13 Setembro 2024
Em time que está ganhando, não se mexe. Essa parece ser a filosofia adotada pela Samsung ao desenvolver o Galaxy Z Fold 6. O novo dobrável coreano chega com poucas mudanças, traz resistência reforçada que agora não inclui apenas líquidos e um novo chipset como é de se esperar de uma atualização de hardware. Será que o Fold 6 é apenas mais do mesmo ou temos boas novidades que compensam a compra? Vamos descobrir.
O Galaxy Z Fold 6 vem em embalagem compacta e traz apenas o essencial em acessórios:
- Carregador de 25W
- Cabo no padrão USB-C nas duas pontas
- Manuais do usuário
- Chavinha para abrir gaveta do cartão SIM
- Película de proteção já aplicada na tela
A primeira diferença que notamos ao olhar para o Fold 6 é o design mais retangular inspirado no modelo Ultra da linha Galaxy S. Essa mudança fez com que o aparelho tenha ficado um pouco mais largo, mas em compensação está mais fino, o que é mais importante quando falamos de um dobrável.
Não houve mudanças nos materiais escolhidos para compor a construção do aparelho e temos um celular com estrutura de alumínio reforçado e placas de vidro de ambos os lados com proteção Gorilla Glass Victus 2. A Samsung alega que melhorias foram feitas nas engrenagens da dobra para prolongar a vida útil do mecanismo.
Uma das maiores novidades desta geração está na certificação IP48, o que traz um pouco de proteção contra pequenas partículas sólidas, mas não a ponto de blindar o aparelho contra poeira ou areia. A resistência à água segue igual e permite mergulhar o Fold em até 1,5 metro por no máximo 30 minutos.
A Samsung vem reduzindo as curvas do seu dobrável a cada geração e o Fold 6 segue um design mais reto de todos os lados como é padrão nos lançamentos recentes da marca. Isso alinhado à redução de peso e a espessura mais fina, torna o novo dobrável mais agradável de segurar com apenas uma mão.
Ainda temos três câmeras na traseira que ficam em um pequeno bloco saltado na vertical. Houve uma mudança dos aros que estão mais largos e não seguem a cor do restante do corpo do aparelho. O flash ainda é uma unidade simples em LED na mesma posição. Entre as opções de cores há cinza, azul e preto.
A Samsung fez melhorias no mecanismo de dobra para deixar o vinco no meio da tela menos aparente, mas ele ainda está lá e vai continuar incomodando se este for um problema para você. A câmera interna continua escondida sob o display, enquanto a externa ainda rouba um pequeno furo da tela.
O leitor biométrico segue incorporado ao botão de energia na lateral direita e funciona bem ao mais leve toque. Em conectividade não há nada de novo e temos Wi-Fi de sexta geração, Bluetooth 5.3, NFC e 5G. O carregamento sem fio segue limitado a no máximo 15W e chega a 4,5W quando usado para carregar acessórios na traseira do celular.
A tela interna trouxe poucas mudanças: ainda temos 7,6 polegadas com resolução e formato ligeiramente diferentes, que acaba passando despercebido. O painel Dynamic AMOLED 2X agora é do tipo LTPO para um maior controle da taxa de atualização, enquanto 120 Hz ainda continuam sendo o limite máximo.
O brilho máximo teve um grande salto, o que garante melhor visibilidade fora de casa. A Samsung segue relutante na adoção do Dolby Vision e aposta apenas no HDR10+, uma tecnologia menos presente nos serviços de streaming. Com relação a cores e contraste, o painel adotado entrega qualidade exemplar.
A tela externa cresceu para 6,3 polegadas e a resolução aumentou para garantir a mesma nitidez de antes. O painel Dynamic AMOLED também é do tipo LTPO com taxa de atualização máxima de 120 Hz. O nível máximo de brilho também evoluiu e fica a par dos modelos da linha Galaxy S.
