Dois overclockers bateram recordes mundiais ao levar kits de memória DDR5 a mais de 12.000 MT/s usando apenas resfriamento a ar — taxas de transferência tão altas só haviam sido obtidas com métodos mais extremos até então, incluindo nitrogênio líquido e gelo seco. Ainda assim, as conquistas exigiram hardware bastante robusto e moderno, incluindo CPUs Arrow Lake-S da Intel e placas-mãe premium da ASUS e ASRock.

Ambos os recordes foram batidos na semana passada, mas ganharam atenção por terem sido repostados pela G.SKILL, marca de memória RAM usada nos dois casos. O kit em questão é o G.SKILL Trident Z5, que na configuração padrão já está entre os mais rápidos disponíveis atualmente.

O conjunto, identificado pelo código F5-8000J3848F24GX2-TZ5K, embarca dois módulos de 24 GB rodando a 8.000 MT/s com latência CAS de CL38. No entanto, apenas um dos módulos foi usado — dois ou mais canais costumam dificultar a estabilidade do sinal, o que não é um problema no uso diário em velocidades padrão, mas atrapalha o processo de overclocking extremo.

Outro ponto interessante de destacar é que essas não são as taxas mais altas já atingidas, mas chamam atenção por usar apenas ventoinhas para a refrigeração. Até então, valores de 12.000 MT/s ou superiores só haviam sido atingidos usando nitrogênio líquido ou gelo seco para manter as temperaturas sob controle.

Dos dois recordes, o campeão foi o do usuário da Indonésia "speed.fastest", registrado no portal HWBOT, que acompanha recordes mundiais de overclocking. A velocidade máxima obtida por ele foi de 12.054 MT/s, ou 6.027,1 MHz, frequência que representa metade da taxa de transferência em virtude da forma como as memórias DDR funcionam.

Além do kit da G.SKILL, speed.fastest utilizou uma placa-mãe ASUS ROG Maximus Z890 Apex e um processador Intel Core Ultra 9 285K — partes que influenciam os resultados por conta da quantidade de energia fornecida, das capacidades do controlador de memória da CPU e da estabilidade do sinal das trilhas de comunicação, entre outros fatores.

Já o segundo recorde foi obtido pelo canadense "saltycroissant", com taxas de transferência de 12.052 MT/s e frequências de 6.025,7 MHz. Seu registro só pode ser encontrado no verificador do CPU-Z, ferramenta que monitora e testa a CPU e a memória, já que o HWBOT cadastra apenas os melhores resultados de cada categoria.

Apesar de usar o mesmo kit Trident Z5, saltycroissant apostou em peças "mais simples", utilizando placa-mãe ASRock Z890 Taichi OCF e processador Intel Core Ultra 7 265K, o que torna sua conquista ainda mais interessante.

Mesmo sendo números impráticos para o uso diário, os recordes mostram as capacidades que os kits mais modernos de RAM DDR5 têm, e dão um vislumbre do que podemos esperar para os próximos anos, especialmente com esses resultados tendo usado métodos convencionais de resfriamento.