Android 09 Out
Ontem Joe Belfiore confirmou em uma série de tweets que o Windows 10 Mobile está praticamente morto e que o sistema agora só receberá atualizações de segurança. Segundo ele, o software não receberá mais nenhuma nova função tampouco novos hardwares, uma vez que, esse não é mais o foco da Microsoft. Com isso, a gigante de Redmond admite que perdeu a guerra no mercado de smartphones para Google e Apple.
Assim, restam apenas os sentimentos nostálgicos daqueles que um dia usaram o Windows Phone que posteriormente se transformou no 10 Mobile. Por isso, vamos mostrar aqui os 10 momentos marcantes da plataforma móvel da Microsoft.
A Microsoft já atuava no mercado mobile muito antes do Windows Phone 7 ter sido lançado. Em 1996 algumas fabricantes adotavam o Windows CE para alguns dispositivos portáteis.
No entanto, foi o Pocket PC 2000 que fez as coisas realmente decolarem para a empresa. Ele apresentava uma versão móvel do Office e habilitava a sincronização entre dispositivos portáteis e PCs de forma que não era tão fácil antes. Tudo isso antes da Apple apresentar seu primeiro iPhone em 2007.
Também teve muita gente que ficou impressionada com a capacidade de jogar Sonic the Hedgehog em um emulador Sega Mega Drive no O2 XDA IIi. E ninguém se esquece também dos Palm Treo que adotaram o Windows Mobile como opção a partir de 2006, na época muitos usuários desejavam ter um desses.
Já no final da era Windows Mobile, a HTC lançou o HTC HD2 que, além de ter uma tela de 4,3 polegadas 480 x 800, teve uma característica que o tornou o queridinho dos harckers. Isso porque era muito fácil fazer modificações de software nele.
Ele veio com o Windows Mobile 6.5, mas também já pode executar posteriormente uma grande quantidade de outros sistemas, incluindo muitas versões do Android. A Modders também já instalou com sucesso nele o Ubuntu, o MeeGo e até mesmo o Windows Phone em anos posteriores.
O Windows Mobile era muito bom para a produtividade, mas as coisas mudaram quando a Microsoft anunciou e lançou sua plataforma dedicada para smartphones, Windows Phone 7 em 2010.
Ele foi lançado em parceria com várias grandes fabricantes, como LG, Samsung e a HTC. A ideia era oferecer uma experiência diferente dos sistemas operacionais da Apple e do Google. O design da tela inicial foi baseado em tiles de tamanhos diferentes em vez de ícones de aplicativos e ofereceu integração com outras ferramentas e sistemas da Microsoft, como o Xbox Live e o Skype, que foi comprado pela empresa em 2011.
A Nokia então juntou-se à Microsoft com o seu primeiro smartphone com Windows Phone, Nokia Lumia 800, que veio junto com o Windows Phone 7.5 Mango que foi a primeira grande atualização da plataforma.
Até hoje muita gente acredita que o primeiro grande erro da Microsoft aconteceu no lançamento do Windows Phone 8. Embora apresentasse uma interface parecida com o que já existia anteriormente, que a Microsoft resolveu chamar de "design de Metro", nenhum smartphone com Windows Phone 7 podia atualizar para o novo sistema. Isso deixou muita gente irritada.
Os desenvolvedores ainda poderiam desenvolver aplicativos para o Windows Phone 7, mas muitos escolheram se concentrar no Windows Phone 8, isso tornou o sistema anterior um defunto ambulante.
O Windows Phone 8 trouxe muitas novidades, como a multitarefa, o Xbox Smartglass para controlar o Xbox 360 e, mais tarde, o Xbox One e o suporte ao NFC. Tudo muito legal, mas como a Microsoft virou as costas para os usuários do finado Windows Phone 7, seu sistema acabou perdendo força em relação ao iOS e Android.
Quando a Nokia começou a lançar aparelhos com Windows Phone, como o Nokia Lumia 800, em 2011, ela trouxe um elemento de design que eventualmente se tornou sinônimo da plataforma: capinhas coloridas.
