
02 Janeiro 2021
A LG renovou a sua linha de intermediários em junho trazendo três novos aparelhos, sendo o K61 o mais avançado. A coreana veio acertando no segmento de entrada com ótimos celulares como os K40s e K50s. Será que agora investindo em categoria mais alta ela conseguirá o mesmo feito ao superar Samsung, Motorola e Xiaomi? É isso que você vai descobrir nesta análise completa do TudoCelular.
O K61 tem embalagem similar aos demais da nova linha básica da LG. Além do celular você receberá os seguintes acessórios:
O K61 é um celular que chama a atenção pelo design, que apesar de ser simples todo feito em plástico, dá a impressão de aparelho premium. Ele tem laterais cromadas e traseira com pintura brilhante que à primeira vista parece ser vidro. A novidade chegou em duas opções de cores no mercado nacional: esta branca e também uma cinza chamada de titânio.
Ele é um aparelho grande que poderia ter bordas mais finas. LG abandonou o entalhe de gota que vimos na geração passada e adotou furo na tela, que no K61 fica no canto superior esquerdo. O leitor biométrico segue na traseira logo abaixo das câmeras organizadas horizontalmente. Ele funciona bem e reconhece a digital rapidamente.
Como é comum em celulares da LG, o K61 também traz certificação militar que garante maior resistência que demais celulares com corpo de plástico. Mesmo assim a coreana envia na embalagem uma capinha de proteção.
Ele não chega a ser um celular totalmente completo, ficou faltando NFC e giroscópio. Pelo menos tem Wi-Fi 5 GHz que está ausente no K51s e K41s.
Um ponto que decepciona é a tela. Apesar de grande e com resolução adequada, o painel LCD usado pela LG é simples e apresenta contraste baixo para a categoria. Ao lado de uma tela AMOLED da Samsung a diferença é grande. O nível do brilho é decente, assim como o ângulo de visão.
Chega a ser irônico ver que a LG é uma das maiores fabricantes de telas e fica economizando nos painéis usados em seus próprios celulares, enquanto rivais já começam a oferecer intermediários com suporte a HDR para vídeos no YouTube e Netflix.
A parte sonora também decepciona. Há apenas uma saída de som na parte inferior. A potência do volume é mediana e a qualidade do áudio também poderia ser melhor. Há muito reforço de agudos que compromete a experiência com músicas, mas até serve para outras mídias como vídeos.
O K61 vem acompanhado de fone básico que faz apenas o essencial. Há suporte a DTS:X Surround com efeito 3D, mas que na prática não faz diferença nenhuma... pelo menos não com este fone.
LG veio requentando o Helio P22 por muito tempo, mas finalmente decidiu dar um passo adiante e trouxe o P35 para o K61. É um chip meio antigo e pelo preço cobrado nele esperávamos um hardware melhorzinho.
Este é exatamente o mesmo chip que você encontra no K51s, mas há uma diferença aqui: o K61 tem tela com resolução maior e isso pesa no desempenho. Em nossos testes ele acabou sendo mais lento que modelos mais baratos da LG do ano passado.
Em benchmarks ele é simplesmente atropelado pela concorrência e amarga com números baixos que não vão deixar ninguém empolgado. O problema é que isso também afeta o desempenho em jogos. Até mesmo games mais leves apresentam engasgos e jogos mais pesados sofrem com congelamentos constantes. Isso aconteceu com bastante frequência no Asphalt 9.
LG deveria ter mantido a tela apenas HD ou então ter adotado o Helio P65 que resolveria bastante o problema de desempenho. Há até uma opção de reduzir a resolução para cada game, mas ainda assim sofrerá com lag em alguns jogos.
Ter quatro câmeras e sensor de 48 MP acabou virando um padrão entre celulares intermediários e este é o caso do K61. É um avanço significativo comparado aos lançamentos anteriores da linha K que normalmente chegaram com câmera de 13 ou 16 MP. Se você espera um salto grande na qualidade de fotos e vídeos, vai acabar se decepcionando.
A LG até conseguiu fazer bom uso da câmera dos seus basicões com hardware da MediaTek, mas o problema do K61 é que o Helio P35 é muito fraco para lidar com sensor tão avançado. Falta nitidez, as cores saem apagadas e as texturas têm baixa qualidade.
