No começo deste mês de julho, a Dell anunciou a chegada do seu novo XPS 13 9300 ao Brasil em três variantes. O notebook veio com o destaque da presença de processadores Intel Core de 10ª geração, GPU Intel Iris Plus e uma tela com menos bordas, além da produção nacional na fábrica em Hortolândia (SP).

A empresa enviou uma unidade do modelo top de linha – com tela sensível ao toque e resolução 4K – para o TudoCelular fazer os testes e avaliar o novo laptop da marca. Será que ele entrega tudo o que promete? Você vê os detalhes abaixo no nosso review:

O visual do novo XPS 13 9300 honra a fama da linha de proporcionar uma máquina premium. Com uma altura de aproximadamente 1,5 cm fechado e largura que não chega a 30 cm, você logo de cara nota que a companhia não decepcionou no quesito portabilidade.

A unidade experimentada possui 1,27 kg, mas é possível encontrar uma versão um pouco mais leve – 1,2 kg – nas variantes sem o display touchscreen.

A sua construção externa é toda em alumínio prata, enquanto a parte interna – aquela onde você apoia as suas mãos – tem como material a fibra de carbono na cor preta, para dar mais resistência sem aumentar o peso – e realmente gera uma sensação maior de segurança ao tatear esse espaço.

Touchpad e teclado

O touchpad aumentou de tamanho para facilitar a mobilidade da seta, mas também ajuda nos gestos do Windows 10 com mais de um dedo – como alternar entre janelas, por exemplo.

O teclado também conta com botões maiores aos usuários, o que não gera problemas com a digitação. Além disso, é retroiluminado, com duas configurações de luz – uma mais forte que a outra – que o próprio usuário pode configurar, e tem sensor biométrico sobre a tecla de liga/desliga com detecção bem rápida da digital.

Mas aqui mora um dos poucos pontos negativos deste laptop: o padrão americano. Para um produto que trouxe como novidade da linha XPS a fabricação local, faltou da Dell um olhar para essa característica.

Sem o padrão ABNT/ABNT2, você não encontrará nas teclas um “Ç” nem opções de acento não fáceis. E os que estão disponíveis podem ser digitados com comandos mais complicados – como Alt + Ctrl + o botão correspondente – e mesmo assim sem a garantia de funcionamento em determinado programa – este que vos tecla conseguiu apenas no pacote Office, enquanto os navegadores e as redes sociais não reconheceram a ação.

Uma saída para isso é adicionar o formato brasileiro no Windows, mas saiba que você precisará de uma boa “memória tátil” para digitar com alguns símbolos trocados.

Conexões

Para manter o seu tamanho bem portátil, a Dell não incluiu muitas portas no seu novo XPS 13. Ao todo, são apenas dois USB-C Thunderbolt 3 – um de cada lado – os quais servem para ligar um armazenamento externo, a fonte de energia ou ainda uma saída DisplayPort para vídeo.

A vantagem aqui é a possibilidade de ligar o notebook na tomada de qualquer um dos lados – isso vai impedir de deixar cabos passando pelas suas pernas, caso você utilize a máquina no seu colo –, mas muitas vezes você pode sentir que faltam mais portas desse tipo. Se ele estiver carregando, por exemplo, já será um USB a menos disponível. Nada que um hub não resolva, mas é importante que ele seja compatível com a velocidade que a conexão fornece para não afetar a experiência.

Além disso, também há uma entrada para cartão microSD, de um lado, e um áudio jack para fones de ouvido e microfone, do outro.

Unboxing

A caixa do notebook também segue o estilo mais premium da linha até na forma como é aberta – ao puxar a tampa da frente até levantá-la. Dentro, não são muitos acessórios que acompanham.

O laptop vem basicamente com dois acessórios. Um deles é o cabo de energia com conector USB-C, o qual é dividido em duas partes. O outro consiste em um adaptador de USB-C para USB normal – caso você queira conectar um pen drive, por exemplo.