Agora quando você pensa em um smartphone com Windows, automaticamente você pensa em capinhas de policarbonato em magenta, azul claro, branco e amarelo. Nada disso existia antes do Lumia 800 porque todos os dispositivos com Windows Phone se pareciam com aparelhos que rodavam Android.
Depois que a maioria dos outros fabricantes parou fabricar smartphones com Windows Phone, deixando apenas a Nokia e OEMs menores que ainda apoiavam a plataforma, a Microsoft decidiu comprar o braço móvel da empresa finlandesa para criar seus próprios dispositivos.
A Microsoft desembolsou US$ 7.2 bilhões pela divisão de smartphones da Nokia, além das patentes relevantes da empresa, em 2014. O acordo ainda incluiu a licença para usar o nome da Nokia na linha Lumia, embora a empresa tenha parado de usar o nome da finlandesa um ano depois, em 2015. Com isso, a Microsoft começou a usar o próprio nome nos smartphones
O último aparelho com a marca Nokia foi o Nokia Lumia 735, enquanto o primeiro aparelho da Microsoft era um dispositivo de entrada, o Microsoft Lumia 535.
Embora muitos tenham adotado o carregamento sem fio Qi em seus smartphones algum tempo depois, o Nokia Lumia 920 é amplamente considerado como o primeiro smartphone a ter essa tecnologia. Para quem não lembra, a Apple finalmente lançou os iPhone 8, 8 Plus e iPhone X com carregamento sem fio neste ano, mas vale lembrar que o Lumia 920 foi lançado em 2012.
Quem nunca desejou um desses? O Nokia Lumia 1020 mexeu com muita gente em seu lançamento em 2013. Ele não só apresentava conectividade LTE (4G) e display AMOLED de 4,5 polegadas, mas ainda tinha uma câmera de 41 megapixels na parte traseira.
Vale lembrar que o Nokia 808 PureView também tinha uma câmera de 41 megapixels antes, mas isso era no sistema operacional Symbian e, portanto, nessa época o sistema já não era tão relevante quanto antes. Ele também apresentava excelente desempenho em baixa luz, algo que era bem raro na época.
E o sistema teve mais um renascimento. Com o lançamento do Windows 10 para PC, a Microsoft tomou a decisão ousada de mudar, mais uma vez, o sistema operacional de smartphones para uma compilação totalmente nova. Desta vez, ele deveria ser baseado na mesma arquitetura do sistema de desktop, laptop e tablet. Com isso, a intenção era que o sistema operacional reconhecesse o tipo de dispositivo em que foi instalado e se ajustasse automaticamente.
A ideia era muito boa porque iria unir todas as versões diferentes do Windows e oferecer uma sincronia perfeita. Também incentivaria os desenvolvedores de apps a criar aplicativos que funcionassem em vários dispositivos ao mesmo tempo, isso seria uma maneira de contornar a falta de aplicativos no Windows Phone 8. Mas as coisas não funcionaram muito bem. Ainda mais porque alguns smartphones que antes seriam atualizados para o sistema, mais uma vez, acabaram sendo deixados para trás.
Ontem dois tweets de Joe Belfiore confirmaram aquilo que muita gente já espiculava, o Windows Phone/Mobile está morto, só não enterraram ainda. Segundo ele
nós [da Microsoft] tentamos MUITO incentivar desenvolvedores de aplicativos. Pagamos dinheiro... Escrevemos os aplicativos para eles... Mas o volume de usuários [do sistema operacional] é muito baixo para a maioria das companhias investirem :(
A Microsoft continuará a oferecer suporte aos smartphones com Windows 10 existentes, mas com apenas algumas correções de erros e updates de segurança. Não há planos para lançar uma nova versão do software ou qualquer aparelho novo. Acabou!
É triste ver um sistema tão promissor morrer assim, mas a Microsoft resolveu mudar o foco para a categoria mobile. A todos os fãs da plataforma e as viúvas do sistema, só resta uma opção: mudar de plataforma.
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