
Asus 13 Fev
14 de fevereiro de 2025 15
Atualização (14/02/2025) - EB
O cadastro de íris foi suspenso no Brasil pela World após um recurso da empresa ser negado pela ANPD (Autoridade Nacional de Proteção de Dados) na terça-feira (11). Entretanto, o problema vai além da privacidade dos usuários, pois muitos deles estão relatando problemas para acessar o aplicativo da World, perdendo o acesso à quantia recebida em troca da biometria.
A maioria dos usuários reclama de dificuldades para acessar o aplicativo, transferir o dinheiro e corrigir envios feitos para contas erradas. Uma delas é Vivian Caramaschi, que afirma não ter recebido nenhum pagamento desde novembro de 2024:
Tentei entrar em contato pelo chat do app várias vezes e o problema não foi resolvido. Então, decidi vir aqui na loja. Aí me disseram que talvez eu tenha sido banida por alguma atividade suspeita. Mas que atividade? Não sei, e não deixei ninguém mexer no celular. Perdi a conta e o dinheiro.
O pagamento pelo cadastro da íris é de 20 Worldcoin após 24 horas e mais 28 Worldcoin por mês ao longo de um ano se o usuário mantiver o aplicativo instalado no seu celular. A Worldcoin é uma criptomoeda criada pela World, que não permite o recebimento do pagamento em Real.
Em resposta, a World diz que há um canal de suporte no aplicativo que armazena as Worldcoin, mas os usuários dizem que o atendimento é feito por robôs que não ajudam e apresentam vários problemas.
Uma das falhas mais populares entre os usuários é a relatada por Marilis Casco Morales, que escaneou sua íris em dezembro e não consegue sacar os R$ 296,81 da primeira parcela por perder o acesso ao aplicativo.
Desinstalei o aplicativo e baixei novamente. Na hora de digitar a senha, o app diz que está errada.
O suporte do aplicativo afirma que ele não pode mais resgatar o valor por não fazer o backup da conta antes de desinstalar o World App pela primeira vez, porém a World não explica porque a desinstalação do aplicativo pode impedir o acesso do usuário. Segundo a World, a opção de backup é mostrada ao se inscrever no aplicativo.
Em resposta, a World emitiu a seguinte nota:
A World oferece um canal de suporte no World App, pelo qual os atuais participantes podem esclarecer suas dúvidas a respeito dos tokens. Esclarece também que os operadores dos espaços físicos são o ponto de contato para orientação sobre o processo de verificação. O back-up do World App é fundamental para a utilização do app. No momento do download do World App, as pessoas têm a opção de fazer o back-up no local de sua preferência ou incluir um número de celular para recuperar a sua conta, o que é opcional. Não há período mínimo em que o World App precise estar instalado, podendo haver a desinstalação e a reinstalação, desde que tenha sido realizado o back-up.
A World também afirma que os seus funcionários não são treinados para solucionar eventuais problemas, apenas para explicar a tecnologia e auxiliar na leitura da íris.
Outros usuários reclamam da flutuação da cotação da Worldcoin. Um deles é Cristiano Barbosa, que fez a leitura da íris em dezembro com a promessa de receber R$ 300, mas agora somente pode sacar R$ 24,77.
Na unidade do Bosque da Saúde (Zona Sul), me disseram que eu ia receber em média R$ 300. O rapaz aqui me explicou que não, que agora eu tinha só três moedas. Ele me fez retornar o valor ao cofre e, agora, pode ser que o valor que eu tenho fique maior ou menor, vai depender da variação.
Por conta dos problemas, vários usuários do World App dizem que vão registrar boletins de ocorrência e ameaçam processar a World com base no Código de Defesa do Consumidor, pois consideram que a empresa não os orientou adequadamente, reclamações apoiadas por especialistas do meio jurídico.
Atualização (11/02/2025) - EB
O cadastro de íris foi suspenso novamente no Brasil pela World após um pedido da ANPD (Autoridade Nacional de Proteção de Dados). Em janeiro, o cadastro havia sido retomado após um recurso movido pela empresa, que foi negado posteriormente.
Segundo a ANPD, o pagamento em troca dos dados biométricos pode prejudicar a obtenção do consentimento. Ela também determinou que Tools for Humanity (TfH) indique quem é o encarregado pelo tratamento dos dados pessoais dos usuários em seu site oficial.
Em resposta, a TfH diz que o serviço de cadastro de íris está consoante com a lei brasileira e a "suspensão é temporária e voluntária."
Até o momento, mais de 400 mil brasileiros digitalizaram suas íris nos estandes da TfH, recebendo 25 worldcoins (criptomoeda da própria empresa) avaliados em cerca de R$ 190. Aqueles que mantiverem o aplicativo instalado por um ano poderão resgatar 48,5 worldcoins no total.
A ideia da World é criar serviços de identificação que permitam diferenciar seres humanos de robôs na internet usando a tecnologia de biometria da íris. Apesar da posição da ANPD, a World diz:
Como a ANPD está ciente, será necessário tempo para cumprir com a sua ordem.
Atualização (30/01/25) - JB
Após a Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) suspender o pagamento pela coleta de íris no Brasil, a World entrou com um recurso para continuar trabalhando normalmente no país.
