A nova geração do dobrável da Motorola está entre nós e o TudoCelular vai conferir todas as novidades do Razr 50 Ultra com relação ao seu antecessor para ver o que evoluiu e se houve retrocessos em alguns pontos. Vamos conferir seus pontos fortes e fracos para saber se o novo dobrável da Motorola é uma boa compra.

O Razr 50 Ultra vem em caixa escura com detalhes azul feita de papel reciclado. Você encontra os seguintes acessórios:

• Carregador com 68W de potência
• Cabo USB no padrão C
• Guia do usuário
• Chavinha da gaveta do cartão SIM

O Razr 50 Ultra tem tudo para ser o melhor celular dobrável lançado pela Motorola até esta data. Ele traz melhorias necessárias, pequenos retoques no design e novos recursos para aprimorar a usabilidade sem deixar seus diferenciais que o fazem se destacar no segmento.

Em termos de medidas não temos mudanças notáveis. O novo até ficou um pouco mais volumoso, mas parte da culpa pode estar na tela externa maior e a bateria que cresceu. O ponto positivo fica para a inclusão de certificação IPX8, que garante proteção contra água, mas não contra poeira.

A dobradiça foi reforçada para uma resistência aprimorada em todos os ângulos de abertura, além de reduzir a presença do vinco no meio da tela. O corpo agora é feito de alumínio da série 6000 e a traseira pode ser encontrada em versões com couro vegano, silicone ou suede. Entre as opções de cores temos azul, verde, rosa e a exclusiva Peach Fuzz da Pantone.

A tela externa cresceu quase que tomando inteiramente a parte superior externa do aparelho. Há vidro com proteção Gorilla Glass Victus, que apesar de não ser a geração mais recente, ainda garante ótima proteção contra riscos e quedas. A Motorola fez três furos na tela para passar as duas câmeras e o flash em LED.

A estrutura de metal é curva de todos os lados e tem acabamento brilhante. Do lado de dentro temos uma tela grande que aproveita bem o espaço deixando as bordas finas para um aparelho dobrável. O leitor biométrico vem incorporado ao botão de energia e faz a leitura da digital ao apenas encostar o dedo.

Na parte de conectividade tivemos alguns avanços: o Wi-Fi agora é de sétima geração e o Bluetooth 5.4. Além disso, há NFC e 5G. É bom ver que o carregamento sem fio também evoluiu e agora suporta até 15W, sendo no máximo 5W para carregamento reverso de relógios e fones de ouvido Bluetooth.

A Motorola não economizou no painel adotado no Razr 50 Ultra e temos uma tela de 6,9 polegadas com taxa de atualização de 165 Hz com tecnologia 10-bit para reproduzir mais de 1 bilhão de cores diferentes, além de suporte a HDR10+ e Dolby Vision para uma experiência completa em serviços de streaming.

A resolução é a mesma Full HD+ de antes, enquanto o nível máximo de brilho foi aprimorado, o que não apenas impacta na reprodução de vídeos com HDR, como também ajuda a usar o celular fora de casa em dias ensolarados. Por ser uma tela do tipo AMOLED, temos amplo contraste e ângulo de visão com cores saturadas.

O painel é do tipo LTPO e vem com a taxa de atualização em modo automático que regula a velocidade a depender do uso. Em conteúdo estático terá o painel em 1 Hz para economizar o máximo de energia, ficando entre 24 e 60 Hz na reprodução de vídeos, 90 a 120 Hz em apps e animações do sistema e chegando a 165 Hz em jogos compatíveis.

A tela externa cresceu para 4 polegadas, teve um pequeno aumento de resolução para Full HD+ e também ganhou um painel AMOLED do tipo LTPO com suporte a 1 bilhão de cores, Dolby Vision, HDR10+ e taxa de atualização de 165 Hz. Isso faz com que você tenha a mesma experiência, não importa qual tela for usar.

Há duas saídas de som, sendo uma delas o alto-falante de chamadas no topo da tela. Enquanto a saída superior tem limitação de volume e foca mais nos agudos, o alto-falante principal na parte inferior do aparelho acaba complementando a experiência ao compensar os graves e médios.

A Motorola também inclui equalizador com suporte a Dolby Atmos com vários perfis para escolher, seja dedicado para filmes, músicas ou jogos. Há um modo automático que identifica o tipo de áudio reproduzido no momento e também há um perfil personalizável para deixar o som ao seu gosto.

O Razr 50 Ultra vem equipado com Snapdragon 8s Gen 3, o mesmo chip adotado no Edge 50 Ultra. Aqui temos 12 GB para RAM, que pode chegar a 24 GB no total com o uso do RAM Boost. Já no armazenamento temos uma única opção com 512 GB internos.

Sem dúvidas é uma configuração esperada de um celular topo de linha, mas como isso se traduz no uso real? Apesar de segurar muitos apps abertos em segundo plano, ele não chega a empolgar no uso multitarefas e ficou abaixo do antecessor em nosso teste de velocidade e também perdeu para rivais.

Em benchmarks tivemos pontuações um pouco abaixo de outros com o mesmo hardware, chegando a 1 milhão e 300 mil pontos no AnTuTu, o que pode indicar que faltou um bom sistema de dissipação para evitar aquecimento quando há alta demanda do hardware. Pelo menos os jogos que testamos rodaram suave na qualidade máxima.

