
14 Dezembro 2016
Quantum, este é um nome que nem eu havia escutado. Ela é uma marca brasileira, marca nova e que nasceu de dentro da curitibana Positivo, com o objetivo de criar uma nova linha de aparelhos que vai coexistir com as que já existem da fábrica paranaense. O Quantum Go é bastante bonito, com acabamento de qualidade, que lembra modelos da Sony, em uma tela de 5 polegadas com tecnologia AMOLED, resolução HD e processador MediaTek que pode ser ou um octa-core 32 bits, ou um octa-core de 64 bits - depende da versão escolhida, se tem 4G ou não.
A embalagem tem uma apresentação bastante sóbria, com cor preta e sem qualquer foto do smartphone na caixa. Abrindo o pacote temos o smartphone e, logo abaixo dele, o cabo USB, fone de ouvido intra-auricular, carregador de tomada e acessório que faz a função de antena para a TV digital e que vai plugado na porta microUSB do celular.
Do lado de fora o Quantum Go lembra muito linhas que já vimos em aparelhos mais recentes da Sony, principalmente por contar com vidro na traseira e o botão liga/desliga no meio, em uma das laterais e a posição da câmera ao topo esquerdo da traseira, com lente redonda. Na frente temos uma tela AMOLED de 5 polegadas, com resolução de 1280 x 720 pixels, aproximadamente 294 pixels por polegada de densidade e que conta com proteção de Gorilla Glass 3. Ainda por aqui estão os sensores de luz, proximidade e a câmera frontal de 5 megapixels de resolução - daquelas que conta com lente com grande ângulo de visão, que proporciona mais gente na mesma selfie.
Do lado direito ficam os botões de controle de volume e liga/desliga, com a entrada para cartões microSD de até 32 GB e, do outro lado, está a gaveta para SIM card no padrão MicroSIM e que suportam (ambos) conexão 4G. Todo o entorno do dispositivo é feito em plástico, mas a sensação ao segurar é que você tem um aparelho de metal nas mãos.
Atrás está a câmera de 13 megapixels e de abertura f/2.0, junto de um LED para flash e mais nada. Em cima ficam as entradas microUSB e para fone de ouvido, enquanto abaixo de tudo temos apenas o microfone e alto-falante. Assim como nos iPhones, apenas o alto-falante da direita reproduz áudio, enquanto o outro lado é apenas um microfone - não foi desta vez que vimos um smartphone com falantes estéreo e criado em solo tupiniquim.
A bateria fica logo abaixo da carcaça e não é acessível. Conta com 2.300mAh e não faz feio quando olhamos para outros concorrentes. Nos testes que fiz com este aparelho, consegui sair da cama às 8h da manhã e voltar apenas quase que às 23h, com aproximadamente 10% de energia ainda sobrando. Não é algo tão incrível como alguns modelos da Sony conseguem, ou mesmo Lumias de preço semelhante, mas não faz feio.
O Quantum Go sofre do mesmo problema que os aparelhos da Sony: as linhas retas não encaixam tão bem nas mãos. Não é um problema que poderia gerar um ponto negativo tão grande, mas incomoda quando olhamos seus concorrentes e corpos mais curvados. Para compensar este problema, as bordas contam com textura bem mais áspera do que o restante do aparelho, mas a traseira é lisa o suficiente para não parar muito quieta em uma superfície plana.
Suas dimensões são de 14,5 centímetros de altura, por 7,1 centímetros de largura e 0,6 centímetros de espessura, tudo isso somado aos 115 gramas de peso total. São números que entregam um aparelho bastante fino e leve, que só vai fazer volume em um bolso muito apertado.
A Quantum escolheu um caminho que é muito apreciado por este rapaz que escreve o review: Android mais puro possível. Quase que tudo que temos na interface do Quantum Go vem do Android puro, criado pelo Google e sem modificações. Temos aqui o Android 5.1 com mudanças visuais que são quase que exclusivas dos contornos novos que os ícones receberam e das cores mais opacas do que o normal. Esta mudança chega para dar identidade visual ao smartphone e separar o Quantum Go de algum aparelho da linha Moto, que vai basicamente que na mesma linha de raciocínio.
As mudanças que notei foram (além da cor e formato da maioria dos ícones): um aplicativo chamado DashCam, que serve como uma interface para gravar o que acontece na frente de seu carro (desde que você coloque um apoio para o smartphone no vidro) e que grava tudo em vídeos que podem ter de 1 até 30 minutos de duração, além de pausar a gravação enquanto o carro estiver parado por mais de 10 minutos. Além dele, encontrei um assistente para backup e restauração do sistema (que exige um cartão microSD inserido para o backup), gravador de som (que grava tudo em OGG), gerenciador de arquivos e um app chamado Selfie, que abre a câmera frontal do dispositivo para...uma selfie.
