24 Novembro 2023
O C33 é a nova aposta da realme no mercado nacional para quem busca um celular de entrada com preço acessível, mas que tenha design mais elegante e não tanto a cara de um basicão sem graça. É um aparelho com corpo fino que vem para competir naquele segmento que fica entre os celulares de entrada e intermediários. Será que entrega melhor custo-benefício que rivais da Samsung e Motorola? Vamos descobrir.
O Realme C33 vem em embalagem amarela com o nome do modelo na tampa, mas sem ilustração do aparelho. Além do celular, você recebe os seguintes acessórios:
- Carregador de 10W
- Cabo USB no padrão micro
- Chavinha para a gaveta do cartão SIM
- Guia do usuário
A primeira coisa que chama a atenção no realme C33 é seu design plano com traseira brilhante com pequenos pontos que parecem glitter. Ele é encontrado em cores como azul, dourado e preto, passando uma sensação de maior requinte por mais que seja um aparelho feito de plástico simples.
A realme gosta de destacar a sua espessura de apenas 8,3mm, que está abaixo do segmento, assim como o seu peso mais leve que muito concorrente. O C33 é um aparelho com pegada confortável e que não desliza fácil da mão por mais que não traga textura na traseira.
As laterais possuem leve curvatura e são feitas de plástico fosco que acompanha a tonalidade da traseira do aparelho. A parte frontal traz entalhe em formato de gota, algo ainda comum no segmento, assim como a borda inferior mais larga que as demais.
A parte decepcionante fica para a porta micro USB, enquanto outras fabricantes trazem modelos de entrada com USB-C. Há leitor biométrico na lateral direita integrado ao botão de energia, que responde bem e não demora muito para reconhecer a digital. A gaveta do lado esquerdo permite usar dois chips e um cartão de memória ao mesmo tempo.
Não espere muito da conectividade do realme C33. Ele é um celular 4G sem suporte a Wi-Fi AC para redes mais rápidas, seu Bluetooth está na versão 5.0 e não há conectividade NFC.
A tela tem 6,5 polegadas com resolução HD+ e painel IPS LCD com taxa de atualização de 60 Hz. A realme alega que seu sensor de toque responde a 120 Hz, o que ajuda a reduzir a latência no tempo de resposta e pode ser útil em alguns jogos. De qualquer forma, seria interessante ver um painel de 90 Hz para melhor fluidez.
O nível máximo de brilho também poderia ser melhor. Ainda é comum ver celulares baratos com brilho fraco de tela, como normalmente vemos em modelos da Motorola. Isso acaba comprometendo a experiência ao usar o celular fora de casa. Há opções de perfis para você escolher a calibração de cores entre tons quentes ou frios, além de alterar a temperatura ao seu gosto.
A parte sonora também não possui nenhum destaque. Há apenas um alto-falante na parte inferior, o que limita a experiência multimídia a áudio mono. A potência é decente, porém distorce quando o volume está no máximo por conta do excesso de agudos. As demais frequências ficam apagadas e isso torna o C33 um celular não indicado para curtir músicas.
Pelo menos há entrada padrão para fones de ouvido na parte inferior, mas não vem nenhum fone na caixa como é comum da realme.
O realme C33 vem equipado com plataforma T612 da Unisoc, também encontrada em outros celulares básicos da marca. O modelo nacional traz 4 GB de RAM e 64 GB de armazenamento com a possibilidade de expansão de até 1 TB com cartão microSD.
Ele se mostrou bem em nosso teste de velocidade, apesar de não conseguir segurar todos os apps abertos em segundo plano. Isso é comum em celulares de entrada, mas o que importa é que ele é mais rápido que básicos da Samsung e Motorola. Em benchmarks também consegue números maiores, especialmente no AnTuTu.
E nos jogos? O C33 vem com a GPU Mali-G57 que garante bom desempenho em Call of Duty na qualidade gráfica média, mas com recursos extras desativados. No PUBG é possível jogar na opção HD com anti-aliasing e alguns recursos adicionais ativados. O que pode incomodar alguns é que ele acaba esquentando ao jogar por muito tempo.
O C33 traz bateria de 5.000 mAh, um tamanho padrão para o segmento e também encontrado em celulares rivais. Ele entrega boa autonomia e fica acima de alguns modelos de entrada, mas não é o tipo de celular que garante dois dias longe de tomadas.