A bateria cresceu para 4.000 mAh e garante autonomia para o dia todo tranquilamente. Em nosso teste que simula uso moderado com alguns jogos, tivemos uma média de 28 horas de duração.

Outro ponto que evoluiu foi no carregador que vem com o aparelho. Agora temos 68W de potência máxima que faz a bateria recarregar totalmente em pouco mais de 40 minutos. Sem dúvidas é um tempo notável, considerando que há dobráveis da concorrência que passam quase 1 hora a mais na tomada.

Com uma carga rápida de 15 minutos terá quase metade da bateria para usar, chegando a 75% com meia hora na tomada, o que já garante várias horas de uso.

O conjunto fotográfico foi atualizado e agora temos duas câmeras de 50 MP. A ultra-wide deu lugar a uma teleobjetiva com zoom óptico de 2x. Ambas as câmeras trazem sensor ISOCELL da Samsung, enquanto a interna é a mesma de 32 MP da geração anterior.

As fotos diurnas agradam no geral. Há boa nitidez, contraste e faixa dinâmica ampla o suficiente para evitar estouro de luz ou pessoas obscurecidas ao fotografar no fim de tarde. Só sentimos que o software sofre um pouco para acertar a saturação das cores.

Padrão | 50 MP

A câmera principal comprime quatro pixels em um por padrão e resulta em fotos de 12,5 MP como é comum em celulares com sensor de 50 MP. Você pode usar a resolução máxima e dispensar essa compressão em troca de imagens um pouco mais nítidas, mas notará a diferença apenas ao ampliar as fotos.

A teleobjetiva captura imagens nítidas com o zoom em 2x, mantendo cores, contraste e saturação da câmera principal. Ela sofre menos com o balanço de branco e tende a gerar resultados mais consistentes. O zoom digital apresenta grande perda de nitidez, especialmente ao tentar fotografar algo muito distante.

Zoom

Não espere muito de macros, já que terá que usar a câmera principal para isso que não tem uma distância focal muito curta. Para desfoque de cenários terá bons resultados, desde que evite locais com muita vegetação.

As fotos noturnas registradas pelo Razr 50 Ultra poderiam ser melhores. Temos bordas suavizadas, perda de nitidez e saturação inconstante. Dependendo do local e da iluminação ainda terá boas fotos, mas o zoom acaba interferindo no brilho e nas cores.

Noturno

Também há diferença na qualidade das selfies a depender da câmera usada. Enquanto a interna perde em nitidez e apresenta cores mais neutras, a câmera externa faz selfies com mais detalhes e cores vibrantes. Essa diferença fica ainda maior ao tirar selfies em locais com pouca luz, com a câmera interna pecando em contraste e saturação.

Selfies câmera externa

Selfies câmera interna

A filmadora grava em 4K a 60 fps com todas as câmeras. A qualidade dos vídeos está próxima do que é visto nas fotos, exceto à noite onde temos vídeos bastante escuros, especialmente com a frontal que ainda sofre com ruídos. Há estabilização óptica na lente principal que lida bem com tremidos, o foco é ágil e a captura de som é limpa.

O Razr 50 Ultra vem com Android 14 modificado pela interface Hello UI e pode receber até 3 atualizações do robozinho e quatro anos de updates de segurança como em outros modelos topo de linha da marca.

O software vem com IA integrada para facilitar a vida do usuário e também aumentar o poder de personalização da interface. É possível ter um papel de parede próprio todos os dias gerado pela inteligência artificial.

Toda a parte de customização e também os recursos extras são encontrados no aplicativo Moto. É por lá que você acessa os clássicos gestos para ligar a lanterna ao sacudir o celular ou ativar a câmera ao girar o aparelho.

O Smart Connect reúne todos os recursos que envolvem conexão com outros dispositivos, como um PC, tablet, monitor ou TV. Você pode fazer streaming do conteúdo do celular para outra tela, usar o Razr como um desktop ou apenas compartilhar arquivos com a área de transferência inteligente.

A tela externa teve sua usabilidade aprimorada ao ganhar suporte a mais aplicativos, como o Google Fotos. E por falar em IA, o Google Gemini também pode ser acessado pelo lado de fora sem precisar ficar abrindo o Razr 50 Ultra a todo momento.

Razr 50 Ultra é um melhor dobrável que o seu maior rival Galaxy Z Flip 6? O da Motorola tem tela maior com taxa de atualização superior e suporte a Dolby Vision, mas perde em brilho. A tela secundária também é maior e muito superior à do rival. Em desempenho é o Galaxy que vence, enquanto em bateria eles praticamente empatam em autonomia com vantagem para o Razr no tempo de recarga. Em câmera temos vantagem para o da Samsung.

Vale a pena pagar mais caro no dobrável da Motorola ou é melhor investir no Edge 50 Ultra? O Razr possui tela maior com taxa de atualização superior, mas acaba perdendo em brilho. Apesar de ambos terem o mesmo chipset, foi o Edge o mais rápido em nosso teste multitarefas. Ele perde em bateria e ganha em tempo em recarga, enquanto captura melhores fotos e vídeos.

Pontos Fortes

• Resistência à água
• Tela externa grande e útil
• Boa autonomia de bateria
• Rápido tempo de recarga

Pontos Fracos

• Desempenho abaixo do segmento
• Preço salgado pelo conjunto
• Software precisa de melhorias nas câmeras