
27 Outubro 2023
O Redmi 10C foi lançado em junho no Brasil juntamente com o 10A e são as novas apostas da Xiaomi para os brasileiros em busca de um bom celular básico. Claro que o preço oficial é sempre salgado por aqui e a novidade chegou por mais de R$ 1,6 mil, enquanto pode ser encontrada no varejo via marketplace por quase metade deste valor. Será que vale o investimento ou temos opções melhores de outras marcas? Antes de responder esta pergunta, vamos conferir tudo o que ele tem a oferecer.
O Redmi 10C vem embalagem tradicional da Xiaomi e traz os seguintes acessórios:
O Redmi 10C tem design parecido com o do seu irmão 10A. De frente eles são praticamente idênticos com entalhe em formato de gota e queixo protuberante. A diferença fica para as medidas, com o 10C sendo o maior dos dois, mas ao mesmo tempo é mais fino por ter o mesmo tamanho de bateria.
A traseira também apresenta semelhanças com o modelo mais básico da linha. Enquanto o 10A possui textura com linhas verticais, no 10C vemos um padrão transversal. O bloco de câmeras é parecido, sendo formado por duas partes: a maior abriga o leitor biométrico, o nome Redmi e menções à resolução da câmera e recurso de inteligência artificial.
O bloco menor traz as duas câmeras, apesar do estilo cooktop dar a impressão de que temos uma maior quantidade de sensores. Um deles é apenas de enfeite para completar os quatro lados, enquanto outro é o flash em LED. Esse bloco é preto em todas as opções de cores, que são cinza, verde e azul.
O leitor biométrico fica um pouco mais alto do que seria o ideal para muitos e seu sensor não é dos mais rápidos, apesar de reconhecer a digital de primeira. Há entrada para fones de ouvido no topo do aparelho, mas nada de emissor infravermelho como nos modelos mais caros da Xiaomi.
A gaveta para dois chips fica do lado esquerdo e comporta dois nano SIM e um microSD ao mesmo tempo, que, de acordo com a Xiaomi, permite expandir o armazenamento com até 512 GB extras. Do lado oposto há os botões de energia e volume, enquanto na parte inferior temos a entrada USB-C, o único microfone e também o alto-falante.
Na parte de conectividade não há nada de especial com o Redmi 10C. Ele tem suporte a Wi-Fi AC para redes 5 GHz e vem com Bluetooth 5.0, mas deixa de lado NFC e sensores como giroscópio e bússola digital.
A tela do Redmi 10C possui 6,7 polegadas com resolução HD+, taxa de atualização de 60 Hz e painel IPS LCD. O nível de brilho da tela é apenas razoável e isso ainda é comum em muitos celulares baratos. Em locais fechados terá uma boa experiência com bom nível de contraste e amplo ângulo de visão, mas sofrerá para enxergar o conteúdo da tela em dias ensolarados.
O perfil de calibração vem por padrão no Vívido como é comum em celulares da Xiaomi e exagera na saturação para deixar as cores mais frias e passar a sensação de brilho mais forte. Se você prefere cores mais próximas da realidade, será melhor mudar para o perfil Padrão ou alterar a temperatura ao seu gosto.
O único alto-falante na parte inferior não se destaca na parte sonora por ter volume apenas mediano e também por ficar limitado a som mono. Além disso, os agudos se destacam acima do ideal e sobrepõem os médios que ficam perdidos, enquanto o alto-falante é pequeno demais para reproduzir algum grave consistente.
Ao colocar o volume no máximo temos distorção acentuada e isso compromete a experiência com filmes e jogos. Não há fone de ouvido na caixa, como é padrão da Xiaomi, mas a entrada no topo permite o uso de qualquer fone que você possua.
O Redmi 10C é equipado com a plataforma Snapdragon 680 e traz 4 GB de RAM aliado a mais 2 GB de RAM virtual compartilhada com o armazenamento. É uma boa quantidade de memória para lidar tranquilamente com vários apps abertos ao mesmo tempo, mas em nosso teste de velocidade focado no multitarefas vimos o aparelho sofrer e demorar muito para abrir e trazer de volta cada aplicativo do segundo plano.
Este é mais um celular da Xiaomi que fica devendo em otimização de software e vai decepcionar quem usa muitos apps ao mesmo tempo e fica alternando entre eles com frequência. Já para os fãs de benchmarks não há o que lamentar, o Redmi 10C consegue números similares a de outros com Snapdragon 680, como no caso do AnTuTu em que ele empatou com o Realme 9i.
E nos jogos? Call of Duty rodou bem na qualidade gráfica média e até com anti-aliasing ativado, mas demais recursos não. No PUBG é possível ter uma boa experiência com os gráficos em balanceado e taxa de quadros no médio. Neste é possível ativar todos os recursos extras sem comprometer o desempenho.
O Redmi 10C possui bateria de 5.000 mAh e se saiu muito bem em nosso teste padronizado chegando perto das 30 horas, o que faz com que esteja entre os melhores quando o assunto é autonomia.
