Economia e mercado 14 Nov
A Meta, dona do Facebook, Instagram e WhatsApp, está contribuindo para o desenvolvimento da infraestrutura de internet mundial ao construir um cabo submarino de fibra óptica de mais de 40 mil quilômetros. Estimado em mais de US$ 10 bilhões, o projeto promete fortalecer a conectividade global e garantir a capacidade necessária para o crescimento contínuo dos serviços da empresa.
Ao contrário de projetos anteriores, que a Meta realizava em parceria com outras empresas de telecomunicações, desta vez o cabo de fibra óptica submarino será totalmente de propriedade e uso exclusivo da empresa. Isso marca passo significativo na estratégia da Meta, colocando-a em pé de igualdade com gigantes como o Google, que já possui rotas submarinas exclusivas.
Com mais de 10% de todo o tráfego fixo e 22% do tráfego móvel global gerado por suas plataformas, a Meta tem motivos claros para assumir o controle direto de sua infraestrutura. A crescente demanda por seus serviços, impulsionada também pelo desenvolvimento de inteligência artificial torna indispensável uma rede robusta e confiável.
O cabo global terá um formato semelhante a um "W", conectando a costa leste dos EUA à Índia, passando pela África do Sul, e retornando à costa oeste dos EUA via Austrália. Segundo especialistas, essa rota foi cuidadosamente planejada para evitar áreas de instabilidade geopolítica, como o Mar Vermelho e o Mar do Sul da China, locais que se tornaram vulneráveis a danos causados por conflitos recentes.
Além da conectividade, o projeto pode trazer benefícios econômicos significativos. A Meta estima que iniciativas similares, como os cabos Marea e 2Africa, contribuíram com mais de meio trilhão de dólares para as economias locais.
Outro fator interessante é o papel potencial da Índia nesse projeto. O país, com custos operacionais de data centers mais baixos que os EUA, pode se tornar um polo para treinamento de modelos de IA, especialmente após recentes avanços envolvendo tecnologias Nvidia. Para a Meta, isso seria uma oportunidade de unir conectividade e capacidade computacional em um mercado que já abriga milhões de usuários de suas plataformas.
Apesar da ambição do projeto, ele ainda está em estágio inicial. Os planos só devem ser anunciados de forma oficial em 2025, com detalhes como capacidade, rota exata e cronograma. No entanto, especialistas alertam que a construção pode levar anos, devido à alta demanda por recursos, como navios especializados na instalação de cabos submarinos, já reservados por outras empresas, como o Google.
Uma solução possível seria a construção por etapas, permitindo que segmentos do cabo entrem em operação antes da conclusão total.
Por enquanto, nos resta aguardar para descobrir mais detalhes e um posicionamento oficial da empresa sobre isso.
O que você acha dessa novidade?
Comentários