A Xiaomi lançou a linha Redmi Note 14 no Brasil no início de 2025, e o modelo mais avançado, o Redmi Note 14 Pro Plus, não ficou de fora. Ele chega com a promessa de oferecer uma experiência multimídia excepcional, desempenho ágil, longa duração de bateria e qualidade fotográfica superior ao segmento. Mas será que ele cumpre tudo o que promete? O TudoCelular testou a novidade e traz a análise completa desse intermediário premium da Xiaomi.

O Redmi Note 14 Pro Plus vem em caixa clara com a ilustração do aparelho na tampa. Além do celular, você recebe os seguintes acessórios:

• Carregador com 120W de potência
• Cabo USB no padrão C
• Guia do usuário
• Capa de silicone
• Chavinha da gaveta do SIM Card

A gigante chinesa continua apostando no design curvo para seu celular intermediário premium. Algumas alterações foram feitas nas dimensões, com um leve aumento no tamanho e peso, enquanto a espessura foi reduzida, mesmo com o pequeno aumento na capacidade da bateria.

O design sofreu uma mudança significativa, deixando para trás o visual minimalista com os aros isolados das câmeras e adotando um bloco único centralizado, que abriga os três sensores e o flash de LED. Essa reformulação traz uma boa repaginada ao design da linha, embora esse tipo de layout esteja sendo cada vez mais adotado por fabricantes chinesas.

O Redmi Note 14 Pro Plus apresenta estrutura lateral composta em alumínio e uma atualização no vidro frontal, agora com Gorilla Glass Victus 2, oferecendo maior resistência a riscos e impactos. A traseira está disponível em dois tipos de acabamento, dependendo da cor escolhida: testamos a versão branca com textura em couro vegano, enquanto a outra versão traz vidro com Gorilla Glass 7i.

A ilha de câmeras é grande e pode gerar opiniões divididas, mas não há como negar que chama atenção. Assim como o modelo do ano passado, o aparelho possui certificação IP68, garantindo resistência à água e poeira. Isso significa que o dispositivo pode ser submerso a até 1,5 metro de profundidade por no máximo 30 minutos.

A saída extra de som continua presente no topo do aparelho, assim como o emissor infravermelho, que permite usar o celular como controle remoto. Enquanto o modelo anterior apresentava um design plano no topo e na parte inferior, a nova geração aposta em curvas mais pronunciadas, aprimorando a ergonomia e tornando o dispositivo mais agradável de segurar.

A gaveta de cartões, localizada na parte inferior, suporta dois chips, e o leitor biométrico segue integrado ao display. Ele é do tipo óptico e responde rapidamente ao reconhecimento da digital. O sensor também pode ser usado para checar sua frequência cardíaca.

Em termos de conectividade, o aparelho oferece suporte a Wi-Fi 6e, Bluetooth 5.4, NFC e 5G. Contudo, a Xiaomi ainda deixa de fora o suporte a carregamento sem fio.

O conjunto multimídia é composto por uma tela de 6,67 polegadas, com resolução de 1220p e taxa de atualização de 120 Hz. O painel AMOLED é capaz de reproduzir até 68 bilhões de cores e oferece recursos de proteção ocular, proporcionando maior conforto durante o uso em ambientes com pouca luz. Além disso, ele ajusta automaticamente a temperatura das cores conforme a iluminação do ambiente, e o nível de brilho é mais constante do que outros modelos da mesma categoria.

O sensor de toque ainda responde com precisão, mesmo quando os dedos estão molhados. A Xiaomi promete um tempo de resposta ágil de até 2.560 Hz, disponível no Modo Jogo, o que contribui para uma experiência mais eficiente, especialmente em jogos competitivos. A taxa de atualização alterna automaticamente entre 60 e 120 Hz, mas o usuário pode fixá-la em uma dessas duas opções.

A Xiaomi afirma que o aparelho pode atingir um pico máximo de brilho de 3.000 nits. No entanto, em nossos testes, a medição foi de 2.000 nits com o brilho em modo automático e menos da metade desse valor no modo manual. O painel adotado oferece suporte a HDR10+ e Dolby Vision, que otimizam o brilho e aprimoram as cores em serviços de streaming que utilizam esses padrões de imagem.

