substância causou a morte dessas células.

Um detalhe que chama atenção é que a morte das células malignas ocorreu a partir de um processo chamado de “apoptose”, também conhecido como “morte programada das células”, que é um fenômeno significativamente menos prejudicial ao corpo humano.

(Imagem: Reprodução)

Abordagens terapêuticas contra o câncer mais convencionais ocorrem com a necrose das células malignas, mas segundo Rocha e Silva, este processo desencadeia uma resposta inflamatória no organismo devido ao colapso das células.

Embora existam tratamentos oncológicos que induzem a apoptose nas células cancerosas, sua viabilidade é muitas vezes limitada pelo alto custo e complexidade na fabricação dos medicamentos envolvidos. A molécula encontrada no veneno da aranha, sintetizada em laboratório, oferece uma solução mais acessível e com produção simplificada.

Técnica patenteada

Com os resultados promissores, os especialistas registraram a patente da técnica utilizada na sintetização da poliamina — não da substância em si, visto que não é possível garantir direitos de propriedade intelectual sobre produtos encontrados na natureza.

Einstein e Butantan estão em contato com parceiros em potencial para licenciar a tecnologia e dar seguimento às pesquisas. “Nem o Einstein, nem o Butantan, têm capacidade de produção da molécula, mesmo que seja para gerar o material necessário para os testes clínicos de fase 1”, disse Cristiano Gonçalves, gerente de Inovação do Butantan.

Com isso, parcerias com grandes empresas farmacêuticas serão fundamentais para dar continuidade ao promissor estudo da poliamina. A substância precisará ser avaliada em cobaias sob testes laboratoriais para que os especialistas verifiquem sua eficácia e segurança em seres vivos, indo além dos dados obtidos nos testes in vitro.


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