O Moto G54 chegou ao Brasil juntamente com o seu irmão maior, o Moto G84. Neste temos um intermediário mais simples voltado para quem busca um celular mais em conta ou não faz questão de ter algo potente para jogos ou aplicativos pesados. Ele chega em duas configurações e temos em mãos a mais básica para ver se vale a pena.

O Moto G54 vem em embalagem feita de papel reciclado e além do celular, você recebe os seguintes acessórios:

• Carregador de 20W de potência
• Cabo USB no padrão C
• Chavinha da gaveta do SIM card
• Guia do usuário

O design do Moto G54 não traz nada de especial. É um celular simples com parte frontal e traseira completamente planas e estrutura lateral com poucas curvas feita em plástico liso. O modelo está disponível nas cores grafite e azul claro no mercado nacional.

Mas para tentar diferenciar as duas versões do aparelho, a Motorola lançou o mais caro na cor verde e também em versão com acabamento especial em azul escuro que imita couro. Esse é o mesmo tipo de material que a empresa usa em modelos mais caros e é bacana ver também em um produto de baixo custo.

Na traseira temos um bloco retangular saltado que abriga as duas câmeras e o flash em LED. A Motorola faz questão de deixar estampado que o sensor principal usa tecnologia Quad Pixel e vem com estabilização óptica para cuidar de tremidos nas filmagens.

A frente traz moldura razoável ao redor da tela, com exceção da borda inferior que possui espessura muito maior. Há furo para a câmera de selfies localizada no topo e o leitor biométrico vem incorporado ao botão de energia na lateral. O sensor não é dos mais ágeis, mas reconhece perfeitamente a digital sem dificuldade.

Na lateral esquerda temos a gaveta que permite usar um chip e também cartão de memória do tipo microSD. Para ter acesso a um segundo número é preciso ativar uma linha usando a tecnologia eSIM. E temos entrada padrão para fones de ouvido na parte inferior.

Esse é mais um celular da Motorola com suporte a redes 5G. Ele também vem com Wi-Fi de quinta geração para navegar em redes mais velozes de 5 GHz, há Bluetooth 5.3, NFC e rádio FM com banda estendida.

O G54 vem com tela IPS LCD de 6,5 polegadas com resolução Full HD+ e taxa de atualização de 120 Hz. A parte decepcionante fica para o brilho máximo bem abaixo da categoria que compromete a experiência ao usar o celular em locais abertos, especialmente em dias ensolarados.

O nível de contraste é decente, assim como o ângulo de visão. O tempo de resposta da tela é alto e isso gera um atraso na imagem, o que resulta em leve borrão ao rolar a tela. Pode ser um problema que irá incomodar aos mais atentos, enquanto a calibração de cores possui dois perfis com um saturado por padrão que fica bastante longe do ideal e outro com melhor calibração.

O sistema vem por padrão com taxa de atualização no modo automático que alterna entre quatro velocidades, indo desde até 30 Hz para conteúdo estático, 60 Hz para vídeos e conteúdo leve, 90 Hz para tarefas mais pesadas e 120 Hz em alguns jogos. Você pode travar a velocidade em 60 ou 120 Hz, caso prefira mais bateria ou melhor fluidez.

É bom ver que a Motorola continua investindo em som estéreo em seus celulares intermediários mais básicos e no G54 temos áudio com ótima potência que fica acima de muitos do segmento.

A qualidade sonora agrada com bom equilíbrio entre graves, médios e agudos. Não há distorção com o volume no máximo como é comum ver em alguns modelos do segmento e ainda há equalizador completo com suporte a Dolby Atmos.

O Moto G54 vem em duas configurações, ambas com o chip Dimensity 7020 da MediaTek. Para quem não conhece, essa é uma versão renomeada do Dimensity 930 lançado ano passado e traz processador octa-core formado por dois núcleos da série A78 em conjunto com mais seis da série A55. A GPU é a IMG BXM-8-256.

O que muda entre as duas versões é que temos essa que analisamos com 4 GB de RAM e 128 GB de armazenamento e há uma mais cara que vem com o dobro de memória, ou seja, 8 GB de RAM e 256 GB de espaço interno. Em ambas é possível expandir o armazenamento com cartões microSD de até 1 TB.

A má notícia é que esse hardware não empolga no multitarefas e o G54 com 4 GB de RAM sofre para segurar os apps abertos em segundo plano e foi mais lento que seu antecessor com mesma quantidade de memória em nosso teste. Pelo menos em benchmarks temos números maiores com uma média de 350 mil pontos no AnTuTu.

Testamos alguns jogos e foi possível jogar Call of Duty na qualidade Alta com anti-aliasing ativado, porém demais extras gráficos desabilitados. No PUBG é possível se aventurar na opção HD com tudo ativado sem sofrer com lentidão.