Há também um app para sintonizar canais de TV aberta e digital que estão ao redor. Infelizmente esta recepção é de baixa resolução, no padrão 1seg. Dá pra se divertir com a novela ou acompanhar a bola do time do coração, mas a qualidade de exibição da imagem é bem ruim, já que o aparelho estiva 320 x 240 pixels em 1280 x 720. Se você tem alguma TV por perto, é melhor assistir por lá e deixar este aparelho apenas como um quebra-galho.
Um ponto que me incomodou bastante na interface é a falta de consistência que há em design. Grande parte dos apps que a Quantum colocou por aqui seguem o Material Design do Android Lollipop, mas o de músicas, por exemplo, vai na interface Holo (do Android 4.4) - que é bem escura e diferente do restante do aparelho. Ter apenas este app com esta interface pode mostrar duas coisas: ou que a equipe de desenvolvimento esqueceu de adequar o app de músicas para o restante do dispositivo, ou que a pressa no lançamento do smartphone fez com que o app de músicas ficasse "padrão" com o que pegaram. Neste caso, seria melhor abandonar o app e utilizar o Google Play Música, que já está embarcado no celular e que conta com o Material Design.
Tudo que está neste punhado de coisas que eu escrevi acima, roda abaixo de um processador MediaTek MT6753 octa-core de 1.3 GHz e acompanhado de uma GPU Mali-T720MP3, desde que você compre o modelo de 4G. Se levar o com conexão 3G, o hardware muda para um processador MediaTek MT6592M que oito núcleos em 1.3 GHz, mas que é de 32 bits e que utiliza uma GPU Mali-450MP4. Os dois contam com 2 GB de memória RAM DDR3. Toda a interface apresentou fluidez muito grande, mesmo quando muitos apps estavam abertos ao mesmo tempo.
O que vale destacar por aqui é que os oito núcleos, independente do modelo escolhido, são ativados de acordo com a necessidade do aparelho. Isso significa que você pode utilizar o smartphone com apenas um deles, ou os oito e isso quem escolhe é o próprio processador, dependendo do que ele precisa para lidar com os apps abertos. Esta escolha de quantidade de núcleos garante uma economia de energia superior ao que fazem os processadores Qualcomm, por exemplo.
Se você é amante de números, eis alguns resultados em benchmarks:
A unidade de testes que recebi foi a com 4G, que coloca uma GPU Mali-T720 na parte gráfica e 32 GB de memória interna. Em jogos pesados, testei Asphalt 8 e Real Racing 3, ambos com os gráficos no máximo e nenhum deles apresentou engasgos ou travamentos. Os únicos problemas que apareceram, deram as caras quando estavam muitos carros na mesma cena, mas foram soluços bem breves e que não comprometeram a jogatina.
O Quantum Go conta com 13 megapixels na câmera traseira e uma promessa de entregar ótimas fotos. Ele cumpre parte disso e consegue apresentar imagens com baixo nível de ruído e ótima forma de lidar com contraste, mas faz feio ao trabalhar o HDR. Ele suporta HDR e o resultado está acima de alguns concorrentes, mas o recurso é lento demais e, em algumas ocasiões, chega a levar três segundos de respiração presa para não tremer a foto e sair tudo borrado. Este problema é potencialmente grande, quando lembro que o Moto G de terceira geração também tem HDR, resolução semelhante, preço próximo e um HDR extremamente mais veloz. Se você segurar o fôlego e ninguém esbarrar no seu braço, as fotos ficam boas.
As selfies contam com uma lente capaz de registrar 84 graus de visão, o que inclui você e mais dois amigos na mesma fotos e sem apertos. A qualidade da câmera frontal, que trabalha em 5 megapixels, é bastante bacana e mostra muitos detalhes - desde que você não habilite o modo embelezador, que abusa de filtros para deixar poros da pele invisíveis.
Ótimo custo-benefício, principalmente se comparado ao Moto G. É mais barato, tem hardware tão bom quanto e só perde na câmera.
Embalagem sóbria, bonita e que já vem com o adaptador para TV digital.
Linhas muito retas atrapalham na pegada, ainda mais com a traseira mais lisa.
Android limpo, simples de usar. Com muito contraste nos menus e ícones bem coloridos.
Vai rodar quase tudo que você quiser, até vídeo em alta definição.
Se você quer algo brasileiro e de qualidade, a Quantum mostra que dá para unir ambos e não imitar tanto outras empresas. Vale o investimento, pois tem hardware competente, tela de boa qualidade, câmera com bons resultados e preço camarada.
Onde Comprar
As melhoras ofertas para o Quantum Go