A câmera grande-angular tem qualidade inferior. Ela perde muito os detalhes do que está distante ou nos cantos do enquadramento. Apresenta ainda mais ruídos em locais fechados e sofre bastante com fotos escuras à noite.
A macro tem distância focal de 4 cm e na maioria das vezes vale mais a pena usar a câmera principal para fotografar de perto. O K61 também possui um modo 48 MP para extrair todo o potencial do sensor, mas o foco piora e os detalhes das sombras são destruídos tornando as fotos inferiores.
É possível tirar boas selfies com o K61, desde que você acerte a distância focal dele que é diferente dos demais da LG. Muitas vezes terá que tirar várias fotos até acertar a distância correta para não ter selfies borradas. O modo retrato é razoável e ele erra um pouco, além de apresentar muitos ruídos em locais mais escuros.
Ele filma em Full HD com a principal, grande-angular e frontal. A qualidade das filmagens é razoável, seja em detalhes, cores e luz. Não há estabilização eletrônica e o foco é bastante lerdo até mesmo de dia. O som dos vídeos fica abafado devido ao microfone de cancelamento de ruídos que faz um péssimo trabalho.
O K61 vem com bateria de 4.000 mAh, um tamanho bastante comum em intermediários. Já vimos outros da linha entregarem ótima autonomia com o mesmo tamanho de bateria, mas este não é o caso.
Ele ficou atrás do K12 Prime e rende menos que rivais de outras marcas. Em uso moderado você terá bateria para o dia todo, até sobrando um pouco para a manhã seguinte. O que é mais do que suficiente para quem não fica grudado no celular. Mas fica claro que o Helio P35 e a tela Full HD foram os grandes vilões aqui.
O carregador que acompanha o celular entrega apenas 10W de potência. É pouco para um intermediário de 2020, mas até que ele não fica atrás dos concorrentes com baterias maiores. O K61 leva pouco mais de 2h para ir de 0 a 100% e recupera 15% em uma carga rápida de 15 minutos.
Se ficou decepcionado com o desempenho ou bateria temos uma notícia ainda pior: o K61 sai da caixa ainda com o Android Pie. Em breve teremos o Android 11 sendo lançado pelo Google e LG continua trazendo aparelhos com um software com dois anos de idade. É algo inaceitável. E a pior parte é que os modelos da linha anterior ainda nem foram atualizados para o Android 10.
Pelo menos há alguma boa notícia na parte de software? Bem, se você gosta da linha Galaxy então vai curtir a nova interface da LG que parece uma cópia da One UI. Os ícones foram remodelados, a tela de atalhos do sistema agora está na cor preta e o menu do Android foi completamente redesenhado e não temos mais os recursos separados por abas como vinha por padrão.
Depois de tantas decepções você deve estar pensando: vale a pena comprar o K61? Bem, ele consegue ser pior que seu antecessor. O K12 Prime é mais rápido, a bateria dura mais e registra melhores fotos em muitos casos. Ou seja, a LG quer que você pague o dobro para levar um produto inferior só porque ele está mais bonito e tem mais câmeras.
O Galaxy A31 chegou mais caro, porém atualmente pode ser encontrado no mesmo preço do K61. Por mais que o intermediário da Samsung tenha suas falhas, ele é uma melhor compra. O Redmi Note 9 também é outro que tem custo-benefício complicado no Brasil, mas entrega mais que o celular da LG.
Porém, a melhor alternativa seria o Moto G8 Plus. Ele é mais rápido, a bateria dura mais, tem câmeras muito melhores e ainda custa menos.
Há opções bem melhores de outras marcas atualmente no Brasil
Embalagem vem com o básico para usar o celular, mas acompanha capinha de proteção e fone de ouvido
O K61 é um celular grande com traseira de plástico escorregadia
O Android da LG está muito parecido com o da Samsung e flui bem até mesmo em celulares de entrada
Tela tem brilho mediano e cores lavadas; som não é potente e exagera nos agudos
O K61 é um celular com mais contras do que prós e consegue ser inferior ao seu antecessor
Onde Comprar
As melhoras ofertas para o LG K61