Pelo visto fica claro que a Xiaomi preferiu otimizar o software para fazer a bateria render e não entregar o máximo de desempenho no dia a dia. Assim, se para você o que importa é usar o celular o dia inteiro sem a preocupação de descarregar e ficar na mão no meio do dia, o Redmi 10C vai te agradar.
O que poderia ser melhor é o tempo de recarga. O básico da Xiaomi é vendido como um celular com suporte a carregamento rápido de 18W, porém vem com carregador de apenas 10W na caixa que está longe de ser veloz na recarga. Ele demora quase 3 horas para ir de 0 a 100%.
Não há carregamento acelerado para recargas curtas e terá apenas 8% recuperados com o celular em 15 minutos na tomada. E mesmo que passe de meia hora recarregando ainda terá 20% recuperados.
O Redmi 10C tem apenas duas câmeras na traseira. A principal possui sensor de 50 MP e a secundária serve apenas para desfoque de fundo. A frontal também é simples e conta com sensor de apenas 5 MP para selfies.
Não espere muito do conjunto fotográfico simples do Redmi 10C. Por padrão, a Xiaomi mantém o HDR desativado, o que não faz sentido. Em muitos cenários é preciso ativar manualmente o HDR para evitar fotos escuras demais ou com fundo de luz estourado.
Apesar do sensor ter resolução alta, o software e restante do conjunto não consegue extrair o máximo de sua capacidade. As fotos pecam em nitidez, cores e apresentam granulação acentuada até mesmo ao fotografar em locais bem iluminados. Muitos desses problemas são visíveis apenas ao ampliar as fotos e não devem incomodar a todos.
A câmera secundária também não impressiona ao desfocar o fundo de cenários. Ela torna o alcance dinâmico ainda mais limitado e nem sempre consegue aplicar o efeito em toda a imagem, enquanto em outros momentos acaba desfocando até mesmo a pessoa a ser fotografada.
Como não há câmera macro, você terá que usar a principal quando for fotografar algo de perto. O zoom digital só faz o essencial e ampliar além de 2x verá uma perda de qualidade bastante considerável.
As fotos noturnas ficam melhores que muitos básicos que testamos e o modo noturno consegue recuperar detalhes perdidos nas partes escuras. Os ruídos ficam mais evidentes quando o software prolonga a exposição à luz para deixar as fotos mais claras, mas, no geral, o resultado é positivo.
A simples câmera frontal registra boas selfies diurnas. O sensor pode parecer muito fraco para os dias atuais, mas até consegue competir com alguns celulares intermediários. O problema fica ao fotografar à noite e as selfies saem escuras e bastante granuladas. E nem mesmo é possível usar o modo noturno que só está disponível com a câmera traseira.
A filmadora grava em Full HD a no máximo 30 fps com a traseira. A frontal também é capaz de filmar nesta resolução, mas apresenta queda de fluidez nos vídeos, especialmente ao gravar em locais mais escuros. Não há estabilização, mas o Redmi 10C não sofre tanto com tremidos. O foco é ágil para o segmento e o som é estéreo, porém um pouco abafado.
O Redmi 10C foi lançado com Android 11 e recebeu a atualização para o Android 12 recentemente com a modificação da MIUI 13 por cima. No momento em que testamos o aparelho, ele estava com pacote de segurança dois meses atrasados, sem falar que a Xiaomi pode não lançar mais atualizações do robozinho já que ele recebeu uma logo após seu lançamento.
O software é mais enxuto do que vemos em modelos mais avançados da Xiaomi com MIUI 13. Há o Game Turbo que reúne todos os jogos em uma única tela e oferece algumas ferramentas para aprimorar a jogatina. Também há opção de abrir os apps em modo janela flutuante, recursos de customização da interface e também melhorias para o áudio.
Quais os rivais para o Redmi 10C no Brasil? Da Samsung temos o Galaxy A03 que também possui tela LCD de 60 Hz, sendo um pouco menor, mas com brilho mais forte e melhores cores. O modelo coreano possui hardware da Unisoc e até se saiu melhor em nosso teste de velocidade focado no multitarefas e a bateria dura um pouco a mais, apesar de demorar mais para recarregar. O Galaxy também se sai melhor em fotos.
O realme 9i vem com o mesmo Snapdragon 680, mas conta com 6 GB de RAM e software melhor otimizado para entregar desempenho superior. Sua tela IPS LCD de 90 Hz garante melhor fluidez na navegação, enquanto a bateria dura ainda mais. As câmeras são parecidas com as do Redmi, porém registram melhores fotos e vídeos.
O Redmi 10C tem custo-benefício complicado no Brasil, mas pode ser uma boa ao importá-lo
Embalagem traz apenas um carregador de 10W, cabo e ferramenta da gaveta do SIM card; nada da capinha como em outros
O Redmi 10C é um celular agradável de segurar, apesar da posição do leitor biométrico não ser das melhores
Ele vem com versão mais enxuta da MIUI, mas com os recursos tradicionais da Xiaomi
A tela tem brilho baixo e o som distorce quando o volume está no máximo
O Redmi 10C é uma versão melhor do que o 10A, mas peca na otimização de software e câmera
Onde Comprar
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