Nas configurações de tela encontrará uma opção para reduzir a resolução e ajudar a economizar bateria ao jogar. O software também promete controlar melhor o aquecimento se você pretende jogar por várias horas.
O que poderia ser melhor é o tempo de recarga. A realme manda um carregador de apenas 10W na caixa que leva quase 3 horas para encher totalmente a bateria. Uma carga rápida de 15 minutos recupera apenas 14% e chega a 22% com meia hora na tomada.
Temos um conjunto fotográfico simples no C33. Na traseira há duas câmeras: a principal de 50 MP e uma secundária com sensor VGA que serve para desfoque de cenários. A câmera frontal tem apenas 5 MP, ficando abaixo de muitos celulares na mesma faixa de preço.
Apesar do sensor de alta resolução, você não deve criar muitas expectativas para a câmera do realme C33. Ela tem potencial para boas fotos, desde que o cenário e a iluminação ajudem. No geral, falta nitidez em pequenos detalhes e as cores saem mais apagadas do que deveriam.
É uma pena que a realme não tenha incluído uma câmera ultra-wide, algo que é comum de encontrar em celulares da concorrência. Você pode usar a principal para fazer macros e até que a qualidade é boa.
Principal | Desfoque
A câmera secundária que cuida do desfoque não é das melhores. Talvez o sensor seja simples demais e sofre bastante no recorte em cenários mais escuros, pegando partes do corpo da pessoa fotografada.
Há modo noturno que ajuda a restaurar pontos perdidos na escuridão. Ele prolonga a exposição para capturar mais luz e recupera um pouco da nitidez perdida.
Noturno
A câmera frontal faz boas selfies diurnas e seu modo retrato é mais eficiente do que o da câmera traseira. Selfies noturnas possuem limitações com baixa qualidade das texturas, nitidez abaixo do segmento e muitos ruídos. Não tem como esperar muito de um sensor simples de apenas 5 MP, mas até que o modo retrato não decepciona.
Selfies
A filmadora do realme C33 também só faz o básico. A traseira grava em Full HD e a frontal fica limitada apenas a HD devido ao sensor de baixa resolução. A qualidade dos vídeos é decente, falta estabilização eficiente, o foco é lento e a captura de áudio é mono e um pouco abafada.
O realme C33 está atualmente com Android 12 e pacote de segurança até recente quando testamos o aparelho no final de 2022. A interface da empresa não traz tantas modificações e isso ajuda a deixar o sistema mais leve sem muitos engasgos ou travamentos.
O ponto negativo fica na falta de customização, deixando o aparelho bem próximo do que temos no Android por padrão. É possível usar dois apps em tela dividida, mas com limitações comparado ao que temos na linha Galaxy.
O realme C33 chegou com preço salgado ao segmento ao qual é destinado e você acabará encontrando opções mais baratas, mas será que são melhores?
O Galaxy A13 é uma boa alternativa. Ele possui tela um pouco maior e entrega melhor qualidade sonora. Vem equipado com o Exynos 850, que apesar de ser um pouco mais lento no multitarefas, vai bem também em jogos. Sua bateria dura muito mais e recarrega mais rápido, enquanto as câmeras são melhores, há ultra-wide para fotos mais amplas e a frontal grava em Full HD.
O Moto G22 traz tela de 90 Hz como diferencial para fluidez superior. O som também é mono, mas com boa potência e melhor qualidade sonora. O hardware é o Helio G37 da MediaTek que tem potência inferior, mas a bateria do G22 dura tão bem quanto a do realme e demora 1 hora a menos para recarregar. Ele também tem melhores câmeras e grava em Full HD com a frontal.
Pontos fortes
- Design diferenciado
- Bom desempenho
- Bateria dura o dia todo
- Software com boa fluidez
Pontos fracos
- Experiência multimídia limitada
- Faltou câmera ultra-wide
- Tempo de recarga demorado
- Entrada micro USB
Seu preço de lançamento é salgado, mas pode ser uma boa compra se estiver mais barato que o Galaxy A13 ou Moto G22
Caixa traz apenas o básico e carregador de 10W
É um celular grande com traseira lisa, mas laterais ásperas ajudam na ergonomia
Android sem muitas modificações garante bom desempenho sem travamentos ou engasgos excessivos
Tela tem boa qualidade e brilho decente, mas som mono tem potência razoável e distorce no máximo
O realme C33 é um intermediário básico para quem se importa mais com design do que tecnologias
Onde Comprar
As melhoras ofertas para o realme C33