
21 Junho 2015
02 de junho de 2015 6
Não é nenhum segredo que os EUA controlam o órgão que administra as funções mais primárias da internet para que ela funcione corretamente. Porém, devido à pressão de alguns países - incluindo o Brasil - os norte-americanos estão agora dispostos a abrir mão dessa posição, a fim de possibilitar a criação de uma organização mais aberta e distribuída internacionalmente.
Porém, os EUA colocaram algumas condições para que isso ocorra, e o prazo para que elas sejam cumpridas é até setembro de 2015. Trinta experts estão envolvidos na questão, e três deles são brasileiros, entre eles, Demi Getschko, um dos pioneiros a implantar a rede no país e presente no Hall da Fama da Internet. Além de Getschko, estão o secretário-executivo do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), Hartmut Glaser; e o chefe da Divisão de Sociedade e Informação do Ministério das Relações Exteriores, Jandyr Ferreira dos Santos Junior.
O órgão responsável por manter a rede mundial de computadores em funcionamento é a Corporação da Internet para Designação de Nomes e Números (ICANN, na sigla em inglês), uma entidade sem fins lucrativos, subordinada ao Governo dos Estados Unidos. Eles são responsáveis por tarefas como alocação de endereços dos Protocolos IPv4 e IPv6, pela administração do sistema de nomes de domínio, assim como as funções de gerenciamento do sistema de servidores-raiz.
O trabalho agora é tornar a ICANN uma organização mais aberta, uma vez que, atualmente, o órgão está na Califórnia e pode ser influenciado por decisões jurídicas dos EUA. Entre os norte-americanos, a decisão não é um consenso, principalmente no meio republicano da política do país. Para eles, o novo grupo que viria a supervisionar o órgão gestor poderia incluir países do bloco conhecido por eles como "Eixo do Mal". Para os democratas, é importante que a discussão seja agilizada para que seja decidida dentro do mandato de Obama.
O novo comitê precisa compilar as propostas dentro do prazo estipulado. Para Daniel Fink, gerente da ICANN no Brasil, essa é a coisa mais importante que já aconteceu para a entidade, e ele compara com a "maioridade", em que ela poderá se dirigir sozinha.
A questão do controle dos EUA começa no final da década de 90, a partir de um movimento para aprimorar a gestão da distribuição de domínios e IPs, que até então tinha seus rumos decididos lá no longínquo Instituto da Ciência da Informação, na Califórnia. Para profissionalizar a coisa toda, os EUA decidiram criar uma empresa privada. Esta é a ICANN, liderada por Jon Postel, considerado o "deus da Internet".
Acontece que com a morte de Postel, a ICANN passou a ser mais controlada e fiscalizada pelo Departamento de Defesa, mas o controle acabou sendo transferido para o Departamento de Comércio, a partir de 2000, principalmente para defender o interesse de empresas, com agigantamento de grandes companhias no Vale do Silício. Assim, diversos países pressionam os EUA para que abram mão desse controle, principalmente após as denúncias de Edward Snowden, em 2013, quando até mesmo a presidente Dilma Rousseff fez um discurso na ONU a favor de uma rede mais aberta.
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