02 Junho 2015
A Google está enfrentando problemas com as investigações antitruste da União Européia, que foi pressionada a decidir por formalizar uma acusação contra a companhia de Mountain View. A União atendeu e acusou a empresa por práticas desleais, tanto relativas ao sistema Android quanto ao mecanismo de busca. Entenda as acusações que estão sendo levantadas contra a gigante.
Muitas concorrentes pressionam a União Europeia, mas agora a Microsoft está investindo para que a investigação cause danos em sua rival. O processo contra a dona do Android pode render à União Européia muito dinheiro em multa, e a companhia de Redmond, que também foi acusada pela UE tempos atrás - e sentiu-se injustiçada pela maioria dos apontamentos - vai ajudar a fazer com que isso pese realmente no bolso da Google. A Microsoft está de fato desempenhando um papel importante nessa história.
Além de praticar lobby na União Europeia, a Microsoft é financiadora do grupo Initiative for a Competitive Online Marketplace, ou simplesmente Icomp. Esse grupo é uma organização de lobby sediada em Londres, formada por empresas de softwares que visam forçar os legisladores europeus a favorecer as práticas de concorrência, a regularização de coleta de informações sobre os usuários, e a proteção de autores e desenvolvedores de softwares.
Segundo o New York Times, a companhia de Redmond também falou ao embaixador dos Estados Unidos na UE para deixar que a Google enfrente sozinha União Europeia. O Partido Popular Europeu, que é o maior bloco de votação do parlamento, disse que "a Microsoft está fazendo o melhor para criar problemas para a Google".
Isso não é nada surpreendente, visto que Redmond está investindo muito em plataformas que claramente fazem concorrência direta com a Google. O Bing, que teve o acordo revisto com a Yahoo!, pretende ser um mecanismo de buscas relevante para abocanhar mais fatias do mercado, e desde dezembro já tem obtido resultados. O Windows Mobile e o pacote Office365, bem como os aplicativos de criação de documentos online e serviços na nuvem, tem recebido atenção para se tornarem competitivos. Por isso, a Microsoft tem muito interesse tanto em causar prejuízo financeiro à Google, quanto em uma mudança nas práticas de mercado da rival na Europa. E para alcançar esse objetivo, está usando a União Europeia em um momento muito oportuno.
David Howard, vice-conselheiro da Microsoft, afirma:
Temos sido claros quanto ao que concerne às práticas de negócios da Google e como isso afeta a competição justa. Nós somos um dos mais de 30 prejudicados que se queixam, entre muitos outros, que compartilham de preocupações similares com os órgãos reguladores na esperança de que a concorrência será restaurada para o benefício dos consumidores e das empresas
As investigações ainda devem demorar um longo período e talvez se arrastar por alguns anos até que algum resultado concreto seja obtido, seja qual for o lado vencedor. Mas as chances são grandes de que a Google seja forçada a mudar algumas coisas na forma como atua no mercado, e quem ganhará com isso são os usuários.
Comentários