O Moto G54 traz bateria de 5.000 mAh, mesmo tamanho do seu antecessor. Porém, com o hardware mais recente tivemos um pequeno ganho em autonomia com o novo intermediário da Motorola chegando próximo das 25 horas de uso moderado em nosso teste padronizado.

Apesar de ser uma autonomia bacana, a bateria do Moto G54 não chega a impressionar quando temos outros celulares do segmento chegando próximo das 30 horas de uso moderado. Ainda assim, será suficiente para muitos que não jogam e fazem uso mais básico com redes sociais e troca de mensagens.

O celular da Motorola vem com carregador TurboPower de 20W na caixa que demora quase 2 horas para encher totalmente a bateria. Uma carga rápida de 15 minutos recupera 31% e chega a 60% com meia hora na tomada.

O conjunto fotográfico no Moto G54 é bastante simples e conta com apenas uma câmera de 50 MP e uma secundária de 2 MP para macros. Nada de câmera hibrida com várias funções como é padrão da marca em celulares mais avançados.

Por conta da tecnologia Quad Pixel, temos fotos na resolução de 12,5 MP por padrão. A qualidade das imagens é boa para um celular do seu preço e temos cores vibrantes. A nitidez está acima da média, desde que evite usar o zoom digital.

Principal

O contraste está um pouco além do ideal, enquanto a faixa dinâmica, apesar de não muito ampla, ainda entrega resultados melhores que rivais chineses. Apenas as sombras mais escuras que perdem detalhes, mas o Moto G54 não chega a sofrer ao fotografar no fim de tarde.

A câmera principal fica responsável pelo desfoque de cenários e faz um bom trabalho na separação de planos e efeito aplicado. A macro é básica como a de qualquer outro celular com sensor de 2 MP e foco fixo. Não espere fotos nítidas, mas pode até conseguir imagens decentes com um pouco de paciência.

Desfoque

Macro

É bom ver que a câmera principal do Moto G54 não faz feio à noite e captura fotos com qualidade entre os melhores da categoria, especialmente com o modo noturno ativado. O desfoque não chega a escurecer a imagem ou alterar as cores.

Noturno

Talvez a câmera que mais se destaque de todo o conjunto é a frontal de 16 MP. Ele faz boas selfies com tom de pele e cores próximas da realidade e ainda mantém grande parte dos detalhes registrados. Mesmo selfies noturnas não sofrem com forte queda de nitidez, os ruídos ficam controlados e temos imagens claras. O desfoque funciona bem com poucos erros aparentes.

Selfies

A filmadora grava em Full HD com a traseira e frontal. A qualidade é decente, mesmo em locais escuros. Há estabilização eficiente que lida bem com os tremidos, o foco é ágil e a captura de som estéreo tem boa qualidade. A câmera frontal faz ótimos vídeos em locais claros e não sofre tanto com ruídos à noite.

O Moto G54 vem com Android 13 modificado pela interface MyUX já conhecida da Motorola que vem com poucos extras comparado ao que vemos nas concorrentes. No momento em que testamos, ele estava alguns meses atrasado no pacote de segurança e a Motorola também não é muito eficiente em atualizar seus intermediários mais básicos.

Apesar de ter decepcionado em nosso teste multitarefas, o G54 traz um recurso chamado Inicio Inteligente de Aplicativos, que estuda o padrão de uso do usuário para tentar acelerar o carregamento dos apps mais usados.

Temos a Barra Lateral para adicionar atalhos dos seus apps mais usados. E os clássicos gestos de sacudir para ligar a lanterna e de girar o celular para abrir a câmera também seguem presentes.

O Moto G54 tem seus pontos fortes e fracos, mas será uma melhor compra que rivais da Samsung e Xiaomi?

O Galaxy M34 tem design mais simples e ainda vem com entalhe em formato de gota que está ultrapassado. Por outro lado, sua tela Super AMOLED tem brilho mais forte, melhor contraste e ângulo de visão mais amplo. A parte sonora decepciona por ser apenas mono, mas compensa no desempenho mais ágil e maior autonomia de bateria. O Motorola se destaca com melhores selfies.

O Redmi Note 12S também vem com tela AMOLED, porém com taxa de apenas 90 Hz. De qualquer forma, ganha em brilho e cores. O modelo chinês traz som estéreo de boa qualidade, mas perde para o da Motorola em potência. O Redmi ganha em desempenho, bateria e vem com conjunto fotográfico mais avançado.

Pontos fortes

• Tela de 120 Hz
• Som estéreo imersivo
• Faz boas selfies

Pontos fracos

• Desempenho multitarefas abaixo da média
• Tempo de recarga poderia ser melhor
• Bateria apenas decente
• Poderia vir com ultra-wide no lugar da macro