10 Julho 2016
O Rio de Janeiro é uma cidade que sempre sofreu com a presença de flanelinhas e outros problemas com vagas. Agora a prefeitura do Rio de Janeiro abriu edital para a exploração das 37 mil vagas de estacionamento das ruas da cidade por 15 anos. A grande novidade é a exigência de adoção de tecnologias móveis na operação e divulgação do serviço, incluindo parquímetros digitais e conectados, sensores de vagas, aplicativo para smartphone, pagamento via app, SMS ou USSD; e uma API pública para integração com outros aplicativos. O serviço foi batizado como Vagas Inteligentes do Rio (VIR).
Para os interessados a cidade foi dividida em dois lotes que serão vendidos separadamente. O primeiro tem preço mínimo de R$ 66 milhões e contempla a Zona Oeste e parte da Zona Sul. O segundo será vendido por pelo menos R$ 41 milhões e abrange Centro, Zona Norte e outra parte da Zona Sul.
A idéia com os novos lotes é que sejam instalados 1,2 mil parquímetros, o que corresponde a um para cada 31 vagas. Eles devem ser digitais e com eles o motorista poderá comprar o tíquete do estacionamento com cartão de crédito, cartão de débito ou cartão pré-pago do serviço de estacionamento, comercializado em pontos de venda. Para se registrar o motorista precisará informar a placa do veículo, o número da vaga onde estacionou e por quanto tempo deseja ficar, entre 30 e 240 minutos. O limite máximo e os preços vão variar de acordo com a região da cidade e com a realização de grandes eventos nas proximidades. O estacionamento poderá ser cobrado de segunda à sexta, entre 7h e 19h, e aos sábados, entre 7h e 13h.
O edital determina que pelo menos 10% das vagas sejam dotadas de sensores de presença. A informação com a quantidade de vagas livres e sua localização será enviada em tempo real para o centro de controle e disponibilizada na Internet e em aplicativos móveis para o público.
Nos perguntamos o que a prefeitura vai fazer com os milhares de Guardadores legais que existem na cidade, tudo indica que eles poderiam ser substituídos por essas máquinas, o que é um problema grave. Sabemos que a ameaça dos flanelinhas na cidade só era combatida pela presença de fiscais legais da prefeitura que impedia a atuação destes que ameaçam a integridade dos veículos, algo que não vai acontecer com os parquímetros. Me parece uma modernização típica do Eduardo Paes, algo que ninguém pediu, que vai favorecer uma empresa de amigos do prefeito (os aparelhos e o sistema serão fabricado pela mesma empresa que desenvolveu o Riocard, que vale dizer é uma importante doadora das campanhas do PMDB).
As duas concessionárias terão que desenvolver um aplicativo móvel do serviço para Android, iOS e Windows Phone, contemplando pelo menos as três últimas versões de cada um desses sistemas operacionais. Não fica claro no edital se cada concessionária terá seu próprio app ou se poderá ser um app único, integrando todas as vagas da cidade. Cabe destacar que o cartão pré-pago do serviço precisará funcionar em qualquer vaga, independentemente da concessionária responsável, segundo o edital, o que indica a atenção da prefeitura para com a interoperabilidade do sistema.
Vamos torcer que a medida não aumente tanto o número de desempregados no Rio em um claro processo de automatização que não será benéfico para a cidade.
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