
Segurança 16 Jun
08 de abril de 2021 14
Um dos principais assuntos dos noticiários dos últimos dias é a morte do menino Henry Borel no Rio de Janeiro, cujo caso tem sido investigado pelas autoridades como um possível assassinato cometido pelo seu padrasto, o vereador Dr. Jairinho.
Para encontrar evidências nos celulares apreendidos, a polícia do Rio utilizou uma ferramenta especializada em recuperar mensagens e chamadas apagadas, chamada Cellebrite Premium. O Detetive TudoCelular buscou informações sobre ela e explica os detalhes a você a seguir:
O responsável por acessar os arquivos apagados é o Cellebrite Premium. Ele consiste em uma solução criada pela empresa israelense chamada Cellebrite, em 2007, com o objetivo de ser utilizada por autoridades para conseguir recuperar informações deletadas previamente em celulares apreendidos.
“Respondemos constantemente à evolução dos dados digitais e de sua relevância cada vez maior para uma ampla gama de investigações e operações, incluindo homicídios, gangues, tráfico de drogas, exploração infantil e crimes cibernéticos. Desenvolvendo sua liderança em exames para dispositivos móveis, a Cellebrite lançou um pacote completo de soluções para lidar com a demanda de mercado por uma solução que ofereça exames digitais, extração e análise de dados. Como uma parceira que tem o compromisso de ajudar a tornar o mundo um lugar melhor e mais seguro a cada dia, a Cellebrite continua a desenvolver produtos, serviços e treinamento inovadores e confiáveis, que prestem suporte a investigações e operações de todos os tipos.”
Cellebrite
O site oficial mostra que consiste em um produto para fornecer acesso premium a todos os dispositivos iOS e Android de última geração. Entre as funções fornecidas, estão recuperação de senha em aparelhos da Apple – como iPhones e iPads – e do sistema operacional do Google. A descoberta do desbloqueio pode ser feita “à força” ou de outras maneiras.
O usuário ainda consegue extrair dados de um espaço teoricamente vazio do espaço interno, para recuperar os arquivos que existiam antes, mas foram excluídos. A Cellebrite promete também o acesso a logs de sistema e de aplicativos, assim como a recuperação de dados de aplicativos de terceiros – entre eles, estão mensageiros e redes sociais, como WhatsApp, Facebook e Telegram.
A companhia não explica os detalhes de como funciona o seu sistema para conseguir o feito. Contudo, garante que consegue passar até pela criptografia aplicada pelo iTunes para backup. A explicação é mantida em sigilo para que o “segredo” não caia nas mãos de um criminoso, o qual possa utilizar o caminho para prejudicar outras pessoas.
Apesar de ter um site em português, a plataforma está traduzida para Portugal, e não ao Brasil. Mesmo assim, tem seus produtos disponíveis para aquisição no Brasil, uma vez que o país aparece na lista de formulário para contato com a empresa.
No território nacional, segundo a colunista do Extra, Berenice Seara, são poucos os departamentos focados em perícia criminal que possuem acesso ao dispositivo. Entre eles, um órgão que tinha acesso a um era o Ministério Público do Rio de Janeiro – o qual chegou a receber autorização para aplicá-lo nas investigações da morte da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes.
A colunista ainda reforça que a aquisição pela Secretaria da Polícia Civil aconteceu no último dia 31 de março, cinco dias após os celulares do casal serem apreendidos.
Um dos principais usos dessa ferramenta historicamente em solo brasileiro ocorreu durante a Operação Lava-Jato. A Polícia Federal utilizava o chamado UFED – Dispositivo de Extração Forense Universal, em tradução livre – o qual consiste em uma maleta com hardware e software responsáveis pelos desbloqueios.
Os próprios relatórios da PF durante as perícias das ações no caso apontam para a aplicação do produto durante as investigações.
A autoridade policial também chegou a usar a solução da Cellebrite durante a Operação Enterprise, que chegou a prender 40 pessoas, em apuração sobre tráfico internacional de drogas.
O primeiro caso de grande fama da Cellebrite ocorreu em 2016, em uma briga jurídica entre Apple e FBI. O órgão de inteligência norte-americano chegou a contratar a ferramenta para hackear o smartphone de um suspeito de terrorismo.
Na época, a solução UFED conseguiu desbloquear um iPhone 5c e extrair os dados do aparelho, para peitar a Apple, que havia se negado a fornecer acesso aos seus dispositivos para manter a privacidade dos usuários.
Por ser uma ferramenta de funcionamento mais restrito, a sua comercialização não é liberada para pessoas comuns. Apenas autoridades podem adquirir o Cellebrite Premium ou o UFED para desbloquear aparelhos.
A compra direta custava, em 2019, algo entre US$ 6 mil e US$ 15 mil. Em uma época, o dispositivo chegou a ser encontrado ilegalmente no eBay por algo em torno de US$ 100. Mesmo se alguma pessoa autorizada tenha comprado uma unidade, a recomendação da fabricante é que o repasse consista em retorná-los à empresa, e não os revender.
Qual é a sua avaliação sobre esta ferramenta usada no Caso Henry? Deixe sua opinião para a gente nos comentários abaixo.
Celular mais rápido! Ranking TudoCelular com gráficos de todos os testes de desempenho
Celular com a melhor bateria! Ranking TudoCelular com todos os testes de autonomia
Nada de Black Fraude! Ferramenta do TudoCelular desvenda ofertas falsas
Microsoft destaca novos recursos na build 26100.1876 do Windows 11 24H2
Comentários