Se você não viu o Doogle exibido no site da gigante das buscas no último dia 4, ou se viu mas não deu muita atenção, nós contamos a história para você. Afinal, não é muito comum mulheres pioneiras em tecnologias, projetos e pesquisas serem reconhecidas por seu trabalho. Quem já ouviu falar sobre a criadora do famoso "orelhão", item essencial da telefonia, encontrado em todo canto do país?

Bem, o Google resolveu nos contar. Ou melhor: mostrar quem já estava contando. A sino-brasileira Chu Ming Silveira, nascida em Xangai, na China, formou-se arquiteta e designer na Universidade Mackenzie, em 1964.

Quando sua família se mudou para o Brasil, em 1951, os quatro filhos do casal Chu Chen e Shui Young Queen foram rebatizados com nomes ocidentais. Com isso, Chu Ming passou a se chamar Verônica.

Sua principal criação, o orelhão, foi considerado ícone do design brasileiro e do mobiliário urbano mundial. Ela recebeu a tarefa de criar um protetor para telefones públicos, e Ming percebeu que o formato da casca de ovo condizia com as necessidades da empresa e do usuário. Assim, projetou algo que além da proteção que a empresa queria, também fornecia a acústica ideal aos usuários.

Ela criou duas variantes em 1971, uma para ambientes internos, outra, para externos, que são usados até hoje em muitas cidades do país.

A versão menor é chamada popularmente de "orelhinha". Mas os nomes oficiais dos orelhões são Chu I, a versão menor, e Chu II, a maior, que foi pensada para as áreas externas e para suportar a variação térmica das cidades brasileiras.

Os protetores foram exportados para Angola, Peru, Colômbia, Paraguai e China, conforme informações do site orelhao.arq.br, criado pelos filhos da arquiteta em sua homenagem.

Se estivesse viva, ela completaria na última terça-feira, 76 anos.