Há dois alto-falantes no Galaxy Z Fold 6, ficando um de cada lado do aparelho como na geração passada. Além disso, o alto-falante de chamadas também é usado para reprodução multimídia, aprimorando ainda mais a imersão sonora.
A potência máxima é boa, mas não chega a ser um destaque para o segmento, ficando até um pouco abaixo do S24 Ultra. Pelo menos em qualidade não temos do que reclamar e há bom equilíbrio entre graves, médios e agudos para uma boa experiência com filmes, jogos e músicas. Há equalizador completo com vários perfis e suporte a Dolby Atmos.
O Fold 6 é mais um celular topo de linha da Samsung que vem equipado com o Snapdragon 8 Gen 3. Há 12 GB de RAM para lidar com o multitarefas e o dobrável consegue segurar muitos apps abertos em segundo plano.
Ele foi bem em nosso teste de velocidade, apesar de ter ficado um pouco abaixo do antecessor. Em benchmarks tivemos um bom salto e no AnTuTu marcou 500 mil pontos de diferença, mas a CPU apresenta grande queda de desempenho quando se executa vários testes em sequência.
Testamos Call of Duty e PUBG na qualidade máxima com todos os extras ativados e tivemos excelente desempenho como se é esperado de um aparelho deste porte. Ele não tende a esquentar muito ao jogar por horas.
Enquanto a Samsung fez um pequeno upgrade na bateria do Flip 6, o Fold 6 continua com os 4.400 mAh das gerações anteriores. Pelo visto, a empresa se preocupou mais em deixar seu dobrável mais fino do que aprimorar a capacidade energética.
Isso quer dizer que temos a mesma autonomia de antes? A boa notícia é que o novo chipset é mais eficiente e a tela LTPO também ajuda a economizar bateria quando necessário, o que fez a autonomia subir para 29 horas em média de uso moderado.
O carregador presente na caixa ainda é o de 25W, o que é pouco para os dias atuais, especialmente para um aparelho tão caro. Para ter a bateria completamente cheia é preciso esperar quase 1 hora e 20 minutos. Uma carga rápida de 15 minutos recupera um terço da bateria e chega a mais da metade em meia hora na tomada.
Para quem esperava uma atualização em câmeras vai ficar decepcionado. Temos o mesmo conjunto estreado no Galaxy Z Fold 4, ou seja, a Samsung vem usando os mesmos sensores e lentes por três gerações. A câmera principal tem sensor de 50 MP, a ultra-wide 12 MP e a teleobjetiva 10 MP com zoom óptico de 3x.
O Fold 6 faz boas fotos em locais bem iluminados. O software está melhor otimizado nesta geração e acerta em contraste, cores e saturação. A faixa dinâmica é ampla o suficiente para evitar que a pessoa saia ofuscada ao fotografar no fim de tarde com o sol de fundo.
Principal | Ultra-wide
A câmera ultra-wide agrada, apesar de pesar um pouco no pós-processamento perdendo alguns detalhes. As imagens saem mais escuras por conta da menor abertura focal, mas não a ponto de comprometer totalmente o resultado em locais com pouca luz.
A teleobjetiva faz bem o seu trabalho ao fotografar com zoom em 3x. Você terá imagens mais nítidas do que usar o atalho de 2x do aplicativo que usa o sensor principal e depois faz um corte na imagem. Ainda assim, é perceptível notar um pouco de granulado com imagens registradas com essa câmera.
Zoom
A ultra-wide não conta com foco automático, deixando para a câmera principal a função de registrar macros. Como a distância focal não é das mais curtas, não espere capturar os mínimos detalhes de algo muito próximo. O desfoque de cenário é feito via software e entrega bons resultados.
As fotos noturnas apresentam poucos ruídos, boas cores e contraste sem exagero. O modo noturno automático tende a saturar mais as cores, o que deixa com um aspecto um pouco artificial, mas ainda vai agradar a maioria.
