No início de 2025, a Xiaomi lançou no Brasil sua linha de smartphones intermediários, composta pelo Poco X7 e X7 Pro. O TudoCelular teve a oportunidade de testar o modelo mais avançado da dupla, que traz diversos aprimoramentos em relação ao seu antecessor, prometendo um custo-benefício ainda mais atraente. Nesta análise, vamos explorar seus principais pontos positivos e negativos para avaliar se ele continua sendo uma das melhores compras do segmento.

O Poco X7 Pro vem em embalagem escura com os nomes da marca e do aparelho grafados em amarelo. Além do celular, você recebe os seguinte acessórios:

• Carregador com 90W de potência
• Cabo USB no padrão C em uma das pontas
• Chavinha da gaveta do SIM card
• Capa de silicone fosca
• Guia do usuário

O Poco X7 Pro apresenta um design mais tradicional e plano, em contraste com o modelo X7, que possui laterais curvas, oferecendo uma pegada mais agradável. A frente do dispositivo é revestida com vidro Gorilla Glass 7i, enquanto a moldura é de plástico fosco e chega por aqui nas opções de cores verde e preta.

A traseira é marcada por um painel bicolor, com acabamento alternado entre texturas polida e fosca, criando um efeito visual interessante. A versão amarela, por sua vez, apresenta um acabamento mais sofisticado, com um segmento estilo couro vegano, que já vimos anteriormente na linha.

O dispositivo conta com certificação IP68, garantindo resistência à poeira e à água até 1,5 metro de profundidade por um máximo de 30 minutos. Em alguns mercados, há uma versão com certificação IP69, que proporciona resistência a jatos de água sob pressão.

A moldura das câmeras sofreu uma redução significativa em comparação com o Poco X6 Pro. Agora menor e mais discreto, o módulo conta com apenas duas câmeras, embora ainda se destaque ligeiramente na parte traseira. O flash de LED foi reposicionado, separado do bloco de sensores.

Apesar de não adotar materiais mais sofisticados, como em alguns intermediários premium, a qualidade de construção e o design do Poco X7 Pro são agradáveis, com um aspecto moderno e bem acabado.

A parte frontal é dominada por uma tela grande com bordas finas, e um pequeno furo para a câmera frontal. A parte superior do aparelho abriga uma pequena saída de som, além do clássico emissor infravermelho, presente em muitos celulares da Xiaomi, que permite usar o dispositivo como controle remoto para diversos eletrônicos.

O leitor de impressões digitais é do tipo óptico e está posicionado sob a tela, funcionando de forma bastante ágil. Não há slot para cartão microSD, mas há uma gaveta que comporta dois chips. Um detalhe interessante é que o botão de energia apresenta uma cor diferenciada nas versões especiais do aparelho, incluindo uma edição com o Homem de Ferro, dos Vingadores.

A parte de conectividade permanece sem grandes novidades nesta geração, incluindo Wi-Fi 6, Bluetooth 5.4, NFC e 5G.

A tela segue sem novidades, sendo o mesmo painel adotado pela Xiaomi em outros smartphones. Temos 6,67 polegadas com resolução de 1220p, taxa de atualização de 120 Hz e profundidade de cor 12-bit, o que garante reproduzir mais de 68 bilhões de cores diferentes.

A Xiaomi promete brilho máximo de 3.200 nits, que pode ser alcançado em conteúdo HDR. Em nossos testes, conseguimos algo próximo dos 1800 nits no modo automático e metade disso no manual. Há suporte a HDR10+ e Dolby Vision, que não apenas turbina esse brilho em conteúdo compatível, como garante melhor imagem nos principais serviços de streaming.

A taxa de atualização alterna automaticamente entre 60 e 120 Hz, baixando até 30 Hz com o Always-on Display. O sensor de toque chega a responder até 480 Hz, o que melhora o tempo de resposta e ajuda em games competitivos. A Xiaomi também garante uma baixa oscilação de brilho, o que reduz a fadiga visual, especialmente ao usar o celular no escuro.