A tela é o grande destaque deste novo modelo de notebook. A Dell reduziu as bordas ao redor e conseguiu inserir um display de 13,4 polegadas que vai praticamente de ponta a ponta. É interessante observar como, além das laterais, a empresa conseguiu também tirar o recuo da parte inferior. Ou seja, a tela vai até praticamente a área do teclado.

Na parte superior – também fina – fica a discreta webcam do produto. Ela tira fotos e filma apenas na resolução HD (720p), mas consegue gerar uma nitidez agradável e tem bom campo de visão, mesmo com a máquina próxima de você.

Mas nada supera a experiência premium fornecida pelo painel sensível ao toque. Se você quiser utilizar este notebook sem a necessidade de um mouse, poderá passar o tempo inteiro sem sentir a falta do acessório. O touchscreen consegue suprir a função muito bem, e a tecnologia Anti-Smudge consegue deixar a superfície do display liso todos os momentos.

Além disso, a resolução 4K (3840 x 2400 pixels) também contribui com a experiência do usuário. Você consegue assistir a vídeos Ultra HD sem perda de qualidade, com cores bem equilibradas e brilho satisfatório (500 nits).

O áudio não decepciona. São dois alto-falantes de 2,5W, posicionados nas laterais inferiores do notebook. Por ficar embaixo, o som já chega para você um pouco mais abafado, o que ajuda a reforçar os graves. O volume máximo consegue ser bem alto e com distorções mínimas.

A Dell apostou nos mais recentes processadores da Intel para o novo XPS 13. A variante testada conta com um Core i7-1065G7, 16 GB de memória RAM e 1 TB de SSD PCIe NVMe M.2 – a opção mais básica vem com Core i5-1035G1, 8 GB de RAM e SSD de 512 GB.

Com a configuração top de linha, é possível ligar e desligar a máquina em menos de 10 segundos cada, além de conseguir abrir vários programas ao mesmo tempo sem ter falta de memória. Por ter RAM soldada e sem possibilidade de ampliação do armazenamento, a configuração mais sofisticada permite uso sem pensar em expandir as opções já existentes. Já o processador consegue rodar todos os programas com boa fluidez e sem travadas.

Qualidade gráfica

A GPU Intel Iris Plus é integrada. Este notebook não conta com placa gráfica dedicada. Em outras palavras, programas de edição de vídeo, como Adobe Premiere, ou arquitetura, tal qual AutoCAD, não são indicados aqui. Alguns vídeos mais leves conseguem ser editados sem grandes problemas, mas outros mais complexos podem exigir um poder de vídeo maior.

Jogos mais pesados também não funcionam bem neste momento. O TudoCelular experimentou quatro games: DOOM Eternal, Street Fighter V, Minecraft Dungeons e NBA 2K20. Confira os detalhes de cada um:

• DOOM Eternal: este não conseguiu rodar por incompatibilidade com os componentes da Intel. Ele apenas abre a introdução e depois fecha automaticamente a janela.
• Street Fighter V: a taxa de quadros baixa absurdamente na resolução 4K. A navegação nos menus melhora em 1440p, mas as lutas em si engasgam até quando executadas em Full HD (1080p).
• Minecraft Dungeons: o FPS baixa para algo em torno de 12-14 quando é colocado na qualidade Ultra HD. Apenas em 1080p o título alcança 60 quadros por segundo.
• NBA 2K20: a navegação nos menus já começa a travar em 4K. Entretanto, o game já consegue rodar em uma fluidez aceitável na resolução 1440p.

Benchmarks

Nos nossos testes, foram rodados três benchmarks para entender a potência deste laptop em números: Geekbench 5.2, PCMark 10 e 3DMark Time Spy.

No caso do primeiro, o notebook conseguiu obter 1084 pontos com apenas um núcleo, enquanto alcançou 3827 no Multi-Core. Destaques para as categorias AES-XTS e HDR, que anotaram as maiores notas.

Quando colocado à prova no PCMark, atingiu uma pontuação de 3099. As principais conquistas aqui foram de ações consideradas “essenciais”, como abertura de aplicativos, videoconferência e navegação na web.