Noturno
Há várias formas de tirar selfies com o Fold 6. A menos indicada é usando a câmera interna que fica sob o display. O sensor tem apenas 4 MP e captura imagens de baixa qualidade por conta dos pixels da tela que atrapalham na nitidez, cores e contraste. Sendo assim, sempre use a câmera de 10 MP da tela externa, que faz boas fotos no geral.
Selfies câmera interna
Selfies câmera externa
A filmadora grava na resolução máxima de 8K a 30 com a principal, 4K a 60 fps com a frontal e Full HD a 60 fps com a câmera interna. A qualidade dos vídeos é boa, mas tente evitar filmar em locais com pouca luz, especialmente com as câmeras selfie. Há estabilização eficiente para lidar com os tremidos, o foco é ágil e a captura de som agrada com áudio limpo sem muitos ruídos de vento.
O Fold 6 sai da caixa com Android 14 modificado pela One UI 6.1.1. Ele faz parte da seleta lista de celulares da Samsung contemplados com sete anos de atualizações e isso inclui sete versões do robozinho e updates mensais de segurança.
Os novos dobráveis da Samsung vêm com grande apelo em inteligência artificial sob a suíte chamada Galaxy AI. Entre as novidades temos recursos automáticos de transcrição, tradução e resumo para gravações de voz, bem como tradução de sobreposição de PDF.
Com o uso da S Pen, que pode ser adquirida à parte, você pode fazer esboços no aplicativo de Galeria ou Notas para que a IA reconheça o desenho e troque por objetos reais. Há tradução em tempo real para que duas pessoas conversem em idiomas diferentes com cada uma usando uma das telas do dobrável como intérprete.
Também temos melhorias na edição de imagens, podendo ajustar ângulo, preencher lacunas e mover ou mesmo deletar parte da imagem que é preenchida automaticamente pela IA. São recursos já vistos na linha Galaxy S24, mas que ficam ainda melhores de serem explorados na tela grande do Fold 6.
Recursos de IA providos pelo Google também estão presentes no Galaxy, como o Circule para Pesquisar, que ajuda a encontrar rapidamente algo que procura na internet, além do Gemini para potencializar a inteligência do sistema.
O Fold não tem rivais diretos no mercado nacional, mas será que vale a pena pagar a mais por ele ou é melhor economizar e ir de Flip 6? São celulares dobráveis com propostas diferentes, mas ao pagar a mais pelo Fold terá uma tela maior com suporte a S Pen, desempenho mais ágil no multitarefas, melhor autonomia de bateria com menor tempo de recarga e câmera teleobjetiva com zoom óptico, além da possibilidade de filmar em 8K.
Pagar mais caro pelo dobrável ou pegar o Galaxy S24 Ultra? Ambos têm tela similar em termos de brilho e qualidade, mas o modelo tradicional já traz a S Pen no próprio corpo do aparelho. Eles empatam em desempenho, enquanto o S24 ganha em autonomia de bateria e tem melhor conjunto fotográfico.
Pontos fortes
- Design mais atual
- Desempenho ágil
- Boa bateria
- Software recheado de recursos com suporte a S Pen e Galaxy AI
Pontos fracos
- Vinco ainda muito aparente
- Merecia novo conjunto traseiro de câmeras
- Câmera sob a tela ainda decepciona
Custo-benefício inferior ao do Galaxy S24 Ultra que tem câmeras melhores e suporte aos mesmos recursos
Embalagem traz o básico e inclui o carregador padrão de 25W
É um celular grande quando aberto, mas até confortável de usar quando fechado
Vem recheado de recursos com direito a Dex, S Pen e Galaxy AI
Tela tem ótima qualidade e som apresenta bom equilíbrio, apesar de não ser tão potente quanto alguns celulares mais baratos
O Galaxy Z Fold 6 é o melhor celular dobrável da Samsung, mas acaba cobrando bastante caro por isso
Onde Comprar
As melhoras ofertas para o Samsung Galaxy Z Fold 6