O intermediário chinês conta com três saídas de som, proporcionando áudio estéreo de boa qualidade e imersivo. O alto-falante secundário, localizado na parte superior, divide o canal sonoro em duas saídas, mas sua potência é inferior à do alto-falante principal, localizado na parte inferior do dispositivo. O volume máximo não é dos mais altos da categoria, mas a qualidade do som é clara, sem distorções.

A qualidade do áudio é satisfatória, com graves mais presentes nesta geração, o que ajuda a melhorar a clareza dos vocais e médios, tornando-os menos abafados. Embora ainda não haja um equilíbrio perfeito entre todas as frequências, é perceptível uma evolução significativa na qualidade do áudio, seja para músicas ou filmes. O equalizador oferece suporte ao Dolby Atmos e inclui um perfil de otimização de áudio desenvolvido pela própria Xiaomi.

A Xiaomi optou pelo chipset Snapdragon 7s Gen 3 da Qualcomm, um modelo recente lançado na segunda metade de 2024. Ele é composto por um processador octa-core, com quatro núcleos da série A720 e outros quatro da série A520, enquanto a GPU é a Adreno 710.

Testamos a versão com 8 GB de RAM, mas o Redmi Note 14 Pro Plus também está disponível com 12 GB de memória, o que deve oferecer um desempenho superior em multitarefas. Aliás, este é um dos pontos em que o intermediário da Xiaomi deixa a desejar. O dispositivo enfrenta dificuldades ao lidar com vários aplicativos abertos simultaneamente e teve um desempenho mais lento que seus concorrentes no nosso teste de velocidade.

Nos benchmarks, ele obteve resultados dentro da média do segmento, com mais de 700 mil pontos no AnTuTu. No desempenho em jogos, o Redmi Note 14 Pro Plus se saiu bem, rodando Call of Duty Mobile com qualidade "Muito Alta" e todos os recursos extras habilitados sem problemas. Já PUBG rodou bem na qualidade "Ultra HDR" e com a taxa de quadros no Ultra.

A bateria nunca foi o ponto forte do Redmi Note 13 Pro Plus, e a Xiaomi procurou resolver essa questão no modelo sucessor, aumentando sua capacidade. O novo conta com 5.110 mAh, e, aliado ao hardware mais atual e eficiente, promete oferecer uma autonomia superior.

Foi exatamente isso que constatamos em nosso teste padronizado, que simula o uso moderado com aplicativos populares e alguns jogos. O intermediário chinês conseguiu boas 28 horas de uso, o que pode não ser uma grande surpresa para um lançamento de 2025, mas representa uma melhora considerável em relação ao antecessor.

A boa notícia é que o carregador de 120W ainda acompanha o aparelho, permitindo uma recarga completa em apenas 27 minutos. Em uma carga rápida de 10 minutos, é possível atingir quase 50% da bateria, enquanto 15 minutos na tomada são suficientes para ultrapassar os 60%. Esse tempo ágil de recarga ajuda a compensar a autonomia abaixo da média.

O conjunto fotográfico permanece o mesmo de antes, com um sensor principal de 200 MP, um secundário de 8 MP com lente ultra-wide e um sensor de 2 MP para macros.

As fotos tiradas com a câmera principal são, em sua maioria, boas. A nitidez e o nível de detalhes são sólidos, e a reprodução das cores é bastante precisa. No entanto, alguns problemas são notáveis: o alcance dinâmico não é tão amplo quanto gostaríamos, com sombras frequentemente exageradas, e o algoritmo de HDR tende a ser inconsistente.

Principal | Ultra-wide

A câmera ultra-wide entrega a qualidade esperada para esta faixa de preço, mas ainda fica abaixo do ideal. O alcance dinâmico é limitado, as imagens apresentam um grau de suavidade excessivo e frequentemente carecem de detalhes finos e cores mais realistas. No entanto, objetos mais próximos ainda são capturados de forma nítida e com aparência mais limpa.

As fotos com zoom 2x apresentam uma renderização semelhante à do modo padrão, com nitidez e nível de detalhes mais do que satisfatórios, considerando que são recortes digitais. No entanto, as áreas mais escuras tendem a ser mais suaves. Já o zoom mais distante parece exagerado, mesmo em boas condições de iluminação, com qualidade bem abaixo do esperado.

Zoom

O que podemos esperar de um sensor simples de 2 MP para macros? As fotos são apenas razoáveis, sem muitos detalhes, e frequentemente apresentam granulação, mesmo em ambientes bem iluminados. O desfoque do fundo é decente, mas acaba comprometendo o balanço de cores e o contraste das imagens.

