Completando a linha Galaxy J de smartphones, a Samsung trouxe para o mercado brasileiro o J2, um dispositivo de entrada para atender essa parte do mercado que é tão forte aqui no Brasil. O modelo não chega com especificações robustas mas consegue cumprir seu papel: é um baratinho com poder para rodar os principais aplicativos e recursos do Android, mas não espere por um desempenho fantástico.

O aparelho tem duas versões: uma com TV digital e outra sem. Ambos os modelos, porém, são compatíveis com dois chips funcionando simultaneamente e possuem slot para cartão microSD.

A caixa do Galaxy J2 é bem simples, com uma embalagem em papelão com o logo da Samsung e do dispositivo já na parte da frente. Na parte de trás da caixa temos algumas informações técnicas. Logo ao abrir a tampa de cima vemos um compartimento com o celular, que já aparece logo de cara. Isso é bem legal, e a maneira como a Samsung organiza os acessórios também é bastante agradável.

Dentro dela temos, além do celular, o carregador de tomada, cabo USB, fones de ouvido e manuais.

Com bordas feitas com material plástico mas que simulam uma estrutura metálica, o Galaxy J2 consegue entregar uma experiência quase premium quando pegamos o aparelho na mão pela primeira vez. A parte de trás é feita com um material que simula o couro, mas é possível notar a imitação logo de cara – mas que deixa o aparelho com uma cara bem bonita, ainda mais tratando-se de um low-end.

Nele temos uma tela 4,7 polegadas Super AMOLED com resolução de 960 x 540 pixels, numa densidade aproximada de 234 pixels por polegada. Ainda na parte da frente temos uma câmera de 2 megapixels com abertura de f/2.2, sensor de luz, proximidade e o alto-falante tradicional para ligações. Na parte inferior do aparelho temos três botões: o Home e os dois tradicionais do Android (um para "voltar" nos menus e outro para acessar todos os apps abertos).

Apesar da baixa resolução da tela, o J2 acaba entregando uma reprodução de cores bem bacana e dá um bom ângulo de visão. Em ambientes externos onde a luz solar é forte, também temos uma boa visualização da tela, podendo até mesmo ativar um modo que a deixa com brilho mais intenso – o que pode drenar a bateria se utilizado constantemente.

Nas laterais temos os botões de volume (lado esquerdo) e o power (lado direito), enquanto na parte de cima temos uma entrada para fones de ouvido. Embaixo temos apenas a entrada microUSB, microfone para ligações e um compartimento onde a antena fica escondida.

Na parte de trás, temos o sensor de câmera de 5 megapixels com flash LED e os alto-falantes, que também reproduzem sons com boa qualidade, apesar de não ter volume tão significativo.

A tampa traseira esconde os três slots do Galaxy J2: dois para chips e um para cartão microSD, visto que o aparelho tem expansão para até 128GB. Sua bateria de 2.000mAh também é removível. E por falar em bateria, a autonomia fica em torno de um dia inteiro se utilizado de maneira moderada. Se você for um usuário mais tranquilo, pode até conseguir ficar um dia e meio com o J2 ligado, mas não espere por isso sempre.

Por se tratar de um dispositivo menor, o J2 acaba trazendo uma pegada mais confortável pra quem possui mãos pequenas ou mesmo quer usar o aparelho com apenas uma mão. Ele tem 5.37 centímetros de altura, por 2.72 centímetros de largura e 8.4 milímetros de espessura. Ele pesa 129 gramas e por ter bordas arredondadas e uma traseira mais áspera acaba entregando mais conforto na hora de manuseá-lo.

Em relação aos mais recentes modelos da linha Galaxy J, o J2 não acaba sendo tão diferente na parte estética, mas no desempenho ela fica para trás de seus irmãos mais robustos.

Apesar do preço mais acessível, a Samsung trouxe para este modelo um processador Exynos 3475 quad-core ARMv7 (com arquitetura 32-bit) rodando a 1.3GHz. Dos 8GB disponibilizados de memória interna, o proprietário do J2 acaba tendo disponível pouco mais de 4GB, o que já fica mais que claro que você pode precisar de um cartão microSD para expandir a memória do dispositivo. Na parte gráfica temos uma GPU Mali-T720, que peca um pouquinho em jogos mais pesados, por exemplo.

O modelo tem 1GB de RAM e nos nossos testes apresentou lentidão em tarefas simples, como abrir a câmera, aplicativos como do YouTube e Google Drive e outros. No entanto, o ponto negativo aqui vai para a TouchWiz. Ao trocar para o Google Now Launcher, que traz uma interface mais "padrão" para o Android, o dispositivo consegue rodar as mesmas atividades com um pouco mais de velocidade.

Uma outra questão envolvendo o Android paira sobre as atualizações. É pouquíssimo provável que o Galaxy J2 seja atualizado para as mais recentes versões do Android, mas de qualquer maneira, talvez isso não seja algo negativo. Como o celular tem 1GB de RAM, atualizá-lo para uma versão mais recente (e talvez pesada) pode influenciar no desempenho final.

Como já falamos anteriormente, o Galaxy J2 possui hardware bastante inferior ao dos seus irmãos da linha Galaxy J, mas consegue reproduzir alguns dos jogos mais pesados da atualidade – com bastante dificuldade, mas consegue. O desempenho do aparelho em títulos como Real Racing, por exemplo, não chega a ser um dos melhores, mas você consegue concluir as corridas naturalmente.

Já em jogos mais leves e que exigem bem menos do hardware, é claro, o modelo se comporta muito bem.

As câmeras do Galaxy J2 poderiam ser muito melhores, mas aparentemente a Samsung decidiu fazer do aparelho um low-end verdadeiramente de baixo custo. Na parte traseira nós temos um sensor de 5 megapixels com abertura de f/2.2 com flash LED e foto automático. Ela pode gravar em HD (1280 x 720 pixels) a 30 quadros por segundo e conta com marcação de localização, detecção de face e foco por toque.

Já na parte da frente nós temos um sensor de 2 megapixels também com abertura de f/2.2; aqui, no entanto, é meio complicado fazer imagens com boa qualidade.

Durante o dia ainda é possível capturar boas imagens com o Galaxy J2, mas não espere por muita agilidade na hora de focar em objetos distantes. Para fazer imagens do horizonte, confesso que o aparelho demorou um pouquinho para conseguir focar em algum ponto, mas praticamente todas as outras fotos, nas mais variadas situações, o foco automático se comportou bem.

Em ambientes noturnos também não conseguimos obter imagens de boa qualidade. A câmera do dispositivo tem uma certa dificuldade para reproduzir imagens com cores vivas durante a noite, mas o problema maior fica se você tentar tirar fotos de algum lugar com pessoas se movimentando. É praticamente impossível, e a abertura de f/2.2 também não ajuda muito.

Pontos fortes

• Design bonito
• TV digital
• Slots para dois chips e microSD
• Tela com bom tamanho e boa reprodução de cores

Pontos fracos

• Dispositivo tem apenas 1GB de RAM
• Pode apresentar lentidão em tarefas simples
• Câmera traseira com qualidade inferior a de outros concorrentes
• Interface TouchWiz ainda atrapalha (mas nada que mudar para o Google Now Launcher não resolva)