
Economia e mercado 24 Fev
24 de fevereiro de 2022 7
Assunto da semana e que deve durar por algum tempo ainda, a invasão da Rússia no território da Ucrânia tem despertado o alerta mundial em relação a vários fatores. E a tecnologia não está alheia a isso.
Mas como uma eventual guerra prolongada entre os países, ou ainda as sanções que serão impostas à Rússia, poderão impactar no setor tech? O Detetive TC separou os principais efeitos deste conflito no segmento tecnológico.
Um dos principais impactos resulta em um agravamento da cadeia de suprimentos de semicondutores – os famosos “chips”. Isso porque já existe uma escassez do setor desde o começo da pandemia do coronavírus, Com a Europa vivendo uma crise de segurança e mesmo as incertezas do seu espaço aéreo, as empresas de tecnologia são afetadas diretamente.
Um dos semicondutores mais prejudicados consiste no néon, usado principalmente nos lasers presentes nas fábricas. Ele tem o seu fornecimento majoritário – 90% – vindo da Ucrânia aos Estados Unidos. O país também é responsável por purificar o gás que vem de siderúrgicas russas.
Outro motivo consiste na presença da Rússia com 35% de fatia do fornecimento do paládio utilizado nos Estados Unidos. Esse metal tem papel importante na fabricação de sensores e memória. Com as possíveis sanções, a entrega deverá ser cortada.
Em entrevista à agência Reuters, uma fonte anônima da indústria japonesa afirmou que a pressão a mais pela ausência desses materiais pode resultar em aumento de preços.
“A disponibilidade desses materiais já está apertada, então qualquer pressão adicional sobre a oferta pode aumentar os preços. Isso, por sua vez, pode levar a preços mais altos de chip.”
Fonte da indústria japonesa à Reuters
Como uma consequência também do tópico anterior, as sanções que deverão ser impostas à Rússia resultarão na proibição de exportações de bens de alta tecnologia, como os já citados microchips.
Entre os principais setores afetados, estão fabricantes de indústrias como a automotiva. Grandes fábricas do ocidente dependem dessas exportações para a obtenção dos componentes necessários para a produção.
Por outro lado, os próprios setores de defesa e aeroespacial da Rússia sofreriam impactos diretos, visto que a mesma troca beneficia essas áreas. Os Estados Unidos ainda prometem proibir exportações de tecnologia e produtos usados em áreas como Inteligência Artificial e computação quântica.
Outro efeito no conflito entre Rússia e Ucrânia consiste no aumento do preço do dólar. Questões geopolíticas geram incertezas na economia global, com um crescimento da chamada “aversão ao risco”. Em outras palavras, os investidores optam por mudar seus ativos para mercados mais seguros – como o norte-americano.
Como consequência, o dólar já disparou 2% nesta quinta-feira (24), com a maior alta percentual em cinco meses. No mercado de tecnologia, como vários dos produtos são negociados ao mercado pelo preço baseado na moeda dos EUA, os valores dos produtos tendem a saltar.
Outro resultado disso está na baixa do mercado de criptomoedas. Como já mencionado, os caminhos de investimentos mais instáveis tendem a sofrer – um deles é o das moedas digitais.
Esse tipo de negociação sofreu uma queda acentuada, com perda de quase 10% do valor total, após o começo da invasão russa na Ucrânia. Até que a situação política se estabilize, a tendência é que as criptomoedas ainda não consigam retomar o crescimento.
No Brasil, talvez uma das maiores preocupações seja no preço do barril de petróleo. Isso porque as sanções previstas à Rússia incluem a proibição da compra do material, bem como parar a venda de equipamentos de refinaria.
A busca mundial por outras fontes resultará em um aumento do valor do barril – com expectativa de chegar ao custo de US$ 120 cada –, bem como do gás natural. O resultado, na prática, está em mais aumentos nos valores da gasolina e do gás de cozinha, uma vez que essas altas deverão ser repassadas aos bens e serviços.
Um dos banimentos previstos para a Rússia está na tecnologia bancária global – intitulada “Swift”. O bloqueio ataca diretamente o poder econômico do país e deixa os grandes bancos russos fora do sistema que atende ao mercado global.
Na prática, o corte tecnológico resultaria na impossibilidade de receber e enviar dinheiro para fora do país. Ou seja, os russos não poderiam mais movimentar dinheiro em negociações internacionais.
E aí, você acredita que o conflito terá efeitos negativos em mais setores de tecnologia? Compartilhe conosco a sua opinião!
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