O ROG Phone 8 foi lançado recentemente no Brasil em duas versões: temos o modelo mais acessível Pro e uma variante mais parruda que traz insanos 24 GB de RAM e 1 TB de armazenamento. O celular gamer vem com o melhor hardware atualmente para uma experiência com jogos inigualável, mas será que vale o investimento salgado? Vamos conferir.

O ROG Phone 8 Pro vem em caixa grande e exótica que mais parece um objeto alienígena. Além do celular, você recebe os seguintes acessórios:

• Carregador com 65W de potência
• Cabo USB no padrão C
• AeroActive Cooler
• Guia do usuário
• Capinha de plástico rígido
• Chavinha da gaveta do SIM Card
• Case para guardar acessórios

A Asus vem atenuando a aparência gamer da linha ROG Phone há gerações, e o Phone 8 dá um grande salto nesse aspecto. Não há mais linhas agressivas e formas geométricas em nenhum lugar do corpo do telefone. Até mesmo os grafismos foram reduzidos para um visual mais sóbrio, talvez na tentativa de conquistar um público maior.

Até mesmo o bloco das câmeras que tinha uma identidade própria agora segue um padrão mais quadrado visto em celulares convencionais. Claro que nem tudo foi abolido e nesta versão Pro temos uma matriz programável formada por 341 mini-LEDs na traseira para exibir animações e que fica invisível quando desativada.

Essas animações são customizáveis e vem 20 delas pré-carregadas no software com a possibilidade de adicionar mais. Esses LEDs também servem para exibir informações do sistema como o nível de bateria, hora e informações meteorológicas.

A versão tradicional do ROG Phone 8 possui dois tipos de acabamentos na traseira, sendo metade fosca e a outra metade brilhante. No Pro temos apenas uma pequena faixa no centro que reflete mais luz, além de não vir na cor clara como no modelo de entrada. O corpo é feito de vidro de ambos os lados com Gorilla Glass Victus 2 na frente.

A maior mudança está no corpo mais compacto. A Asus reduziu as bordas e adotou entalhe em furo pela primeira vez na linha, o que torna seu celular gamer mais confortável de ser segurado sem precisar alterar o tamanho da tela. Para quem é fã da linha e não curtiu a mudança, o software permite esconder o furo com uma faixa preta no topo.

Apesar de tais mudanças serem positivas esteticamente com um celular com bordas mais finas, pode incomodar aqueles que jogam por muitas horas e usavam as bordas largas para descansar os dedos. Ele também ficou mais fino e leve, mas isso se deve por conta da bateria que encolheu nesta geração. Outra novidade fica para a certificação IP68 para maior proteção contra água e poeira.

Essas mudanças nas medidas acabam impactando no suporte a acessórios. Nem tudo que funciona no antigo vai servir no novo. Claro que a empresa trouxe novos como o AeroActive Cooler X, que está mais compacto e com a promessa de maior poder de refrigeração. Os gatilhos ainda seguem presentes nas laterais para aprimorar a jogatina.

O leitor biométrico vem na tela e usa tecnologia óptica para uma leitura rápida e confiável. Há entrada para fones de ouvido na parte inferior, assim como a usual porta USB lateral para conectar os acessórios. Demais conectividades incluem Wi-Fi 7 com três antenas, Bluetooth 5.3, NFC e 5G.

Celular gamer de respeito precisa de uma tela grande de alta qualidade. A Asus sempre acertou neste ponto e não será diferente no novo. O ROG Phone 8 Pro vem com 6,78 polegadas com resolução Full HD+ e taxa de atualização de 165 Hz com sensor de toque que responde a 720 Hz.

O painel adotado pela Asus é o E6 da Samsung que usa tecnologia LTPO AMOLED com atualização variável que desce até 1 Hz para economizar bateria em conteúdo estático. O nível de brilho é o melhor da linha e fica próximo dos melhores do segmento. Há suporte a HDR10+, mas fica devendo Dolby Vision. A reprodução de cores é precisa, especialmente nos perfis Padrão e Natural.

