A TSMC voltou a discutir com autoridades dos Estados Unidos a possibilidade de instalar uma fábrica de semicondutores nos Emirados Árabes Unidos. Segundo informações da Bloomberg, representantes da empresa se reuniram com o enviado especial da Casa Branca para o Oriente Médio, Steve Witkoff, além da estatal de investimentos MGX, para tratar dos planos de expansão na região.

Em meados de 2024, executivos da TSMC e da Samsung avaliaram o potencial dos Emirados Árabes para a construção de megafábricas de semicondutores. Na época, os planos não avançaram por impasses envolvendo exigências de soberania por parte dos EUA e limitações locais em mão de obra qualificada para operar unidades de alta complexidade.

De acordo com fontes ligadas às negociações, o governo norte-americano teria interesse em manter controle soberano sobre a instalação, algo que os Emirados não estariam dispostos a conceder. Além disso, há preocupações quanto ao impacto que a fábrica poderia ter sobre o projeto em andamento no Arizona, para o qual a TSMC prometeu um investimento de US$ 165 bilhões (US$ 42 bilhões só em 2025).

Outro ponto de tensão envolve a segurança nacional. Embora os Emirados Árabes mantenham boas relações com os EUA, a proximidade geográfica com países como China e Irã, ambos rivais estratégicos de Washington, levanta dúvidas sobre o risco de transferência de tecnologia sensível.

Ainda assim, os Emirados seguem firmes no objetivo de se tornarem um polo tecnológico regional. O país já recebeu aprovação para adquirir GPUs de IA da NVIDIA por meio da empresa local G42 e firmou parceria com a OpenAI para ampliar a infraestrutura do projeto Stargate, que prevê a construção de um data center de 1 GW em Abu Dhabi.

Caso o projeto realmente venha à vida, isso traria benefícios para a cadeia global de fornecimento de chips, que ficaria cada vez menos dependente da fábrica em Taiwan.

Será que o governo dos EUA finalmente vai concordar com isso?