O som estéreo do Poco X7 Pro apresenta boa imersão, apesar do alto-falante superior não alcançar a mesma potência da saída na parte inferior e reproduzir menos graves. Ainda assim, temos áudio com boa potência que não apresenta distorção com o volume máximo.

A qualidade sonora é bem equilibrada entre graves, médios e agudos, o que resulta em som detalhado com vocais limpos. Há equalizador com suporte a Dolby Atmos, que vem ativo por padrão e traz alguns ajustes para cada tipo de mídia, incluindo também um padrão de equalização da própria Xiaomi.

O desempenho desse intermediário Xiaomi é garantido pelo chipset Dimensity 8400 Ultra da MediaTek. Ele é equipado com um processador octa-core de alto desempenho da série A725, aliado à GPU Mali-G720, que promete dar conta até mesmo dos jogos mais exigentes. A versão que testamos possui 12 GB de RAM, mas também pode ser encontrado com 8 GB de memória.

Embora o dispositivo ofereça uma quantidade considerável de RAM, ainda é possível observar alguns aplicativos sendo recarregados em segundo plano de vez em quando. No entanto, a boa notícia é que isso não afeta significativamente a experiência multitarefas, e o X7 Pro mantém um desempenho sólido, ficando na média da sua categoria ao lidar com vários aplicativos simultaneamente.

Um dos grandes destaques do aparelho é sua pontuação em benchmarks, que supera a de muitos modelos da mesma faixa de preço. No AnTuTu, por exemplo, conseguimos alcançar mais de 1 milhão e 600 mil pontos. E nos jogos? Testamos Call of Duty Mobile na qualidade máxima, com todos os recursos ativados, e PUBG na opção Ultra HDR com taxa de quadros no Ultra. Ambos rodaram de forma suave, sem engasgos.

O Poco X7 Pro é mais um smartphone chinês que adota bateria do tipo silício-carbono, um novo padrão que vem conquistando o mercado de smartphones com a promessa de dispositivos mais finos, mas com alta capacidade energética. Neste modelo, a versão global conta com uma bateria de 6.000 mAh, enquanto o modelo indiano apresenta uma capacidade ainda maior, com 6.550 mAh.

Com uma bateria de tamanho generoso, o que podemos esperar da autonomia do X7 Pro? Em nossos testes com uso moderado, incluindo aplicativos populares e alguns jogos, o dispositivo rendeu bem ao alcançar 36 horas de autonomia. Isso significa que a bateria pode facilmente durar dois dias inteiros para usuários que não exigem um uso intensivo.

O carregador HyperCharge de 90W se destaca pela rapidez em recarregar a bateria, sendo capaz de completar toda a carga em apenas 50 minutos. Embora não seja tão rápido quanto outros intermediários da Xiaomi, que oferecem tempos de recarga ainda mais curtos, o desempenho do X7 Pro é bastante competitivo. Em uma carga rápida de 15 minutos, o dispositivo consegue recuperar um terço de sua capacidade, e em meia hora na tomada, atinge 60% da carga total.

O conjunto fotográfico não traz nada de especial: o sensor principal tem resolução de 50 MP com estabilização do tipo óptica e vem acompanhado de uma câmera ultra-wide de 8 MP.

A câmera principal do Poco X7 Pro captura boas fotos por padrão. O alcance dinâmico é amplo, as cores são vibrantes e fiéis à realidade, sem apresentar ruídos visíveis. Em algumas situações, as fotos podem parecer escuras, especialmente em cenas de alto contraste, onde os destaques acabam perdendo um pouco da profundidade.

Principal | Ultra-wide

A câmera ultra-wide registra fotos com detalhes medianos, mas é capaz de produzir boas cores e, na maioria das vezes, um alcance dinâmico e contraste decentes. Além disso, o nível de ruído nas imagens é baixo, o que é positivo. Embora não seja a melhor em termos de resolução e detalhes. Ela também fica devendo foco automático para ajudar nas macros.

O sensor principal oferece zoom de 2x que resulta em fotos com boa aparência, com uma renderização natural, amplo alcance dinâmico e reprodução de cores geralmente fiel. O efeito de desfoque também apresenta bons resultados na separação entre o assunto e o fundo. O zoom máximo não é dos melhores, mas também não chega a deixar as fotos descartáveis.

