Uma das coisas boas de cobrir a editoria de tecnologia é conseguir acompanhar a evolução das empresas e de seus produtos. Com a ASUS foi exatamente assim. Do Zenfone 2 para o Zenfone 3 existe um salto enorme, que fica escancarado no visual do aparelho e nos materiais utilizados para a sua composição.

Protegido com Gorilla Glass 2.5D, que dá um acabamento arredondado nos cantos, o Zenfone 3 é um celular muito ergonômico mesmo tendo uma tela de 5,5 polegadas. E sabe aquele efeito que a Asus adora enfatizar nos seus produtos? Pois bem, ele também está presente na parte traseira desse novo aparelho.

O aparelho é unibody, ou seja, ele não tem quebras de layout na traseira, onde geralmente são inseridas as antenas. O seu corpo tem 152 mm de altura, por 77 mm de largura, com 7,69 mm de espessura, pesando 155 gramas. E, de fato, você percebe que a Asus trabalhou bem neste dispositivo nos detalhes, como a câmera que fica apenas a 0,18 mm “saltada”.

E, sim, o Zenfone 3 é um celular extremamente confortável de ser utilizado. Não apenas a tela possui cantos arredondados, como também a parte lateral do produto e a traseira. Isso, além de aumentar a ergonomia do celular, deixa ele com um visual verdadeiramente premium.

A própria Asus já diz que o alumínio aeroespacial utilizado para compor o Zenfone 3 passa por várias etapas até ser criado uma peça resistente e confortável – tanto que, na sua fabricação, ele passa por um processo de anodização.

Temos botões de ligar/desligar e de controle de volume na lateral direita, enquanto que a esquerda carrega um slot híbrido para microSD e chips de operadora. No topo, entrada para fones de ouvido e um microfone; embaixo, mais um microfone, porta USB Tipo-C e o alto-falante do celular.

Até aqui, tudo bem. O Zenfone 3 mantém os botões capacitivos logo abaixo da tela, mas eles não são retroiluminados. Esse é um problema que precisa ser discutido: muita gente prefere assim, muita gente prefere que eles acendam. Depende do gosto de cada um, mas que poderia ajudar bastante durante a noite, isso é verdade.

Um outro ponto crítico está exatamente no seu design: o celular escorrega muito em superfícies planas. Se você por acaso deixa-lo sobre a mesa, tome cuidado para não esbarrar e o Zenfone 3 sair voando.

Na parte traseira nós ainda temos a câmera principal, flash LED e o laser para foco. Logo abaixo dela fica o leitor biométrico num formato mais retangular – fugindo do “padrão” circular ou quadrado. Nós vamos falar mais sobre os dois nos próximos tópicos.

Agora, vamos focar na tela do Zenfone 3. Esse cara aqui tem um display Super IPS de 5,5 polegadas com resolução Full HD (1080 x 1920 pixels), dando a ele cerca de 480 ppi. Essa tela tem um ângulo de visão de 178 graus, com brilho máximo de 600 nits. Isso por si só já ajuda bastante para ver o conteúdo do celular em lugares com luz solar bem forte, mas a tela dele não decepciona também em outros quesitos.

Ela ocupa 77,3% da estrutura frontal do aparelho, e isso é muito bacana. Ela também um belo contraste de cores e mesmo sendo IPS consegue manter os tons pretos mais longe do cinza, melhorando a qualidade de imagem.

Existe também um filtro de luz azul, que reduz o filtro para esse tom e ajuda muito quando você utiliza o Zenfone 3 durante à noite, reduzindo o cansaço da visão.

No aplicativo Splendid, da Asus, você pode ainda gerenciar a sua tela, escolhendo uma visualização mais balanceada, o modo vívido – que realça os tons – e também pode personalizar a temperatura das cores, matiz e saturação.

A Asus colocou um fim na parceria com a Intel e passou para o lado Qualcomm da força. O Zenfone 3 tem chipset Snapdragon 625 octa-core com clock de 2.0 GHz. Esse modelo é produzido na estrutura 14 nanômetros FinFET, que garante aumento de desempenho com redução no consumo de energia.

Ele tem ainda uma GPU Adreno 506, 4 GB de RAM e 64 GB de armazenamento interno, com slot para cartões microSD de até 2 TB. Uma coisa boa daqui é que você ganha 100 GB no Google Drive que são válidos por dois anos.

A bandeja do Zenfone 3, no entanto, é híbrida, então você precisará escolher entre usar dois chips de operadora ao mesmo tempo, ou apenas um chip e expandir a memória. Lembrando, é claro, que os dois slots são compatíveis com o padrão 4G, sendo um micro e outro nano SIM.

Em termos de desempenho, o Zenfone 3 não decepciona em nada. O celular consegue manter muitos apps rodando em segundo plano, além de não apresentar travamentos e lags na hora de executar alguma atividade. É tudo realmente muito fluido, e você pode conferir isto no nosso teste de desempenho feito anteriormente com ele.

O leitor de impressões digitais permite cadastrar até cinco biometrias, e o software não exibe nenhuma animação na hora do desbloqueio. Como ele fica ligado o tempo inteiro, basta encostar o seu dedo em qualquer posição e pronto. E ele também tem alguns truques: apenas tocando nele, você pode capturar uma selfie ou atender uma chamada.

A ZenUI 3.0 continua carregada de aplicativos, e a Asus fez diversas modificações na interface do Android 6.0.1 Marshmallow. A empresa defende estas modificações com unhas e dentes, e nós concordamos que é bacana ter uma identidade visual própria.