Curiosamente, o Redmi Note 14 Pro Plus se destaca nas fotos tiradas à noite, com cores e contraste bem ajustados. As imagens são geralmente limpas, nítidas e razoavelmente detalhadas. A câmera ultra-wide sofre visivelmente em ambientes com pouca luz, com fotos que acabam ficando suaves e, às vezes, até borradas. Pelo menos o alcance dinâmico parece adequado para esse tipo de câmera.

Noturno

As fotos com zoom também são razoavelmente nítidas e sem ruído perceptível, mas o alcance dinâmico sofre bastante. Parece que o modo Noturno não é ativado, já que os realces acabam estourados e as sombras perdem detalhes. Utilizar o zoom além de 2x resulta em imagens com ruídos e texturas de baixa qualidade.

A única novidade entre os sensores é a câmera frontal, agora com 20 MP. Apesar da atualização, as selfies poderiam ser melhores. O nível de detalhes é baixo e as imagens ficam suaves. A distância focal também não favorece, sendo mais longa do que deveria, o que faz com que as selfies fiquem com aspecto desfocado, especialmente em cenários de pouca luz. O modo retrato oferece um efeito decente, com poucos erros visíveis.

Selfies

Quanto à gravação de vídeos, a câmera traseira grava em 4K a 30 fps, enquanto a frontal limita-se a Full HD a 60 fps. A qualidade dos vídeos é agradável, com boas cores e estabilização eficiente, que elimina a maior parte dos tremidos. O foco é rápido e a captura de som também é satisfatória. A limitação fica tanto para a ultra-wide quanto a frontal que sofrem com filmagens bastante escuras à noite.

O Redmi Note 14 Pro Plus chega com Android 14, modificado pela primeira geração do HyperOS. Isso pode ser um pouco decepcionante, considerando que outros lançamentos recentes da Xiaomi já vêm com o Android 15 e a nova interface da fabricante.

A empresa promete três anos de atualizações do sistema operacional, além de um ano extra dedicado a pacotes de segurança. Isso significa que, no futuro, podemos esperar que o dispositivo seja atualizado até o Android 17.

Como era de se esperar, o Redmi Note 14 Pro Plus traz diversos recursos de Inteligência Artificial. Entre eles, temos o Google Gemini e o Circule para Pesquisar, que estão integrados ao sistema de forma nativa. A galeria, por sua vez, conta com um apagador de objetos, permitindo remover itens ou pessoas indesejadas das fotos, além de uma função para customizar o céu nas imagens — transformando até o cenário de dia para noite.

Outros recursos de Inteligência Artificial estão concentrados no menu Serviços de IA. Dentre eles, há uma ferramenta que auxilia na escrita e revisão de textos, além de opções de tradução, incluindo a captura de áudio. A possibilidade de legendar vídeos com IA também está disponível, assim como a função intérprete, que traduz conversas em tempo real entre dois idiomas diferentes.

O Redmi Note 14 Pro Plus é o melhor intermediário da Xiaomi, ou o Poco X7 Pro oferece uma opção mais interessante? O Poco aposta em um design plano, contrastando com o apelo curvado do Redmi, que também se destaca pela melhor qualidade de construção. Ambos possuem telas excelentes, com brilho forte, mas o X7 Pro leva vantagem no quesito sonoro. Em termos de desempenho, o Poco se sai melhor no multitarefas e tem uma bateria que dura mais, embora precise de mais tempo para recarregar. O conjunto fotográfico do Redmi, no entanto, é ligeiramente superior.

E o Galaxy A55? Será que o intermediário da Samsung oferece um conjunto melhor? Este seria o principal concorrente no mercado nacional, mas ele troca o design curvo por um formato mais compacto e fino. O Redmi se destaca com uma tela de melhor qualidade e tempo de recarga mais rápido. Por outro lado, o Galaxy se sai melhor na parte sonora, tem desempenho multitarefas mais ágil, uma bateria que dura mais e faz fotos com qualidade superior.

Pontos fortes

• Boa experiência multimídia
• Bom desempenho em jogos
• Faz boas fotos noturnas
• Rápido tempo de recarga

Pontos fracos

• Desempenho multitarefas decepciona
• Bateria ainda abaixo da média
• Ultra-wide e macro são limitadas