Há quatro opções para regular a taxa de atualização: o modo 60 Hz vai fazer com que a tela fique oscilando entre 1 e 60 Hz para economizar o máximo de energia. No modo 165 Hz terá essa velocidade o tempo todo, enquanto no automático, que vem por padrão, terá algo entre 60 e 120 Hz a maior parte do tempo.

Um bom áudio é fundamental para uma ótima experiência multimídia, e a Asus sempre trabalhou muito nesse aspecto do ROG Phone. No entanto, como as bordas foram reduzidas, a empresa teve que encolher o alto-falante superior e remover o amplificador dedicado, o que faz com que o volume não seja tão balanceado quanto antes.

O resultado disso é que temos um som menos potente nesta geração, mas ainda assim com ótimo volume. A qualidade sonora segue agradando com ótimo equilíbrio entre graves, médios e agudos. A Asus segue com parceria com a empresa sueca DIRAC especializada em áudio e temos equalizador completo e suporte a codecs de alta definição.

Claro que um celular gamer de respeito precisa vir equipado com o melhor hardware do momento. O ROG Phone 8 vem com Snapdragon 8 Gen 3 e este que testamos traz 24 GB de RAM e 1 TB de armazenamento. O que esperar de um celular com tal configuração?

O celular gamer da Asus é bastante rápido e superou outros que testamos com o mesmo hardware. Ele consegue segurar tudo aberto em segundo plano, mas também com tanta memória não está fazendo mais do que sua obrigação. Em benchmarks temos números impressionantes com mais de 2 milhões de pontos no AnTuTu.

Como não há mais aquela pequena saída de calor por conta da certificação IP68, a Asus precisou retrabalhar o sistema de dissipação térmica do aparelho para lidar com o aquecimento do Snapdragon 8 Gen 3. A nova solução consegue espalhar bem o calor pela traseira do aparelho, o que é ruim para nossas mãos, mas bom para manter o desempenho no máximo por mais tempo.

Para quem se incomoda com o celular esquentando, é aqui que entra o acessório que adiciona um cooler na traseira para resfriar o aparelho e permitir jogar por horas sem queda de fps nos games. E como estamos falando de um celular topo de linha projetado para tal, o ROG Phone 8 Pro roda qualquer jogo no máximo sem dificuldade.

A bateria encolheu de 6.000 para 5.500 mAh. Pode soar decepcionante já que isso impactou em menor autonomia nesta geração. O novo celular gamer da Asus aguenta 35 horas de uso moderado com alguns jogos casuais.

Esse tempo é mais do que suficiente para a maioria, mas quem busca um celular desse porte pretende passar várias horas jogando e uma bateria maior seria bem-vinda. A boa notícia é que o carregador de 65W agora leva menos tempo para encher a bateria e com 40 minutos na tomada já temos 100% para usar.

Mesmo uma carga rápida de 15 minutos já recupera metade da bateria. Você não precisará esperar muito tempo para voltar para o seu joguinho viciante. Com uma carga de meia hora terá mais de 80%, o que garante um bom tempo de uso.

O conjunto fotográfico foi reformulado e agora temos uma câmera de 50 MP com sensor Sony IMX766 com estabilização do tipo gimbal. Outra novidade é a câmera secundária com sensor de 32 MP da Samsung e lente teleobjetiva com zoom óptico 3x com estabilização óptica. E por fim, há a já conhecida câmera ultra-wide de 13 MP com sensor da OmniVision.

Câmera nunca foi o forte da linha ROG e infelizmente ainda é o ponto fraco do novo celular gamer da Asus. As imagens registradas são boas ao primeiro olhar, mas basta ampliar para ver as falhas e a nitidez inferior comparado a outros celulares com sensor de 50 MP.

Principal | Ultra-wide

As cores são decentes, enquanto o contraste está abaixo do ideal. A faixa dinâmica é limitada e o HDR não ajuda a compensar quando há muita luz de fundo, o que resulta em fotos escuras no final de tarde.