Já no 3DMark, não passou de 709 pontos. Afetado pela ausência de uma placa de vídeo dedicada, o modelo não conseguiu resultados expressivos em gráficos, como você pode observar a seguir:

Uma característica dele que também pode ter afetado nos benchmarks é o seu aquecimento muito rápido. Poucos minutos após ligá-lo com a fonte plugada, o laptop já começa a esquentar na região do teclado. Na bateria, é possível mantê-lo um pouco mais frio.

O Dell XPS 13 9300 conta com uma bateria de 4 células e 52Whr. O TudoCelular realizou um teste mais intenso de uso com ela. Entre as ações do experimento, houve alternância entre reprodução de vídeo no YouTube, utilização constante de redes sociais – Facebook, Instagram e Telegram –, execução de música no Amazon Music, navegação na web e um tempo de descanso com a tela ligada.

O brilho e o nível de desempenho ficaram em uma configuração intermediária, além de o Bluetooth estar ligado o tempo todo. Nessa configuração, foi possível obter três horas de autonomia total até a máquina desligar sozinha – quando havia 3%.

Contudo, em um segundo teste durante uso moderado para básico, com Bluetooth desligado, brilho em torno de 30% e sem visualização de vídeos, foi possível alcançar um total de oito horas até precisar de ser ligado na tomada.

Já para recarga, na primeira condição descrita, o laptop precisou de cerca de três horas e 40 minutos para encher a sua bateria até os 100%. Com pouco menos de três horas, ele chegou até 99% e demorou para atingir o máximo.

Mas o tempo de recarga pode ser gerenciado pela ferramenta Dell Power Manager. Essa demora faz parte do modo “Adaptável” – que vem como opção nativa para quem quer “configurar e esquecer”. Quando colocado no “ExpressCharge”, é possível encher tudo em cerca de duas horas e meia.

O novo Dell XPS 13 9300 consegue entregar uma experiência premium impressionante ao usuário. Quem não está acostumado com uma tela touch 4K e praticamente sem bordas certamente se apaixonará por este modelo e terá dificuldade de usar um modelo inferior depois. Ele ainda poderá abrir espaço para outros laptops com o mesmo conceito de reduzir os espaços em volta do painel.

A sua portabilidade combinada com a potência de seus componentes é uma opção perfeita para quem quer uso profissional ou precisa levá-lo em alguma viagem. Ele é leve, fino, não ocupa muito espaço e permite utilizar qualquer programa sem travamentos.

Mas caso a sua prioridade seja para jogos ou edições mais pesadas, este notebook não se trata de uma alternativa viável para você. A ausência de uma GPU dedicada faz muita diferença e impede este notebook de chegar à perfeição.

Outro ponto de muito incômodo pode ser a ausência de um teclado no padrão brasileiro (ABNT/ABNT2). Para quem está acostumado a escrever acentos e o “Ç”, a ausência praticamente total dessas opções deixa o usuário perdido até conseguir se acostumar.

A mudança do formato pelo Windows 10 melhora a utilização se você já ir automaticamente nas teclas que está acostumado – sem ficar procurando para digitar. Mas, convenhamos, uma máquina desse nível e com produção nacional não poderia ter deixado isso para trás.

Vale a pena?

O preço sugerido deste notebook é de R$ 11.499, por ser o top de linha do XPS 13 9300, mas há alternativas a partir de R$ 8.999. A fabricação nacional, de fato, baixou os valores dessa série, a qual costumava ter o custo de R$ 11 mil nas variantes mais básicas até o ano passado.

Mas saiba que este modelo não é considerado uma máquina para um usuário comum e pouco exigente. Ele está na categoria para concorrer com os Macbooks da Apple ou o Zenbook da ASUS, por trazer componentes potentes em um corpo compacto. Caso essa seja a sua necessidade, o novo produto da Dell é recomendado pelo conjunto que traz.

Você pode ainda conferir algumas ofertas do novo XPS 13 9300 e de seus principais concorrentes no espaço abaixo do texto.

E aí, quais foram as suas impressões sobre o novo Dell XPS 13 9300? Diga para a gente!