Android 18 Abr
A Procuradoria da República em São Paulo enviou um ofício ao WhatsApp pedindo uma série de esclarecimentos e solicitando um adiamento do recurso de Comunidades para 2023. O órgão, que integra o Ministério Público Federal (MPF), indica que as Comunidades podem facilitar a propagação de desinformação durante as eleições deste ano.
Além disso, para justificar o adiamento do recurso para 2023, a Procuradoria cita a invasão do Congresso dos Estados Unidos em janeiro de 2021 após Donald Trump perder a eleição e não aceitar a derrota. Para os procuradores, ao lançar as Comunidades após as eleições de outubro, o WhatsApp pode acabar dando margem para que algo semelhante aconteça no Brasil.
Isso porque liberar o recurso antes da posse presidencial, em janeiro de 2023, pode fazer com que grupos se organizem dentro do mensageiro para invadir o Congresso Nacional ou praticar outro tipo de ato golpista.
A Procuradoria também cita que as Comunidades, apesar de entregarem uma facilidade aos usuários, também se torna um meio propício para a propagação de desinformação.
A ferramenta precisa ser vista com muito cuidado, pois pode, a depender de como vier a ser implementada, representar um real retrocesso do movimento de contenção de comportamentos abusivos potencialmente ligados à desinformação, que o WhatsApp, a princípio, vinha promovendo de forma eficiente nos últimos anos.
Por enquanto, o WhatsApp não se manifestou sobre o assunto, mas a Procuradoria estabeleceu um prazo de dez dias úteis para que o mensageiro encaminhe uma resposta formal.
Cabe lembrar que o presidente Jair Bolsonaro criticou o adiamento das Comunidades no Brasil e também promete se reunir com o WhatsApp em busca da liberação antecipada do recurso no país.
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