A teleobjetiva faz ótimas fotos com o zoom óptico de 3x. Temos maior nitidez e melhor contraste com faixa dinâmica mais ampla. As cores saem um pouco mais saturadas com branco puxado para tom quente. Há zoom de 10x que ainda faz boas fotos, mas ao usar o zoom máximo de 30x já temos uma queda acentuada na nitidez.

Zoom

A ultra-wide apresenta boa parte das limitações do sensor principal e também sofre para balancear a luz. As cores são similares à outra câmera e não há bordas suavizadas. As fotos noturnas não ficam mais escuras, o que é um ponto bastante positivo. O ROG faz fotos apenas decente à noite, no geral, e apresenta mais ruídos do que se espera de um celular topo de linha.

Noturno

A câmera frontal traz o mesmo sensor de 32 MP de antes, mas agora tem lente com campo de visão de 90 graus. O foco ainda é fixo, o que é decepcionante para um celular do seu preço. A qualidade das selfies agrada em locais bem iluminados e tem qualidade apenas decente à noite. A pele fica muito suavizada e os ruídos mais aparentes.

Selfies

A filmadora grava no máximo em 8K a 24 fps, ficando abaixo de outros com Snapdragon 8 Gen 3. Pelo menos temos boa qualidade de filmagem com cores saturadas e muitos detalhes. Há estabilização eficiente mesmo na resolução máxima, mas o foco poderia ser mais ágil. O som tem boa qualidade, enquanto a filmadora frontal apresenta muitos ruídos em filmagens noturnas.

O novo ROG vem com a interface já conhecida com os mesmos elementos gráficos e fundo preto por padrão. A novidade é que agora temos o Android 14 direto de fábrica com todos os seus recursos rodando por baixo.

Há o Modo X que ativa o Turbo do aparelho para extrair o máximo de desempenho. Uma animação é exibida na tela e nos LEDs na traseira, ao mesmo tempo em que a interface muda de cor. Mas para quem prefere uma aparência mais limpa, a Asus ainda mantém o tema estilo Android AOSP parecido com o que é visto na linha Pixel.

Assim como nas gerações anteriores, temos a suíte Game Genie que traz algumas ferramentas para aprimorar a jogatina e evitar que você seja atrapalhado por notificações irritantes ou ligações indesejadas enquanto joga. Ele mostra informações sobre CPU, GPU, temperatura, nível de bateria e medidor de fps enquanto joga.

Também é aqui que você configura os gatilhos, sensor de movimento e até o AeroActive Cooler com seus botões adicionais para serem mapeados. Você também pode mapear comandos na tela para usar com acessórios como gamepads, o que torna a jogabilidade muito mais agradável.

Há o Armoury Crate, a interface da Asus que reúne todos os seus jogos. Aqui você pode definir perfis de uso para cada um como configurações únicas, sejam gráficas ou de jogabilidade. Também terá opções mais avançadas para os gatilhos, macros e outros mapeamentos de jogos.

O ROG Phone 8 Pro é o melhor celular gamer à venda no Brasil ou tem melhores?

O Red Magic 9 Pro também é uma boa opção e tem o mesmo tamanho em corpo mais retangular com seus elementos gráficos mais chamativos. Ele tem tela grande de 6,8 polegadas de boa qualidade, mas que perde em brilho para o ROG. O modelo da Asus é mais rápido no multitarefas, enquanto a bateria dura menos. Em câmeras, podemos dizer que os dois ficam bem próximos, com vantagem para o ROG em selfies.

O Galaxy S24 Ultra seria uma boa alternativa? Se você não liga para os extras para jogos do ROG terá um celular com melhor tela e som, bateria que dura quase o mesmo com melhores câmeras, além de suporte a atualizações por muito mais tempo. O Galaxy até perde no desempenho multitarefas, apesar do mesmo chip, mas a diferença é pequena.