O Anonymous Brasil anunciou esta semana o início de uma "nova fase nas ações hackativistas pela liberdade da informação no Brasil". Em sua página do Facebook, o grupo hacker decidiu cobrar uma posição definitiva da Anatel contra o modelo de franquia de dados na internet do país. Para isto, foram sequestrados computadores da agência reguladora, que tiveram todos os seus dados criptografados, e só serão liberados quando o órgão "tome uma atitude e proíba de forma definitiva o limite de franquia para a internet fixa, desejo das grandes operadoras".

Este não é o primeiro movimento do grupo contra a Anatel na briga contra o limite de dados na banda larga fixa. Em abril, o Anonymous chegou a manter o site da agência fora do ar "por uma semana". O grupo também afirma ter hackeado a base de dados do órgão regulador, ter exposto dados pessoais de diretores da Anatel e "flagrar funcionários da Anatel frequentando sites de traição".

A questão da franquia de dados segue sem solução. Por enquanto, uma resolução da Anatel, com validade por tempo indeterminado, proíbe que as operadoras bloqueiem ou diminuam a velocidade da internet dos consumidores após o uso do limite de dados. Há discussões sobre o assunto em andamento no Congresso. Na Câmara dos Deputados, o debate começou no início de junho, enquanto no Senado Federal uma pesquisa realizada pela internet mostrou que 99% é contra a franquia de dados. A própria Anatel já aprovou consulta pública sobre o tema.

Enquanto 74% dos consumidores afirmam que trocariam de operadora caso tivessem o acesso limitado, as operadoras afirmam que o consumidor mais pobre paga por dados dos mais ricos. Não houve, até agora, nenhuma menção sobre baixar preços dos planos quando a franquia começar a ser posta em prática. Aproveitando que não existe ainda uma lei proibindo definitivamente o bloqueio do acesso ou a diminuição da velocidade, a HughesNet começou, nesta sexta-feira, a operar no Brasil com internet via satélite a preços bem salgados e com franquia.