Segundo posicionamento enviado ao TudoCelular, esse recurso tem efeito suspensivo, fazendo com que, enquanto ele está em análise, o serviço permaneça inalterado.
Assim, o pagamento com o Worldcoin token continua acontecendo normalmente, enquanto a companhia presta os devidos esclarecimentos à ANPD.
A empresa ainda explica:
Não é incomum que ideias inovadoras e novas tecnologias levantem questionamentos. Nesse sentido, a rede World tem colaborado ativamente com a autoridade regulatória brasileira desde antes de seu lançamento no país. Esse diálogo continua até hoje, pois a World está comprometida em fornecer todos os esclarecimentos necessários para garantir o total entendimento de sua tecnologia, da transparência e da segurança em suas operações.
Por fim, a World disse que deve colaborar para seguir todas as regras brasileiras:
A World trabalha para estar em total conformidade com todas as leis e regulamentações aplicáveis ao tratamento de dados pessoais nos mercados em que atua. E também tem empenhado todos os esforços para esclarecer a população sobre os enormes benefícios que a nova tecnologia trará para a humanidade. A World e a ANPD compartilham um objetivo comum: privacidade e proteção de dados, e estamos confiantes de que chegaremos a um entendimento sobre este serviço tão importante.
Atualização (28/01/25) - JB
A Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) suspendeu o pagamento de qualquer compensação financeira pela coleta de íris no Brasil. A ordem foi expedida na última sexta-feira para a empresa multinacional Tools For Humanity.
Segundo a ANPD, o tratamento dos dados pessoais feito pela empresa é "particularmente grave", uma vez que não há a possibilidade de excluir os dados biométricos coletados, além de ser basicamente impossível revogar o consentimento.
A agência do governo também determinou que a companhia mostre, no seu site, a identificação do tratamento das informações pessoais.
Nos termos da LGPD, o consentimento para o tratamento de dados pessoais sensíveis, como é o caso de dados biométricos, precisa ser livre, informado, inequívoco e fornecido de maneira específica e destacada, para finalidades específicas.
Em nota encaminhada à imprensa, a ANPD ainda diz:
A Coordenação-Geral de Fiscalização entendeu que a concessão de contrapartida pecuniária pela empresa, por meio da oferta de criptomoedas, pode prejudicar a obtenção do consentimento do titular de dados pessoais.
Atualmente, mais de um milhão de pessoas já baixou o aplicativo no Brasil, sendo que mais de 400 mil permitiram o escaneamento da íris. A grande maioria fez o cadastramento em busca do pagamento de R$ 600 em criptomoedas.
Comentando a suspensão, a World disse que a ação da ANPD foi motivada por "notícias falsas".
A rede World está em conformidade com todas as leis e regulamentos do Brasil. Relatos imprecisos recentes e atividades nas mídias sociais resultaram em informações falsas para a ANPD. Estamos em contato com a ANPD e confiantes de que podemos trabalhar com o órgão para garantir a capacidade contínua de todos os brasileiros de participarem totalmente da rede World. Estamos comprometidos em continuar a oferecer este importante serviço a todos os brasileiros.
Texto original (12/11/24)
Um novo projeto com proposta se escanear a íris da população estará disponível no Brasil a partir desta quarta-feira (13). A princípio, a novidade tem nome de “World” e tem cocriação de Sam Altman, o CEO da OpenAI, que você deve conhecer pela relação com o ChatGPT.
Em geral, essa iniciativa visa auxiliar a distinguir seres humanos de robôs criados de inteligência. Ou seja, pode ser uma medida que substitua os conhecidos Captchas, algo importante, já que a IA tem conseguido superar esses enigmas com bastante eficiência, segundo estudos recentes.
Outro uso em potencial desse tipo de tecnologia é o de prevenção de perfis falsos, que surgem tanto em sites diversos, quanto em redes sociais. Após a realização de testes, a empresa começou a realizar a coleta de íris de brasileiros interessados em dez pontos na cidade de São Paulo.
Para quem não sabe como funciona, uma câmera Orb faz o registro da íris da pessoa e o usa para criar um código numérico, que serve para identificar cada usuário. Segundo a companhia, esse registro é apagado em seguida e não é preciso que os usuários compartilhem seus nomes, endereço, e-mail ou número de telefone.
A estrutura da World, por sinal, tem três frentes, com a primeira levando o nome de “World ID”, uma espécie de passaporte digital. Os inscritos nessa iniciativa receberão uma recompensa em criptomoedas, chamadas de Token Worldcoin (WLD), essa é a segunda. A terceira, enfim, o World App, um aplicativo onde é possível realizar transações.
Essa aplicação, inclusive, também faz parte do processo de coleta e o usuário a utiliza para agendas um horário. Em seguida, ele deve ir presencialmente até o local de verificação para capturar a imagem. Por fim, essa “foto” é criptografada de ponta-a-ponta, enviada ao celular da pessoa e deletada da Org, de acordo com a empresa.
A companhia diz que os pontos estarão espalhados em alguns shoppings do município, apesar de não ter dado detalhes sobre como e quais são esses lugares, o que vem gerando certa polêmica. Por fim, não há prazo para a iniciativa ser ampliada a outras regiões do país.
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