A parte boa daqui é que muitos apps são da própria fabricante, logo você pode desinstalar e desativar quase todos. Existem truques legais, como desenhar um “C” na tela bloqueada para ativar a câmera, ou um “S”, para fazer uma selfie.

Nos deparamos com apps variados e em boa quantidade, como um medidor que utiliza o laser do celular (com alcance de 1,5 metro), app de lanterna e outros. O mais legal de todos, sem sombra de dúvidas, é o ASUS Mobile Manager.

O que esse aplicativo faz, basicamente, é gerenciar o que está acontecendo com o seu celular. Você verifica como está o uso de dados, o estado da bateria – que conta com recursos para melhorar a performance -, permissões e também pode eliminar os processos rodando em segundo plano, aumentando o desempenho do celular.

E, é claro, se você não gosta da ZenUI, basta baixar um tema novo ou usar o Google Now Launcher. E dentre os diversos truques adicionados pela Asus, o software permite que você deslize (no meio da tela) de cima para baixo para abrir um campo de busca com apps mais usados, contatos e pesquisas populares do Google.

Em jogos ele não decepciona. Títulos mais pesados fazem a GPU Adreno 506 trabalhar com algo entre 30 e 40 fps, enquanto que games mais leves rodam fácil na casa dos 60 quadros por segundo. O aparelho não tende a reduzir os gráficos para melhorar o desempenho, pelo contrário: tudo funcionando no máximo.

O Game Genie, tecnologia desenvolvida pela Asus, permite aos usuários fazerem streamings de suas partidas para o YouTube ou Twitch, com a gravação (ou não) da câmera frontal. O legal aqui é que a Asus dá acesso direto à saída da GPU, fazendo com que a captura dos frames seja mais suave.

Mas... e quanto ao áudio do Zenfone 3? A sua caixa de som é, no mínimo, tímida. Realmente não temos distorções bizarras ou muito ruído. Não são os melhores alto-falantes do mercado, mas, de fato, ele consegue atingir um nível bem satisfatório de qualidade. O novo celular da Asus ainda conta com a tecnologia Hi-Res, otimizado para músicas no formato analógico. Claro, aqui você precisará de um fone de ouvido também compatível com a tecnologia.

Bateria

Temos uma bateria de 3.000 mAh no Zenfone 3, que conta com auxílio do carregamento rápido do USB Tipo-C. O carregador rápido do aparelho é de 5V e 2A, mas ele só vem na caixa da versão com 4 GB de RAM. Em um uso normal, este que vos escreve, Wellington Arruda, conseguiu facilmente passar um dia inteiro com o celular ligado, e isso se repetiu diversas vezes até a publicação desta análise.

Em nosso teste oficial de bateria, o celular conseguiu ficar afastado das tomadas por 13 horas e 20 minutos, que foi quando atingimos os 4% de carga total. Nesse período, a tela se manteve ligada por pouco mais de 8 horas.

No geral, a bateria do Zenfone 3 se sai muito bem. Tivemos uma descarga média de 7,2% por hora, enquanto que para carrega-lo por completo (de 0-100%) você precisa de pouco menos de duas horas.

O último dos nossos tópicos é um dos mais importantes do Zenfone 3. O celular da Asus traz uma câmera traseira de 16 megapixels com sensor Sony IMX298 com abertura f/2.0 e safira protegendo as lentes de 6 elementos. E tá vendo ali em cima do flash dual tone? Existe um sensor dedicado “para medir as cores com precisão”. E isso parece funcionar muito bem, visto que as fotos do Zenfone 3 trazem cores bem fieis.

Mas bora lá. Essa câmera traz foco PDAF que mantém os objetos em foco mesmo em movimento, além do foco por laser de segunda geração, que ajuda muito a fazer cliques (principalmente durante a noite) e é mais rápido.

A estabilização óptica do Zenfone 3 funciona assim: ele tem EIS de três eixos com seis direções, permitindo que você possa mexer o celular para qualquer lado que ele tenta reduzir ao máximo o ruído. Em vídeos, por exemplo, a estabilização eletrônica ignora as bordas dos movimentos, deixando o centro estável.

Ele ainda pode gravar em Full HD (com slot motion de 60 fps) e em 4K, mas um dos destaques vai para o modo manual que é bastante rico em opções. Existem recursos como o HDR em tempo real e dezenas de modos pré-programados, mas vamos logo para o ponto chave que é a qualidade.

O Zenfone 3 consegue fazer fotos muito boas e não exagera na tonalidade. As cores são bem reais e vívidas, logo o resultado final dos seus cliques certamente será satisfatório. A quantidade de detalhes capturados também é um ponto positivo, visto que o aparelho mantém praticamente a cena tal como ela é.

As fotos noturnas, porém, conseguem ser boas – ou talvez na média? – para um intermediário robusto como o Zenfone 3. O pós-processamento é bem rápido nestes ambientes e não faz mudanças bizarras para compensar o nível de ruído. Basicamente, quanto menos iluminado for o local, menos legal será a sua foto.

Já na parte frontal nós encontramos um sensor de 8 megapixels também com abertura f/2.0, e que também filma em 1080p. Notamos que mesmo com o (chato) modo de embelezamento desativado, as imagens tendem a ser suavizadas, deixando um aspecto mais distorcido. Essa câmera, por sua vez, tem ângulo de abertura de 84º.

Pontos fortes

• Visual premium;
• Câmera com boa qualidade;
• Bateria de longa duração e USB-C;
• Hardware de ponta e leitor biométrico versátil.

Pontos fracos

• Gaveta híbrida para chips e microSD;
• Corpo com vidro na traseira, aumentando os riscos de quebra-lo;
• Não traz resistência contra água;
• Muitas modificações no Android.