Atualização (18/09/2023) - por DT

A Unity Software foi ao X (Twitter) para pedir desculpas após o anúncio de um polêmico novo aumento de preços. O recuo da empresa aconteceu depois que estúdios e desenvolvedores criticaram as mudanças de taxas de tempo de execução.

A empresa responsável pelo motor gráfico Unity, usado em vários games, também disse que está ouvindo e conversando com os membros da equipe, comunidade, clientes e parceiros para implementar outras alterações na política de preços.

We have heard you. We apologize for the confusion and angst the runtime fee policy we announced on Tuesday caused. We are listening, talking to our team members, community, customers, and partners, and will be making changes to the policy. We will share an update in a couple of…

— Unity (@unity) 17 de setembro de 2023

Contudo, a empresa não detalhou como será a nova política de preços, mas destacou que vai compartilhar uma atualização em alguns dias. A Unity também aproveitou para agradecer pelo "feedback honesto e crítico" de seus clientes e parceiros.

Em uma reportagem publicada nesta segunda-feira (18), a Bloomberg divulgou que um plano provisório da Unity prevê a limitação das taxas a 4% da receita de um jogo para clientes que ganhem mais de US$ 1 milhão, sem considerar as instalações retroativas para atingir o limite.

Vale lembrar que a Unity se envolveu em uma polêmica na semana passada após anunciar planos para cobrar dos clientes por cada nova instalação de seu jogo após um determinado limite. A decisão desencadeou protestos generalizados e até um boicote.

Ainda na semana passada, o CEO da empresa, John Riccitiello, chegou a adiar uma reunião geral sobre as mudanças de preços e fechou dois escritórios da companhia depois que uma "ameaça de morte credível" foi recebida após o anúncio das alterações.

Texto original (15/09/2023)

Unity irrita estúdios e desenvolvedores após anunciar reajuste nos preços e nova tarifa

A Unity anunciou há algumas semanas uma alteração na forma de cobrança pelo uso do motor gráfico Unity Engine impondo aos desenvolvedores de jogos uma nova taxa sobre o número de instalações. A medida gerou um descontentamento geral entre as empresas, forçadas com mudança a pagarem um valor extra de acordo com o volume de instalações.

A "taxa mensal extra por nova instalação de jogo" veio acompanhada de um forte aumento nos preços cobrados pela desenvolvedora para licenciamento e uso de sua Engine. Esse reajuste foi anunciado sob a gestão de John Riccitiello, CEO da Unity e ex-CEO da EA, que não dá sinais de reconsideração mesmo com a pressão dos clientes.

Segundo a Unity, essa nova cláusula entrará em vigor apenas em 2024, portanto os desenvolvedores de jogos ainda têm um tempo para analisarem e se adequarem às mudanças impostas este mês. A empresa explica que a taxa sobre downloads afetará apenas 10% de seu portfólio de clientes, porém a adição de 2 centavos de dólar pode afetar o financeiro dos consumidores.

Esse valor cobrado sobre cada instalação pode ser multiplicado se houver suporte para multiplataforma, pois o jogador pode instalar o título em seu smartphone, tablet e computador resultando em uma cobrança de US$ 0,6. Frente às queixas, um representante da Unity disse à Axios que um "reagrupamento" foi feito para avaliar essas questões.

Confira abaixo o modelo completo:

Esse modelo de negócio anunciado pela Unity pode afetar o funcionamento de vários serviços e jogos, entre eles o Game Pass, da Microsoft, que pode ser impactado com a nova tarifa. Alguns estúdios se posicionaram sobre o caso afirmando que dependendo de como a história se desenrole podem migrar para outros motores gráficos abandonando a Unity.