
21 Agosto 2017
Imagine que você está procurando uma perfeita união entre um tablet com um smartphone, mas não quer a cara mais simples que os Galaxy Note passam com todo aquele plástico e design chapado. Bem, a Sony pode resolver este dilema e entregar um phablet enorme com uma cara de aparelho de alto custo, em um corpo belíssimo e um hardware de peso. É o Xperia Z Ultra, que conta com um processador Snapdragon 800 rodando a 2.2 GHz, acompanhado de 2 GB de memória RAM e 16 GB de espaço interno - com 12 GB livre para o usuário e slot para cartões microSD de até 64 GB. Junte tudo isso, com um corpo que pode mergulhar em um metro de profundidade, por meia hora e ainda tem TV digital.
A caixa é diferente do que a empresa costuma entregar para os usuários. Ela conta com a exata altura do celular, com um extra na lateral para alguns acessórios. Puxando a cama, onde fica o Z Ultra, encontramos manuais e espaço para fone de ouvido - que serve como antena para a TV digital), carregador de tomada com porta USB e um belo cabo microUSB.
Ele é grande, é enorme. De verdade, mas como consequência o aparelho é um dos mais bonitos e sóbrios que já vi. Enfim, na frente você encontra uma tela de 6,4 polegadas com resolução de 1920 x 1080 pixels (Full HD, ou 1080p), com vidro reforçado para aguentar pancadas e arranhões (não é o Gorilla Glass), uma câmera frontal de 2 megapixels e que filma em Full HD, junto de alguns sensores de luz e proximidade. Toda a lateral do dispositivo é feita de metal escuro, junto com o vidro preto da frente e de trás.
No lado direito, há uma porta para o chip da operadora, cartão microSD de até 64 GB, botão liga/desliga, botões de volume e a saída para fones de ouvido no padrão de 3,5 milímetros.
Do outro lado, há uma conexão para acessório tipo dock, a porta microUSB e mais nada.
Abaixo, há apenas um espaço para o alto-falante (que é muito, mas muito baixo).
Acima, apenas uma saída para o microfone secundário.
Atrás de tudo, há uma discreta câmera que fotografa em até 8 megapixels e filma em Full HD, mas sem flash. Há também um pequeno símbolo que indica a presença da conexão NFC.
A bateria é de 3050mAh, que promete reproduzir músicas por até 120 horas seguidas. Seu uso, de forma moderada, é possível por um dia inteiro, enquanto com games e navegação intensa no 4G (que funciona no Brasil), não é possível passar de seis horas de uso contínuo.
A tela recebeu uma atenção especial e um aumento considerável na sensibilidade do sensor de toque. Isso significa que, assim como telas resistivas, é possível usar uma caneta qualquer para poder usar o toque. Sim, mas com uma ressalva: o material precisa ser condutor - em outras palavras, canetas esferográficas, lapiseira e lápis funcionam perfeitamente.
Se você ficou receoso por marcas de tinta da caneta, fique tranquilo. Em nossos testes, nenhuma marca foi deixada. Porém, se quiser mais segurança, basta usar um lápis ou uma caneta daquelas que recolhe a ponta e mantém uma parte metálica.
A pegada deste aparelho é extremamente desconfortável para o uso em uma só mão. É praticamente impossível colocar na mão e operar o display com o dedão da mesma mão. Não dá. É tão visível isso, que a Sony criou um acessório que funciona como fone de ouvido bluetooth, para atender as chamadas de longe, com o aparelho no bolso - local onde faz um volume imenso.
Suas dimensões são 179,4 milímetros de altura por 92,2 milímetros de largura e 6,5 milímetros de espessura. Ele realmente é extremamente fino, tão fino que a sensação é de que o vidro da tela irá partir ao meio. É confortável neste aspecto, mas pesado - são 212 gramas.
Tenha em mente que este gadget está mais para um tablet do que para um smartphone. De verdade.
A Sony trouxe a mesma versão customizada do Android que entrega em seus aparelhos mais recentes, que é bem mais limpa do que o padrão adotado do ano passado para trás. A versão do Android instalada está em jujubas 4.2.2 (Jelly Bean). Assim como outros modelos, a marca nipônica entrega cinco telas iniciais, sendo que é possível adicionar mais duas e rechear de widgets e atalhos diversos.
Mantendo o padrão da empresa, também é possível trocar de tema - uma opção que altera as cores de quase que todo o Android, com direito para a letra e até detalhes, como os riscos do ícone de Wi-Fi. Há oito temas diferentes, com papéis de parede e cores diferentes um do outro.
Uma modificação que a marca trouxe para o aparelho é o modo de economia de energia que altera várias configurações, como recebimento de dados por apps enquanto a tela está desligada, que consegue mais do que dobrar o desempenho de uma só carga. Mesmo com o modo de economia de bateria ligado, é possível selecionar alguns apps que continuarão utilizando redes de telefonia e Wi-Fi o tempo todo, como apps de conversa. Esta economia, na prática, fez com que o aparelho pudesse durar algumas horas extras na mão, em um uso pesado.