Zoom

O modo noturno ativa automaticamente ao detectar pouca luz e temos imagens com muitos detalhes resolvidos, baixo nível de ruído, saturação de cores fiel e um bom alcance dinâmico. A câmera ultra-wide também entrega fotos aceitáveis à noite, com imagens suaves, porém sem ruído. No entanto, em alguns cenários poderá perceber uma leve distorção de cores.

Noturno

A câmera frontal traz sensor de 20 MP, mas registra selfies em 5 MP por padrão e realiza processo de upscale, o que reduz os detalhes capturados e gera imagens suavizadas. Um foco automático poderia resultar em melhores fotos com essa câmera, já que a distância focal da lente parece ser maior que a média de outros celulares da Xiaomi. As selfies noturnas saem escuras, especialmente ao usar o desfoque de fundo.

Selfies

A filmadora grava em 4K a 60 fps com o sensor principal e Full HD com os demais. Os vídeos apresentam resultado sólido em locais bem iluminados, mas saem bastante escuros à noite. A estabilização funciona bem e elimina a maior parte dos tremidos. A captura de som é estéreo com boa qualidade, sem sofrer tanto com ruído de vento.

O Poco X7 Pro chega com Android 15 de fábrica modificado pelo HyperOS em sua segunda geração, diferente do modelo base que traz sistema mais antigo. A Xiaomi promete três atualizações do sistema operacional e quatro anos de patches de segurança.

O HyperOS 2 não traz tantas mudanças visuais, focando mais na parte de Inteligência Artificial, bastante presente no Poco X7 Pro, com destaque para o Google Gemini. Com ele, é possível realizar diversas tarefas, como manter conversas completas, pedir sugestões de receitas ou até mesmo ideias de livros e pinturas.

Uma das funcionalidades interessantes é a capacidade do Gemini de criar imagens, o que adiciona um toque criativo ao dispositivo. O Google Lens também vem integrado para facilitar buscas visuais. A Xiaomi também vem integrando o Circule para Pesquisar em recentes lançamentos via atualização de software do HyperOS.

Além disso, o novo sistema oferece recursos de IA no aplicativo de Notas, incluindo resumos, correção de textos, traduções e organização de rascunhos. Esses recursos tornam o uso do dispositivo mais prático e eficiente, especialmente para quem precisa de suporte em tarefas cotidianas.

O aplicativo Galeria também conta com recursos de IA, como a Expansão de Imagens e a Borracha Inteligente, que permitem remover objetos, linhas e até pessoas das fotos. Outro recurso interessante é o que permite alterar o céu das suas imagens de forma bem realista.

Para completar, a função de Intérprete de IA possibilita traduções em tempo real, e as legendas automáticas estão disponíveis em aplicativos compatíveis, tornando a experiência ainda mais acessível.

Quais são as principais alternativas no mercado nacional para o intermediário da Xiaomi? O Galaxy A55 é um dos mais populares e segue a tendência de design plano, com corpo metálico e traseira em vidro. Ele se destaca pela boa resistência à água, embora tenha uma tela ligeiramente menor e uma moldura um pouco mais larga. O modelo da Samsung, no entanto, é um pouco mais lento no multitarefas e perde em autonomia de bateria, mas se sobressai pelo conjunto fotográfico superior.

Para quem prefere um design mais curvado, o Edge 50 é uma excelente opção. Ele possui um corpo de metal com traseira em couro vegano e, além de contar com proteção contra água, também atende ao padrão militar, oferecendo maior resistência a situações adversas. Embora não tenha a mesma tela avançada com Dolby Vision, ainda garante um brilho intenso e cores vibrantes. Seu desempenho é mais ágil no uso de múltiplos aplicativos, mas a bateria rende muito menos. Para compensar, temos uma qualidade superior para fotos e vídeos.

Pontos fortes:

• Tela acima da categoria
• Som estéreo de qualidade
• Roda bem jogos
• Bateria dura bem
• Recarga rápida

Pontos fracos:

• Software precisa de otimização
• Câmeras inferiores aos concorrentes
• Filmadora sofre em locais escuros