Tema de diversas novelas e problema real para muitas famílias, a troca de bebês em maternidades segue sendo tema de diversos debates pelo país. E para minimizar o problema, o Ministério da Saúde editou uma portaria que torna obrigatório o uso da biometria para recém nascidos, a pedido do Conselho Nacional de Justiça.

Desde janeiro deste ano, o Hospital da Polícia Militar de Belo Horizonte, capital mineira, adota a tecnologia para identificar os bebês de sua maternidade. O hospital é o primeiro do país a adotar esse procedimento.

O sistema foi desenvolvido por uma empresa chamada Griaule que, entre outros clientes, é responsável por gerenciar os dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Caixa Econômica Federal e outras instituições bancárias.

O equipamento faz a leitura da palma da mão do bebê logo no momento do nascimento, e utiliza a palma pois os dedos são ainda pequenos demais para o registro de digitais. A certidão de nascimento da criança é gerada a partir desses dados.

Ainda na sala de parto, as mãozinhas do bebê são registradas por um leitor, que automaticamente vincula as imagens à identidade da mãe ou responsável. Nenhum bebê pode ser retirado da maternidade sem passar pelo reconhecimento biométrico. Muitas vezes a troca do bebê é descoberta apenas anos depois. É um problema frequente e não muito falado. Criamos a tecnologia para resolvê-lo”
João Weber, diretor da Griaule

A ideia é, além de evitar a troca de bebês, diminuir a quantidade de crianças abandonadas em maternidades, já que muitas delas poderiam ser enviadas para adoção. Estimativas do Cadastro Nacional de Adoção, cerca de 7 mil crianças estavam nessa situação em 2017.

Biometria tem ajudado a resolver questões de segurança, como a identificação de criminosos por reconhecimento facial, e serão prioritários na agenda legislativa, desde que uma comitiva do PSL viajou à China para conhecer a tecnologia. No caso dos bebês, a biometria é uma aliada das boas práticas hospitalares.