De fábrica, a Sony já traz alguns apps extras, como é o caso do álbum de fotos (que não é o padrão do Android), leitor de códigos de barra e QR, utilitário para backup, aplicativo de notas (que faz bom uso da tela grande e da capacidade de funcionar com uma caneta qualquer), TrackID (que identifica músicas ao ouvir um trecho), Smart Connect (que auxilia no DLNA e NFC) e o OfficeSuite, que permite abrir e editar documentos do Word, planilhas do Excel, apresentações do PowerPoint e documentos em PDF.
O teclado é bastante confortável, trunfo da tela enorme e de fácil reconhecimento de letras. É possível escrever com reconhecimento de palavras feitas pela mão, algo que funcionou em 90% das vezes que tentamos. A escrita também pode ser feita ao arrastar o dedo pelas teclas, situação bem mais confortável do que todas as anteriores.
O navegador por aqui é o Chrome, o mesmo Chrome que está em outros Androids e no iOS. Ele funciona muito bem, o que é trunfo do processador e memória RAM (Snapdragon 800 de quatro núcleos, rodando a 2.2 GHz e 2 GB de memória RAM). As páginas carregam com boa velocidade e o browser renderiza com bastante fluidez o conteúdo, mesmo quando o zoom é rápido. O tamanho de tela é perfeito para a navegação, sendo que alguns sites podem ser lidos sem aplicação de zoom.
Outro ponto positivo, graças ao grande espaço físico de tela, é que é possível abrir uma série de aplicativos ao mesmo tempo e usar tudo junto. Da tela de multitarefa, dá para abrir o navegador, cronômetro, app de notas, agenda e outros programas. Tudo fica na tela, como as janelas do computador. É possível alterar o tamanho de cada janela ou fechar uma a uma.
Por fim, este grande phablet conta com TV digital instalada e com a antena funcionando no fone de ouvido - mas ela pode ser utilizada sem o fone, com uma queda na qualidade do sinal recebido. Nada de antena telescópica que mata o design do gadget. Do app de TV, é possível listar os canais disponíveis na região, gravar um programa e agendar sua gravação, além de tirar fotos do que está sendo exibido. Infelizmente a tecnologia utilizada é a 1Seg, que transmite em 320 x 240 pixels para exibição em tela de 1920 x 1080 pixels. A qualidade da imagem é bastante baixa, recheada de quadrados e com poucos detalhes.
Estamos falando de um phablet com um dos melhores poderes gráficos do mercado - ele conta com uma GPU Adreno 330. Tudo roda bem nele, todos os jogos que testamos. Além disso, há uma tela grande, que ajuda na hora de entregar mais detalhes e uma experiência muito boa de games. O pesado e detalhado Real Racing 3 rodou sem um engasgo, assim como o leve e conturbado Jetpack Joyride.
O player de música é exclusivo da Sony e leva a marca que ficou famosa com os tocadores de fitas, nos anos 80 e 90: Walkman. Ele traz uma interface semelhante ao que existe no Windows Phone, com linhas finas e poucos detalhes. É bastante bonito e reproduz qualquer MP3 inserida, além de contar com um visualizador no estilo Windows Media Player. O estranho é que a capa do álbum não foi exibida no player, sendo que as mesmas músicas tiveram a capa do álbum exibida no Xperia SP.
Agora, o player está integrado aos serviços de música que a Sony oferece, como a rádio online do Music Unlimited. Este serviço ainda exibe músicas que foram ouvidas por seus amigos, criando assim uma espécie de rede social.
O reprodutor de vídeos também é modificado pela empresa, com um recurso interessante: ele busca informações sobre o vídeo na internet e exibe uma prévia do vídeo que foi exibido por último. Traz sinopse, atores envolvidos e até uma arte do vídeo, que é o pôster do filme ou da série. O aparelho foi capaz de reproduzir qualquer vídeo em até 1080p, sem engasgar. Além disso, ele recebeu um redesenho quando comparamos com a versão do ano passado. Está mais limpo e mais minimalista.
O Xperia Z Ultra não conta coma melhor câmera do mercado, mas é bem superior aos outros Androids que existem - este trunfo vem do sensor e do software que a Sony criou e que trabalham muito bem. Imagens são de até 8 megapixels e vídeos podems er gravados até Full HD - mesmo abaixo da água. Fotos com bastante luz ficam bem representadas, mas com uma quantidade preocupante de ruído. Ele apenas aparece quando você dá 100% de zoom na foto, com ela em seu tamanho real.
Em fotos noturnas ou em ambientes com pouca iluminação, o resultado de granulado aumenta - normal nos smartphones. Aumenta ao nível de ser visível na tela do aparelho, sem zoom algum.
Os vídeos são gravados em Full HD com captação de áudio por dois microfones - som estéreo - e a qualidade segue o padrão das fotos.
Vale cada centavo, principalmente pela qualidade dos materiais e pela cara premium
Poderia ser menor e mais organizada
Pegada é bastante desconfortável
Sistema operacional não ensina as coisas para quem não sabe usar o Android
Rodou tudo que testamos, sem exceção
É o melhor phablet do mercado, muito superior ao Galaxy Note (em vários aspectos) e com hardware bastante parrudo. Vem com TV e é à prova d'água
Onde Comprar
As melhoras ofertas para o Sony Xperia Z Ultra