
17 Agosto 2015
O tema de nosso especial da semana, o futuro da música e a indústria de streaming, parece mesmo ser a principal discussão deste momento. Hoje no Rio de Janeiro o tema foi debatido na sede da OAB. O encontro foi promovido pela Comissão de Direitos Autorais, Direitos Imateriais e Entretenimento da OAB (CDADIE) e chamou como participantes o músico Frejat, Roberta Patale (responsável pela relação do Spotify com gravadoras e artistas) e Marcelo Castello Branco (da consultoria Music Content Branding e ex-integrante de gravadoras como a Universal).
O principal item da pauta foi a remuneração dos artistas, que parecem estar sendo lesados por suas gravadoras. Frejat confirmou que este está sendo o caso no Brasil:
“Outro dia eu recebi uma planilha onde tinham quatro mil e poucas execuções de uma música minha e recebi R$ 0,33 por isso. O vazamento do contrato do Spotify com a Sony (em maio, documento mostrava que a Sony recebeu US$ 25 milhões de adiantamento da plataforma para um contrato de dois anos) faz a nossa percepção, nesse momento, ser a de que as gravadoras lá fora fizeram contratos milionários com as empresas de streaming sem repasse para os artistas. O dinheiro que sobra vai para os acionistas que estão adorando esse negócio. Só que acionista não faz música, não canta, não faz arranjo, não toca nada.”
Roberta Patale, quando questionada se o Spotify não poderia fazer um repasse direto, realizando o pagamento para os artistas ao final de todo mês de serviço, sem ter que passar pela mediação da gravadora, desconversou:
“No momento, não há tecnologia para isso, pegamos o valor dos streamings daquele artista em determinado mês e dividimos pelo total de streamings do Spotify. Desse resultado, passamos 70% para gravadoras e editoras e daí vem a parte contratual dos artistas com essas instituições.”
O seja, o problema é o mesmo da década de noventa, os artistas se tornam reféns de grandes empresas que detém os direitos sobre a gravação das suas obras. Na época de lançamento dos antigos discos de Frejat as gravadoras tinham um papel muito maior do que tem hoje, elas tinham o papel de gravar, fabricar, promover e produzir os discos. Nenhum desses aspectos se mantém nos dias de hoje e, no entanto, os contratos permanecem iguais.
Frejat acredita que é fundamental organizar uma mobilização de toda a classe, para enfrentar de frente as gravadoras, que ficam com quase todo o lucro da produção musical do mundo.
“Na história da indústria fonográfica, o artista está sempre atrasado, porque está criando. Temos que criar primeiro, para depois pensar no business. Mas o momento já é esse.”
Marcelo Castelo Branco, que já trabalhou em grandes gravadoras, concorda que o formato de streaming é o futuro da mídia musical. No entanto, para ele é necessário diminuir o privilégio das grandes empresas e defender a justa remuneração de intérpretes e compositores.
“O físico acabou, está no CTI terminal se você não é padre, Taylor Swift ou Galinha Pintadinha. Mas a indústria da música não acabou, ela renasce das cinzas do físico, agora digitais. Agora, é precisa lembrar que, sem o artista e o autor, sem essa magia, nada acontece.”
Você deve se lembrar que esta polêmica tem aparecido no mundo inteiro. Alguns artistas multimilionário tentaram responder a este problema com a criação de um serviço próprio, o Tidal. Outros como a Taylor Swift deixaram claro que não gostariam de ver a sua música sendo distribuída de graça.
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